A Etxerat deu hoje uma conferência de imprensa em Baiona, no decorrer da qual fez o ponto da situação sobre a política penitenciária aplicada pelo Estado francês aos presos políticos bascos e sobre as consequências que essa política tem para os seus familiares, considerando que esta abordagem é ainda mais oportuna quando acabou de haver eleições legislativas.
Disseram que, ao logo da campanha, «ouviram belas palavras da parte dos candidatos socialistas locais sobre os direitos e a necessidade de resolução do conflito», mas que a política que a França aplica aos prisioneiros «é cada vez mais dura».
Referiram-se ao caso de senpertarra Naia Lacroix, que, ao cabo de três semanas de luta, foi transferida para Chalons-en-Champagne, a 950 km de casa. «A Naia já não se encontra sozinha, pois a navarra Olga Gomez foi transferida de Fleury para esta prisão, mas ficando a 1059 km de sua casa. Se por um lado a Administração Penitenciária pôs fim ao isolamento contra o qual Naia se batia, por outro isso teve um custo, na medida em que implicou a perda de um outro direito fundamental», aumentando a distância a que as duas prisioneiras se encontram de suas casas.
A Etxerat afirmou que, nos últimos dias, este tipo de medidas foi frequente, referindo-se aos casos de Julen Mujika, residente em Donibane Garazi, que foi transferido de Osny para Villefranche-sur-Saône, a 797 km de casa; ao do seu irmão Ander Mujika, que foi transferido de Moulins-Yzeure para Bourg-en-Bresse. Oroitz Gurrutxaga, que se encontrava isolado em Fresnes, foi transferido para Moulins-Yzeure.
«Não podemos falar das longas viagens sem dizer um palavra sobre as famílias de Ipar Euskal Herria, que andam nas estradas há quase 23 anos: é o caso da de Txistor Haranburu (Lannemezan), Jakes Esnal (Ile de Ré), Unai Parot (actualmente isolado em Puerto) e Ion Kepa Parot (cujo recurso de libertação foi examinado ontem; a decisão será tomada no dia 12 de Julho)».
Referindo-se ao protesto que Ibon Fernandez Iradi levou a cabo na prisão de Lannemezan, juntamente com outros prisioneiros bascos e presos «comuns» - e que venceram -, a Etxerat afirma que as tensões se multiplicam nas prisões francesas e que determinadas coisas que eram tidas como adquiridas nos últimos anos deixaram de o ser, «fazendo com que os presos do Colectivo tenham de travar duras lutas, constantemente, pelos seus direitos fundamentais».
«Todos estes exemplos dizem mais que um longo discurso. No processo actual e depois de todos os passos que foram dados de forma unilateral, os governos francês e espanhol são os únicos que insistem na violência», enfatizou a Etxerat.
Depois de apontar o dedo aos responsáveis pela violação de direitos dos prisioneiros políticos e pelo sofrimento das suas famílias - administração penitenciária, juízes e políticos -, a associação de familiares e amigos dos presos políticos bascos afirma que não existirá nenhum cenário de paz sem se resolver a questão dos prisioneiros e dos refugiados, «a começar pelo respeito dos seus direitos fundamentais» e dos seus.
A Etxerat afirma também que esta «é uma ocasião única para se poder levar a cabo um verdadeiro processo democrático em Euskal Herria», pelo que solicita aos «novos eleitos, socialistas e de todas as cores políticas, que se empenhem inteiramente nesse sentido».
A Etxerat fez ainda saber que irá dar sequência ao trabalho de interpelação iniciado com o movimento Herrira, e anunciou que irá solicitar uma reunião - o mais urgente possível - à nova ministra da Justiça, Christiane Taubira. / Fonte: etxerat.info e kazeta.info
Manifestação em Mendillorri contra o julgamento de dois jovens
No dia 25 de Junho, dois jovens de Mendillorri (Iruñea) serão julgados na Audiência Nacional espanhola, acusados de realizar pintadas em que denunciavam o assassínio do militante donostiarra Jon Anza. O MP pede, para cada um, 12 meses prisão, 700 euros de multa, sete anos de inabilitação para cargos públicos e trabalhos para a comunidade.
Em Mendillorri denunciam veementemente mais este julgamento, expressam a sua solidariedade aos dois jovens e pedem aos habitantes do bairro iruindarra que participem na manifestação convocada para dia 23, às 19h00, no parking do DIA. / Fonte: ateakireki.com via lahaine.org