sábado, 24 de abril de 2010

As mostras de solidariedade para com os presos continuam, apesar dos obstáculos


Como acontece todas as sextas-feiras, as mobilizações a favor dos direitos dos perseguidos políticos bascos intensificaram-se em inúmeras localidades, especialmente tendo em conta as greves de fome que os presos biscainhos Alberto Saavedra e Txus Martín Hernando e o navarro Joseba Fernández Aspurz mantêm em prisões francesas.

Saavedra, em greve fome desde o dia 11 de Abril, cumpre hoje na prisão de Bois D'Arcy a pena decretada por um tribunal de Paris, correndo o risco de ser expulso. Martín Hernando, por seu lado, está há 27 dias sem ingerir alimentos na prisão de Tarascon - hospitalizado desde segunda-feira -, sendo que o natural de Basauri corre o risco de ser expulso para o Estado espanhol esta segunda-feira, uma vez cumprida a pena na íntegra.
O iruindarra Joseba Fernández, único prisioneiro basco em Poitiers, mantém o seu protesto há mais de duas semanas, visando acabar com a situação de isolamento em que se encontra e a transferência para uma prisão em que haja outros prisioneiros bascos.

Em defesa dos direitos dos presos políticos e exigindo a sua repatriação, ontem mobilizaram-se 70 pessoas em Arbizu, 242 em Donostia, 65 em Urretxu-Zumarraga, 38 em Lezo, 65 em Etxarri-Aranatz, 42 em Lizartza, 200 em Hernani, 50 em Oñati, 35 em Antzuola, 125 em Lekeitio, 36 em Getaria, 44 em Lizarra, 24 em Mundaka, 40 em Andoain, 103 em Lazkao, 207 em Ondarroa, 20 em Legorreta, 80 em Mutriku, 48 em Soraluze, 18 em Lezama, 420 em Gasteiz, 35 em Galdakao, 42 em Ugao, 120 em frente à Sabin Etxea de Bilbo, 220 em Zarautz, 224 em Orereta, 87 em Algorta, 52 em Barañain, 270 em Iruñea, 22 em Bera, 73 em Bergara, 40 em Deba e uma centena em Zornotza.

Enquanto estas mobilizações decorriam, o presidente da Dignidad y Justicia, Daniel Portero, solicitou ao juiz espanhol Eloy Velasco a proibição de duas marchas e um acto político convocados para hoje entre as localidades de Azkoitia e Zarautz (Gipuzkoa). A associação de extrema-direita pede a Velasco que recolha informação junto da Polícia espanhola, da Guarda Civil e da Polícia autonómica para determinar se as convocatórias poderiam constituir um delito de «enaltecimento do terrorismo».

Em Mutriku (Gipuzkoa), ontem às 11h agentes da Ertzaintza entraram pela segunda vez na Zubixa Taberna, levando as fotografias dos perseguidos políticos, além de outras imagens da decoração do estabelecimento. Os clientes que se encontravam no local foram identificados e o trabalhador da taberna foi avisado que será imputado «por terrorismo».

Noutro âmbito, o Presoen Aldeko Taldeak (PAT) afirmou que o acordo subscrito entre a UPV-EHU e o Departamento de Interior de Lakua não vai colocar um travão à denúncia da escalada repressiva geral nos campus universitários. Além de insistir na necessidade de as forças policiais abandonarem esses espaços, o PAT incita estudantes, professores e outros membros da comunidade universitária a não cederem e a converterem os campus num lugar de denúncia face à pretensão de impor o pensamento único.
Fonte: Gara