quinta-feira, 22 de abril de 2010

Denunciam irregularidades nas buscas efectuadas na última operação da Guarda Civil


O Movimento pró-Amnistia abordou os maus tratos sofridos pelos detidos na operação levada a cabo pela Guarda Civil em Gipuzkoa e na Bizkaia, em que, segundo afirmou o organismo anti-repressivo, também se cometeram irregularidades durante as buscas.

O Movimento pró-Amnistia aprofundou ontem a questão dos tormentos denunciados por Naia Zuriarrain e Saioa Agirre durante o período de incomunicação em poder da Guarda Civil, e que tinham sido avançados no dia anterior pelas suas advogadas.

As duas jovens relataram às suas advogadas e na presença do juiz que foram acossadas sexualmente pelos agentes que as tinham à sua guarda. Obrigaram-nas a permanecer despidas e apalparam-nas em diversas partes do corpo. Essa situação repetiu-se inúmeras vezes e foi «muito dura», segundo referiram Agirre e Zuriarrain.

A esta última, colocaram-lhe um saco na cabeça «quatro ou cinco vezes», até não ser capaz de respirar, e atiraram-lhe água fria para cima, de acordo com o seu testemunho.

No caso de Agirre, enfiaram-lhe um saco na cabeça mas não o chegaram a apertar. Esta jovem também contou que foi alvo de bastantes agressões, tanto na cabeça como noutras zonas do corpo.

Foram ambas impossibilitadas de dormir, obrigadas a permanecer em posturas forçadas e, para além disso, alvo de pressões, gritos e ameaças durante os cinco dias que durou a situação de incomunicação, informa o Movimento pró-Amnistia.

Tanto Zuriarrain como Agirre denunciaram os maus tratos na presença de um médico forense e do juiz, tendo negado perante Grande-Marlaska as declarações que efectuaram nos calabouços, uma vez que resultaram da tortura a que foram submetidas.

Irregularidades
O organismo anti-repressivo referiu, por outro lado, que nas buscas efectuadas pela Guarda Civil se verificaram numerosas irregularidades. Aponta, como exemplo, as diversas queixas anotadas pelo representante do decano do Colegio de Abogados de Bizkaia durante as buscas ao escritório de advogados de Bilbau, como o aparecimento de memórias USB - pens - na mesa de uma das detidas, tendo esta negado que fossem suas.

O Movimento pró-Amnistia afirma ainda que a detenção de Joxe Domingo Aizpurua foi «ilegal», já que este foi preso «pelas mesmas razões que anteriormente conduziram à sua detenção, julgamento e condenação, tendo sido interrogado diversas vezes relativamente a questões pelas quais já foi julgado».
Fonte: Gara
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Jone Goirizelaia na Infozazpi Irratia

http://www.info7.com/2010/04/21/jone-goirizelaia-6/

Jone Goirizelaia, advogada dos últimos detidos, aborda diversas questões relacionadas com esta operação.