segunda-feira, 19 de abril de 2010

Milhares de pessoas nas ruas de Bilbau e Donostia para denunciar a última operação policial

Milhares de pessoas manifestaram-se ontem à tarde em Bilbo e Donostia denunciando a última operação policial contra onze cidadãos bascos, dez dos quais já passaram quatro dias em regime de incomunicação em poder da Guarda Civil.As manifestações partiram simultaneamente, às 17h30, do Sagrado Corazón, em Bilbo, e do Boulevard, em Donostia, com o lema «Demokrazia Euskal Herriarentzat. Errepresioa amaitu». [Democracia para Euskal Herria. Acabar com a repressão.]

Milhares de pessoas secundaram ambas as marchas, sendo que a de Bilbau decorreu debaixo de chuva contínua. Estiveram presentes representantes da esquerda abertzale e do Eusko Alkartasuna (EA), além de diversos colectivos sociais.

«Errepresioa ez da bidea» [a repressão não é o caminho], «atxilotuak askatu» [liberdade para os detidos], «hemen torturatzen da» [aqui tortura-se] ou «Rubalcaba mentiroso» forma algumas das palavras de ordem que os manifestantes fizeram ouvir.

Nos actos políticos que se realizaram no final das duas manifestações, representantes do Movimento pró-Amnistia afirmaram que «a guerra suja continua vigente no ano de 2010» em Euskal Herria e que, «em quatro meses, já vamos com 21 denúncias de tortura».
«Vivemos num Estado policial, com operações policiais semanais e estradas ocupadas por controlos», criticaram.

Consideraram que o desafio para os próximos meses será «desactivar a estratégia repressiva», que procura «impedir a consolidação de um verdadeiro processo democrático neste povo».

«A repressão política tem por objectivo neutralizar o processo político que está a germinar em Euskal Herria», denunciaram, tendo por isso salientado que «o compromisso e a unidade de todos será fundamental para fazer frente a esta estratégia de guerra».

Os oradores garantiram que «cada ataque à solidariedade, cada ataque repressivo, terá como resposta mais solidariedade e maior iniciativa política».

Os dez cidadãos bascos que foram detidos na quarta-feira em Gipuzkoa e na Bizkaia cumpriram hoje o seu quarto dia em situação de incomunicação, enquanto David Pla, detido em Hendaia, está há dois dias no mesmo regime.
Fonte: Gara

Ver também:
Editorial do Gara: «120 horas que só a vingança explica»
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Reportagens fotográficas (Bilbau): Bilboko Branka e Kaleko Begiak