Os jovens que protagonizaram uma espectacular acção de protesto no Arco do Triunfo, em Paris, para denunciar o desaparecimento e a morte de Jon Anza, vão apresentar uma queixa para exigir responsabilidades pela actuação policial, que provocou a queda de um deles de uma altura de 20 metros.
Os jovens que na sexta-feira passada subiram ao Arco do Triunfo e abriram uma enorme faixa com o rosto do militante donostiarra e a pergunta «PSOE-UMP: que fizeram a Jon Anza?» em francês e inglês compareceram ontem publicamente em Baiona para explicar detalhadamente os pormenores do protesto e as circunstâncias em que se verificou a queda de um deles de uma altura de 20 metros, depois de a Polícia ter desatado um dos activistas.
De acordo com este jovem urruñarra, a acção foi bem preparada no que diz respeito aos aspectos material e técnico, até porque eles são escaladores experientes. O seu objectivo era que a faixa pendesse do Arco do Triunfo o máximo de tempo possível, pelo que escolheram o sistema de contrapeso, com dois escaladores atados à mesma corda. Isso significava que, se um deles se soltasse, o outro caía.
«Queríamos dificultar o trabalho de nos desatarem, de maneira a permanecer quatro ou cinco horas lá em cima; dessa forma, os bombeiros iriam precisar de duas gruas para desmontar todo o sistema», explicaram.
Após uma pequena contenda com os vigilantes do monumento, às 10h45 conseguiram abrir a faixa.
Quando a Polícia e os bombeiros chegaram ao local, foram estes os primeiros a aproximarem-se dos activistas, tendo-se retirado de seguida, antes de a Polícia subir ao monumento no cesto da grua. Um agente dirigiu-se em castelhano ao jovem que estava na outra extremidade da corda que segurava o escalador que depois viria a cair: «vais colaborar?», perguntou-lhe.
Segundo relatou, respondeu-lhe que sim, e, tal como o fizeram os seus companheiros, explicou ao polícia que sistema utilizaram para levar a cabo o protesto, avisando-o de que, se soltasse um dos dois, o outro cairia. O agente respondeu-lhe que já sabia.
Apesar disso, prosseguiu, desataram-no e algemaram-no. Na outra extremidade, o seu companheiro apercebeu-se de que a corda não estava tensa e, ao ver que começava a cair, tentou agarrar-se a um andaime colocado numa coluna do Arco. No entanto, soltou-se e, depois de uma pirueta no ar, precipitou-se no solo. Caiu de forma a ficar em cima das duas pernas. «Foi um milagre não ter morrido», admitiu.
Queixa
Por seu lado, Muriel Lucantis, da Askatasuna, afirmou que aquilo que se passou evidencia bem «até onde as autoridades francesas estão dispostas a ir para silenciar uma pergunta que alastra cada vez mais pela sociedade basca».
Por isso, fez saber que vão apresentar uma queixa para exigir responsabilidades pela queda, sublinhando que irão continuar com o trabalho de denúncia, «por cima de ameaças e ataques, até que se saiba o que fizeram ao Jon Anza».
Fonte: Gara
Os jovens que na sexta-feira passada subiram ao Arco do Triunfo e abriram uma enorme faixa com o rosto do militante donostiarra e a pergunta «PSOE-UMP: que fizeram a Jon Anza?» em francês e inglês compareceram ontem publicamente em Baiona para explicar detalhadamente os pormenores do protesto e as circunstâncias em que se verificou a queda de um deles de uma altura de 20 metros, depois de a Polícia ter desatado um dos activistas.
De acordo com este jovem urruñarra, a acção foi bem preparada no que diz respeito aos aspectos material e técnico, até porque eles são escaladores experientes. O seu objectivo era que a faixa pendesse do Arco do Triunfo o máximo de tempo possível, pelo que escolheram o sistema de contrapeso, com dois escaladores atados à mesma corda. Isso significava que, se um deles se soltasse, o outro caía.
«Queríamos dificultar o trabalho de nos desatarem, de maneira a permanecer quatro ou cinco horas lá em cima; dessa forma, os bombeiros iriam precisar de duas gruas para desmontar todo o sistema», explicaram.
Após uma pequena contenda com os vigilantes do monumento, às 10h45 conseguiram abrir a faixa.
Quando a Polícia e os bombeiros chegaram ao local, foram estes os primeiros a aproximarem-se dos activistas, tendo-se retirado de seguida, antes de a Polícia subir ao monumento no cesto da grua. Um agente dirigiu-se em castelhano ao jovem que estava na outra extremidade da corda que segurava o escalador que depois viria a cair: «vais colaborar?», perguntou-lhe.
Segundo relatou, respondeu-lhe que sim, e, tal como o fizeram os seus companheiros, explicou ao polícia que sistema utilizaram para levar a cabo o protesto, avisando-o de que, se soltasse um dos dois, o outro cairia. O agente respondeu-lhe que já sabia.
Apesar disso, prosseguiu, desataram-no e algemaram-no. Na outra extremidade, o seu companheiro apercebeu-se de que a corda não estava tensa e, ao ver que começava a cair, tentou agarrar-se a um andaime colocado numa coluna do Arco. No entanto, soltou-se e, depois de uma pirueta no ar, precipitou-se no solo. Caiu de forma a ficar em cima das duas pernas. «Foi um milagre não ter morrido», admitiu.
Queixa
Por seu lado, Muriel Lucantis, da Askatasuna, afirmou que aquilo que se passou evidencia bem «até onde as autoridades francesas estão dispostas a ir para silenciar uma pergunta que alastra cada vez mais pela sociedade basca».
Por isso, fez saber que vão apresentar uma queixa para exigir responsabilidades pela queda, sublinhando que irão continuar com o trabalho de denúncia, «por cima de ameaças e ataques, até que se saiba o que fizeram ao Jon Anza».
Fonte: Gara