quarta-feira, 21 de abril de 2010

José Miguel Gastón: «O rancor contra os 'comuneros' agudizou a repressão de 1936»


José Miguel GASTÓN, historiador e professor, entrevistado por Aritz INTXUSTA

Este historiador de Mélida (Nafarroa) acaba de publicar a monografia ¡Vivan los comunes! sobre a luta contra as usurpações do comunal em Nafarroa entre 1896 e 1936. A obra retrata a evolução de um movimento próprio do herrialde nos momentos anteriores ao golpe de estado e à guerra civil que se lhe seguiu.

A grande maioria dos navarros viveu do campo. As melhores terras das aldeias do herrialde pertencem ao conjunto dos seus habitantes. Estes bens comunais garantiam a igualdade de possibilidades dos habitantes porque se destinaram desde tempos imemoriais a esbater as diferenças económicas entre eles. Nos finais do séc. XIX, uma cadeia de usurpações ameaçou esta pedra angular dos costumes navarros, desencadeando um movimento contestatário que nasceu de forma espontânea. Os camponeses mobilizaram-se para defender o seu direito originário à justa divisão da terra. O movimento durou até 1930, diluindo-se entre ideologias modernas provenientes do estrangeiro, o socialismo e o anarquismo, que defendiam princípios semelhantes: justiça social e divisão equitativa da riqueza. Muitos dos comuneros, ou os seus filhos, acabariam anos depois fuzilados nas valetas por militarem em formações operárias.
VER: Gara