sexta-feira, 23 de abril de 2010

Presos políticos bascos


Xabier Atristain em liberdade depois de aceitarem o recurso interposto pelo advogado
O recurso apresentado pela defesa de Xabier Atristain foi aceite pela Audiência Nacional espanhola e na quarta-feira saiu em liberdade. O donostiarra, nascido em 1970, foi entregue pelo Estado francês às autoridades espanholas no dia 7 de Abril.
O seu nome tinha sido divulgado pelas FSE como o de uma das pessoas procuradas após a detenção de Ibai Beobide em Gipuzkoa, a 14 de Fevereiro último. O donostiarra apresentou-se voluntariamente no dia 6 de Março na esquadra de Biarritz (Lapurdi), onde foi detido.
Antes de se entregar à Polícia francesa, Atristain telefonou para a representação do Gara em Baiona dando conta da sua intenção de se dirigir à esquadra e referindo que preferia divulgá-lo para evitar situações de insegurança. O natural de Donostia esteve um mês encarcerado em prisões francesas até que os tribunais aceitaram o mandado europeu emitido por Madrid contra ele.

Actos de boas-vindas a Eneko Olza e Oihana Mujika
Os presos políticos bascos Eneko Olza e Oihana Mujika foram alvo dos primeiros actos de ongietorri na terça-feira, depois de recuperarem a liberdade. Os habitantes do bairro iruindarra de Donibane receberam Olza assim que chegou, depois de ter passado dez anos na prisão. O jovem iruindarra foi detido em 2000 pela Polícia espanhola acusado de participar num acto de kale borroka.
Em Oiartzun (Gipuzkoa), Oihana Mujika foi recebida calorosamente por cerca de 200 pessoas. A jovem foi detida em Julho de 2008 pela Polícia espanhola às portas do tribunal de Donostia juntamente com outros jovens sobre os quais pendia um mandado de «busca e captura».
Estas detenções foram a continuidade da operação iniciada em Abril desse ano pelo juiz da Audiência Nacional espanhola Fernando Grande-Marlaska, que implicou a detenção de vinte jovens da comarca de Oarsoaldea.
Mujika saiu em liberdade na terça-feira à noite, depois de pagar uma fiança de 9000 euros. Na prisão de Soto del Real era aguardada por cerca de trinta pessoas, que foram identificadas pela Guarda Civil.
O Movimento pró-Amnistia também denunciou numa nota a atitude mantida pela Polícia autonómica em Oiartzun. Segundo afirmaram, enquanto as pessoas esperavam a chegada de Mujika a Ertzaintza retirou da Herriko Plaza as faixas alusivas a Jon Anza e que davam as boas-vindas à jovem. As fotografias dos presos espalhadas pela localidade também terão sido retiradas.
O organismo anti-repressivo afirmou que, com este tipo de actuações, pretendem «acabar» com a «solidariedade» para com os presos políticos bascos, tendo pedido às forças policiais que «nos deixem em paz». Por outro lado, 70 pessoas mobilizaram-se em Gros (Donostia) pelos presos.
Fonte: Gara

Inspecções «humilhantes» a familiares na prisão francesa de Clearvoux
Os familiares dos presos políticos bascos Agustín Figal, Asier Oiarzabal e Aitor Kortazar foram alvo de inspecções físicas «humilhantes» para entrar nas visitas de sexta-feira na prisão francesa de Clearvoux.
De acordo com a nota da Etxerat, foram «apalpados por todo o corpo, incluindo as zonas mais íntimas». A direcção da prisão argumentou que se tratava de uma medida para todos os presos por um alegado «plano de fuga» e que não se voltaria a repetir. Os presos bascos realizaram um protesto, a que se juntaram 60 presos comuns. Ficaram no pátio até que a Polícia entrou e os levou para as celas.

A Etxerat informou que no fim-de-semana passado Fernando Elejalde perdeu o encontro íntimo em Puerto II em virtude das inspecções físicas, tal como Jagoba Terrones em Albocaser. Em Almeria também se perdeu um encontro íntimo e em Múrcia dois. A mãe de Iker Agirre, que é invisual, ficou sem encontro em virtude das inspecções físicas. Na prisão de Topas houve fechamentos na segunda e terça-feira em protesto contra as agressões a vários presos e o encontro perdido por Zigor Goikoetxea. Também fizeram saber que familiares que regressavam de Dax foream alvo de um controlo em Durango.
Por outro lado, o basauritarra Txus Martin cumpre hoje 25 dias em greve de fome em protesto contra o mandado europeu emitido contra ele. Encontra-se hospitalizado desde domingo. Pela mesma razão, o seu conterrâneo Alberto Saavedra está há doze dias em jejum. Para além disso, o iruindarra Joseba Fernández está há duas semanas em greve de fome para exigir que o retirem da solitária.
Fonte: Gara e etxerat.info