quarta-feira, 14 de abril de 2010

Consegues imaginar?


Setembro de 2009. Os partidos políticos e fontes oficiais de rumores do Estado espanhol são uma panela de pressão contra o movimento independentista. O acosso e derrube destes sectores, juntamente com a necessidade de reflexão da esquerda abertzale, fazem com que na Moncloa impere o optimismo sobre a incapacidade do processo de libertação nacional e social. Patxi Lopez e companhia prevêem uma vitória próxima, deslegitimação social da violência, é assim que lhe chamam.

Consegues imaginar nesta situação uma resposta social maioritária às detenções de membros da esquerda abertzale? Consegues imaginar um debate com mais de 7000 pessoas em situação de ilegalidade? Consegues imaginar-te a participar da esperança gerada pelas conclusões do debate?

Conseguias imaginar os movimentos políticos que iam criar? Julgavas possível condicionar a política partidária de entidades como o PNV ou o NaBai? E a dar a volta à posição do Governo espanhol? Julgavas possível voltar a agrupar o Friend Ship no Parlamento europeu? E uma declaração de personalidades internacionais defendendo a resolução do conflito em Euskal Herria?

Pensavas que uma iniciativa de cidadãos a favor da independência pudesse mobilizar no dia 6 de Março 5000 pessoas nas ruas de Iruñea? E o surgimento do que pode ser o embrião de um movimento de cidadãos a favor da independência por parte da Independentistak sarea? E um Aberri Eguna histórico convocado de forma unitária?

Em política, de vez em quando é necessário olhar para trás e analisar o caminho feito com atenção. Em seis meses, a situação geral evoluiu muito e todos os dados corroboram o caminho empreendido: existem condições para a mudança política e social. A esquerda abertzale, ao lado de outros sectores do país, vai estruturar uma aliança popular que colha os frutos da sementeira dos últimos trinta anos de luta.

Consegues imaginar-te a alcançar um cenário em que todos os projectos se possam concretizar em igualdade de condições e na ausência de violência e ingerências externas? Está nas nossas mãos e não o podemos deixar escapar.

Fonte: nafargune.info