quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O juiz dá ordem de prisão a cinco internacionalistas da Askapena e impõe fianças a outros dois


O juiz da Audiência Nacional espanhola Pablo Ruz deu ordem de prisão a cinco dos sete membros da Askapena detidos pela Polícia espanhola na terça-feira - Walter Wendelin, Gabi Basañez, Haritz Ganboa, Unai Vázquez e David Soto - e impôs o pagamento de uma fiança de 10 000 euros a Rubén Sánchez e de 5000 euros a Itsaso Lekuona. Emitiu ainda uma ordem de busca e captura para o jovem irundarra Uberka Bravo.

Foram todos presentes a tribunal hoje de manhã, pelas 11h00, acompanhados pelos seus advogados de confiança, segundo comunicaram ao Gara. O tratamento a que foram submetidos nos calabouços, como excepção das ameaças referidas por um dos detidos, foi correcto. Durante os interrogatórios, que durararam cerca de quatro horas, alguns recusaram-se a prestar declarações e os que o fizeram refutaram as acusações que lhes são imputadas.

«Sabotar» o caminho aberto
Por seu lado, o movimento internacionalista afirmou na conferência de imprensa que deu ontem em Gasteiz que a operação decretada pelo juiz Pablo Ruz «é outro ataque» contra o processo que se está pôr em marcha em Euskal Herria. O Estado espanhol, «em vez de apresentar uma saída política e democrática, utiliza unicamente meios repressivos e está a tentar sabotar o caminho aberto», referiram.

A Ertzaintza abre três cabeças e fala de confrontos

Notícia completa: Gara

Ver também:
«A AN dá ordem de prisão a cinco dos sete membros de Askapena»

«Askapeneko zazpi kideetatik bost espetxeratzeko agindu du epaileak» [O juiz deu ordem de prisão a cinco dos sete membros da Askapena] (Berria)

«5 novos presos políticos, da Askapena, aumentam a lista do enlouquecido Estado espanhol» (boltxe.info)

«Concentração de apoio à Askapena em Iruñea» (kaosenlared.net / ekinklik.org)

«A Corriente Roja com a Askapena e as liberdades democráticas para Euskal Herria» (boltxe.info)

«A EHL-Argentina coordena uma ampla frente solidária com os internacionalistas detidos» (kasoenlared.net)

Fotos: SareAntifaxista e etengabe
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ASKAPENA AURRERA! Aupa Gabi! Besarkada handi-handi bat denontzat.

Um «perito» policial afirma em tribunal que o trabalho da Udalbiltza era legítimo


Depois de retomada a sessão da tarde, um «perito» policial reconheceu que o trabalho da Udalbiltza era «público e legítimo» e que não conseguiram provar que tivesse relação directa com a ETA.

Referiu que as actuações da Udalbiltza eram a favor da construção nacional [basca], mas reiterou que eram legítimas.

Respondendo a questões colocadas pelo magistrado do MP, disse que a instituição nacional se financiava através das contribuições feitas pelos municípios.

«Invenção» policial
A audiência oral tinha sido retomada na parte da manhã, às 10h30, com o depoimento por videoconferência de um agente da Polícia espanhola que foi chamado como testemunha pela acusação, e que não tinha aparecido na altura em que tinha sido notificado.

Na sua intervenção, que foi muito breve, disse que não se lembrava se durante a operação contra a Udalbiltza tinham encontrado algum documento relacionado com o EHNA [B.I. basco].

Outro agente que também tinha sido convocado para hoje não se apresentou, por motivos que o magistrado do MP disse desconhecer.

Depois, chegou a altura da prova pericial, a cargo de quatro polícias e dois guardas civis «peritos», também por videoconferência. Um deles fez de porta-voz dos seis.

As questões do magistrado da acusação foram feitas no sentido de ligar a criação da Udalbiltza à ETA. O «perito» policial, por seu lado, corroborou essa tese e admitiu que a denominação «Udalbiltza-Kursaal» foi uma invenção da Polícia.

Se se cumprirem as previsões, entre hoje e amanhã serão analisadas as provas periciais. Em meados de Outubro, a defesa e a acusação apresentarão as suas últimas conclusões, e o julgamento ficará a aguardar a sentença.

Mostras de apoio
Nesta recta final do julgamento, os arguidos continuam a receber o apoio e a solidariedade de agentes políticos, sociais ou sindicais e de milhares e milhares de cidadãos bascos que irão participar em diferentes mobilizações convocadas por toda Euskal Herria.

Neste sentido, amanhã terá lugar em Bilbo uma manifestação, que partirá às 19h30 da Praça Arriaga com o lema «Bai Udalbiltzari. Bai Euskal Herriari. Udalbilza aske!». Quem convocou esta manifestação foi o grupo Bilboko Ekimena, constituído pela esquerda abertzale, EA, Aralar, Alternatiba, Antikapitalistak, Euskal Komunistak, PCPE, ELA, LAB, ESKE ou STEE-EILAS, entre outras forças e agentes.

Para além disso, convocaram para sábado, às 12h00, concentrações em todas as localidades da rede Bai Udalbiltzari, além de aderirem à manifestação que irá percorrer as ruas de Bilbo na parte da tarde.
Fonte: Gara

Será o sindicato LAB o próximo alvo do totalitarismo espanhol?


O LAB pergunta ao Governo espanhol por que persegue a sua secretária-geral e a sua Comissão Executiva
Gara eta Berria, Bilbo * E.H.
O LAB denunciou a perseguição e a espionagem «constante» que a sua secretária-geral, Ainhoa Etxaide, e os membros da Comissão Executiva sofrem por parte da Polícia espanhola e avisou o PSOE que «vai falhar» na sua tentativa de bloquear o processo.
Como exemplo, disse que ontem mesmo teve lugar uma reunião com a esquerda abertzale a pedido do LAB, para tratar do desenvolvimento do Acordo de Gernika, e que durante o encontro foram constantemente vigiados «pela Polícia». (Gara)

«Poliziaren jazarpena salatu du LABek» [O LAB denunciou perseguição policial] (Berria)

«LAB sindikatua denuncia acosso policial» (boltxe.info)
Ver: http://www.labsindikatua.org/

Fonte: SareAntifaxista

A extrema-direita unionista espanhola pede a cabeça de Tazio Erkizia
PSE, PP e UPyD pedem ao Governo de Lakua que actue contra Tasio Erkizia
Gasteiz * E.H.
PSE, PP e UPyD aprovaram no Parlamento títere de Gasteiz uma iniciativa em que pedem ao Governo de Lakua que leve a cabo «as acções judiciais pertinentes» contra Tasio Erkizia por declarações proferidas em Junho num debate.

Stop kriminalizazioa! Faxismoaren aurka!
Fonte: SareAntifaxista

Nota: O dirigente independentista, que é acusado de ter dito que «há mais motivos que nunca para a luta armada», já afirmou na devida altura que as suas palavras foram «retiradas do contexto». PNV, Aralar, EA e EB votaram contra a resolução. (Gara)

O juiz Ruz afirma que irá aplicar três medidas para «prevenir» os maus tratos


O juiz da Audiência Nacional espanhola Pablo Ruz aceitou a aplicação de medidas para «prevenir» maus tratos. Ao contrário de Grande-Marlaska há duas semanas, Ruz aceitou o pedido dos advogados dos sete internacionalistas detidos - que, segundo indicou o Movimento pró-Amnistia, serão hoje presentes, previsivelmente, a tribunal - de que sejam visitados por um médico de confiança, de que os seus familiares sejam informados onde e como estão, e de que o período de detenção seja filmado em vídeo.

Não obstante, o Movimento pró-Amnistia afirmou que essas medidas «não são suficientes», posto que pessoas detidas a quem foram aplicadas essas mesmas medidas denunciaram maus tratos «em mais do que uma ocasião».
Além de que «nenhum advogado conseguiu ainda ver os vídeos das detenções», salientaram.

«Sabotar» o caminho aberto
No entender do movimento anti-repressivo, só o fim do regime de incomunicação e o facto de os detidos serem imediatamente conduzidos à presença do juiz «possibilitarão o fim da tortura».

Por seu lado, o movimento internacionalista basco, juntamente com representantes do movimento popular, deram ontem uma conferência de imprensa massiva, à qual também assistiram numerosos meios de comunicação, para denunciar a detenção de Walter Wendelin, Ruben Sánchez, Gabi Basañez, Haritz Ganboa, Unai Vázquez, Itsaso Lekuona e David Soto.

Antes de mais, os militantes internacionalistas Naiara Bernal e Jon Etxebarria transmitiram a sua solidariedade tanto aos detidos como aos seus familiares e amigos.
Mostraram-se também preocupados com a forma como possam estar a ser tratados, tendo por isso exigido «a suspensão imediata do regime de incomunicação e a sua libertação» ante o risco de tortura e maus tratos.

Apoiados por quase uma centena de pessoas, Bernal e Etxebarria salientaram que a operação decretada pelo juiz Pablo Ruz «é outro ataque» contra o processo que se está pôr em marcha em Euskal Herria. O Estado espanhol, «em vez de apresentar uma saída política e democrática, utiliza unicamente meios repressivos e está a tentar sabotar o caminho aberto», referiram.

Neste sentido, afirmaram que o envolvimento e a solidariedade existente a nível internacional para a consecução de uma solução democrática «se tornou um problema para o Estado espanhol», que, no entender dos internacionalistas, «o quer parar».

Denunciaram também o duplo objectivo da operação policial: «por um lado, procuram a criminalização da solidariedade entre os povos, e, por outro, pretendem acabar com a solidariedade que Euskal Herria recebe da comunidade internacional».

Para além disso, o movimento internacionalista basco fez um apelo para que se denuncie este novo ataque «como a sistemática violação de direitos que sofremos» e desafiou a sociedade «a continuar a trabalhar» pelo reconhecimento dos direitos em Euskal Herria.

Em nome do movimento internacionalista, Naiara Bernal e Jon Etxebarria desafiaram a sociedade a estar presente na manifestação convocada para dia 2 de Outubro em Bilbo, tendo ainda referido que o encontro previsto para o dia 16 de de Outubro em Gernika, no âmbito do 'Dia Internacionalista', se mantém de pé.

No final da conferência de imprensa, quatro furgonetas da Polícia de Rodolfo Ares invadiram a Praça dos Foros, e uns vinte agentes equipados com material antimotim dirigiram-se a duas pessoas que tinham participado na conferência e identificaram-nas. Depois de dez minutos de tensão, os polícias retiraram-se.

Do México à Palestina
Face a esta última operação contra a Askapena, são numerosas as mensagens de apoio e solidariedade que a organização internacionalista está a receber, provenientes tanto de Euskal Herria como da comunidade internacional.

À conferência de ontem aderiram: Anitzak, Elkartzen; ezker abertzalea; Esait; Boltxe; Bilgune Feminista; Gazte Abertzaleak; Gite-Ipes; Komite Internazionalistak; Aralar; TAT; Eskubideak; Mekaguen, Paya, Komantxe, Askapeña, eta Abante konpartsak; Giza Eskubideen Behatokia; AAM; EHE; Bai Euskal Herriari; Sare Antifaxista; LAB; EHBE; Herria 2000 Eliza; Kristau Elkarte Herritarrak e Euskal Herriko Apaiz Koordinakundea.

Além disso, o sindicato Hiru, a coordenadora antimilitarista Kakitzat, o TAT e diferentes colectivos solidários e internacionalistas de Iruñea, que convocaram uma concentração para hoje às 19h00 em frente à delegação do Governo espanhol, denunciaram as detenções através de comunicados.

A nível internacional, também não param de chegar mensagens de solidariedade para Wendelin, Sanchez, Basañez, Ganboa, Vázquez, Lekuona e Soto. Até à data receberam o apoio e o compromisso de continuar a trabalhar pelos direitos de Euskal Herria de sítios como a Argentina, a Venezuela, o México ou a Palestina. Na Europa: da Irlanda, da Itália, de Portugal, da Suíça, da Escócia, da Occitânia ou dos Países Catalães, especialmente por parte dos Euskal Herriaren Lagunak.

Zuriñe ETXEBERRIA
Fonte: Gara

Ver também: askapena.org

O Olhar de Tasio

TASIO (Gara)

Liberación inmediata de los detenidos de Askapena / Libertação imediata dos detidos da Askapena

de Alfonso Sastre, John Brown e Santiago Alba Rico (*)

A fuerza de olvidar que existe un problema político en el País Vasco y un gravísimo problema constitucional y social en el Estado español, llegan a criminalizar todo antagonismo real, a matar toda vida política efectiva

Las últimas detenciones ocurridas en el País Vasco siguen la lamentable tónica de las precedentes. Las personas detenidas desarrollaban todas ellas actividades políticas pacíficas y legales y lo hacían a la luz del día. Ciertamente, los militantes de Askapena son favorables a la autodeterminación y a la independencia del País Vasco, también auspician para este país un orden social poscapitalista. En esos objetivos coinciden sin duda con muchas personas que hoy no pueden expresar su opinión mediante el voto, pero que representan un buen porcentaje de la población vasca. En los objetivos de autodeterminación han venido siendo respaldados, hasta la prohibición de la izquierda abertzale, por un 60% de la población de su país. En los objetivos anticapitalistas también los secunda otro importante sector dentro y fuera del País Vasco.

De lo que se les acusa hoy es de que sus objetivos políticos coincidieran con los de ETA y de que sus nombres aparecieran en documentos incautados a miembros de esa organización armada. Muy endebles argumentos para privar a las personas de libertad en una democracia. Ya se sabe el uso que hizo la junta militar argentina de las agendas personales de los guerrilleros que caían en sus manos: todos los que en ellas figuraban eran detenidos, torturados, eliminados. No se trataba de neutralizar la violencia armada, siempre minoritaria, sino de neutralizar a amplias corrientes sociales y políticas. Un grupo armado con objetivos políticos puede coincidir en sus objetivos con amplios sectores sociales que no comparten los mismos medios. Ello no significa que el conjunto de estos sectores sean «violentos», sino que algunos «violentos» comparten sus objetivos. Sería sorprendente que los jueces españoles considerasen que los ultraderechistas y racistas armados que votan al PP o al PSOE contaminan irreversiblemente a estas organizaciones políticas. ¿Acaso esperan encontrar en la agenda de un militante de ETA contactos con la derecha españolista? A fuerza de olvidar que existe un problema político en el País Vasco y un gravísimo problema constitucional y social en el Estado español, llegan a criminalizar todo antagonismo real, a matar toda vida política efectiva.

La metonimia de la agenda permite reconstituir una red, pero no la red de la organización armada, sino la del movimiento político y social con cuyos objetivos coincide la organización armada. En otros términos, por la metonimia de las agendas y por la analogía que informa el propio concepto -profundamente antijurídico- de «terrorismo», termina aplicándose el derecho penal de las dictaduras que conoció su época dorada durante el régimen nazi. Según el derecho penal liberal, para castigar un acto delictivo, éste ha debido previamente ser definido de manera precisa y rigurosa, a fin de evitar la metonimia de las agendas y la analogía del «terrorismo», que castiga tanto al enemigo armado del Estado como a quienes comparten sus objetivos políticos o incluso a los miembros casuales de su «entorno». Esta amalgama antijurídica es la que inspira la persecución estrictamente política dirigida contra el conjunto de la izquierda independentista vasca; es la que hace que el Estado español cuente con el mayor número de presos políticos de Europa, compitiendo en ignominia con la semidictadura militar turca.

Cuando ETA acaba de declarar una tregua unilateral y la izquierda abertzale está iniciando los contactos con mediadores internacionales indispensables para un genuino proceso de paz, la actuación de los magistrados y de la fiscalía españoles contra los sectores más comprometidos con este proceso muestra la verdadera cara del régimen.

A fin de evitar que el nuevo proceso de paz que hoy puede desarrollarse fracase como los anteriores, los abajo firmantes exigimos la derogación del conjunto de las leyes antiterroristas y la inmediata liberación de los centenares de presos políticos que estas leyes antidemocráticas y antijurídicas han conducido a prisión. Reclamamos la inmediata puesta en libertad de los militantes de Askapena recientemente detenidos. Exigimos al Estado español el cumplimiento de sus compromisos internacionales en materia de derechos de los individuos y de los pueblos.


(*) Além de Alfonso Sastre, John Brown e Santiago Alba Rico, assinam este artigo Carlo Frabetti, Belén Gopegui, Carlos Fernández Liria, Constantino Bértolo, Angeles Díez e Pascual Serrano

Fonte: Gara
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Ver também:
«Una ventana al exterior», de Oihana LLORENTE

«Euskal Herria internacionalista», de Jesús VALENCIA

De acordo com a Etxerat, perderam-se visitas novamente por culpa das inspecções físicas


A Etxerat informou que as tentativas de inspecção física humilhante ocorridas no dim-de-semana passado voltaram a fazer com presos bascos nas prisões espanholas ficassem sem visitas. Em Puerto I, por exemplo, os familiares do preso Fernan Elejalde, além do fim-de-semana perdido, apenas puderam realizar cinco visitas das 25 a que tinham direito sem ser alvo das tentativas de inspecção. Também os familiares de José Ignacio Gaztañaga, em Ocaña I, e de Asier Tapia e Gaizka Jareño, em Huelva, perderam as suas visitas. Para além disso, na prisão de Almeria, em Setembro perderam-se três encontros e mais duas visitas por protestos.
Fonte: Gara

Denunciam a «presença asfixiante» da Guarda Civil em Oñati
Na terça-feira à noite, cerca de 350 pessoas secundaram uma manifestação em defesa dos direitos dos perseguidos políticos bascos, que percorreu as ruas de Oñati (Gipuzkoa). Por outro lado, de acordo com informações transmitidas ao Gara por habitantes da localidade, «a presença de agentes à paisana da Guarda Civil está-se a tornar asfixiante». O Movimento pró-Amnistia informou também que os polícias retiraram cartazes e que se viveram momentos de tensão quando alguns moradores se aproximaram para pedir explicações e «estes responderam com ameaças».
Fonte: Gara

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Estrasburgo condena o Estado espanhol a indemnizar um preso basco por não investigar a sua denúncia de tortura


O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem condenou o Estado espanhol a indemnizar o preso político basco Mikel San Argimiro Isasa no valor de 23 000 euros, ao entender que violou o artigo 3 – que proíbe a tortura – da Convenção Europeia dos Direitos do Homem.

Sentença na íntegra (fr)

O tribunal sustenta que após a queixa apresentada pelo donostiarra, depois de ter sido detido e ficado incomunicável pela Guarda Civil, houve «ausência de uma investigação efectiva» dessa denúncia por parte do Estado espanhol.

A sentença não entra em especulações relativas à existência de maus tratos e argumenta que «os elementos de que dispõe não lhe permitem ir além de toda a dúvida razoável» sobre se se terão verificado ou não.

Afirma, no entanto, que «as jurisdições internas – em alusão aos tribunais espanhóis – refutaram as provas que poderiam ter contribuído para o esclarecimento dos factos», em referência ao vídeo da detenção, para «identificar e punir os eventuais responsáveis» pela tortura.

De igual forma, considera «irregulares» as «lacunas» existentes no dossier médico de San Argimiro.

A sentença condena Madrid a pagar 23 000 euros a San Argimiro, 20 000 dos quais por danos morais e os outros 3000 por custos.

Agressões, «o saco», vexações sexuais e humilhações
O preso donostiarra, actualmente encarcerado em Cáceres, foi detido em Maio de 2002 em Madrid. Depois de ter estado incomunicável, denunciou na Audiência Nacional espanhola que tinha sido submetido a maus tratos. O relatório forense apreciou contusões e hematomas em diversas partes do corpo, e no dia seguinte constatou a existência de novas lesões, sem especificar a sua origem. Foi encarcerado em Badajoz, onde o médico detectou uma costela partida.

Na queixa que apresentou num tribunal de Donostia, mencionou agressões na cabeça, sessões «do saco», humilhações, vexações sexuais, ameaças de morte e de violação, tal como refere a sentença do Tribunal dos Direitos do Homem.

O Tribunal de Instrução 43 de Madrid ordenou a abertura de uma investigação, e posteriormente arquivou o caso.

Em Novembro de 2003, a Audiência Provincial de Madrid concluiu que a decisão do juiz de instrução era fundamentada, mas considerou que «era necessária uma investigação mais completa».

Por fim, esse mesmo tribunal confirmou o arquivamento, referindo que «não era possível identificar» os agentes da Guarda Civil que detiveram San Argimiro e que os vídeos da detenção «seriam insuficientes» para evidenciar a tortura.
Fonte: Gara

Ver também:
«A Europa assenta precedente contra o Estado espanhol num caso de tortura»

Testemunho de Mikel San Argimiro: «Interrogatórios, agressões com jornais enrolados, nos testículos, o saco...»

Askapena: «O objectivo desta operação é criminalizar tudo aquilo que os movimentos sociais fizerem»

Mate, militante da Askapena, explica o trabalho desta organização internacionalista.

Fonte: apurtu.org
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LEITURAS

Apelam à participação na manifestação de sábado em Bilbo para «tornar imparável o caminho iniciado»


Representantes de 40 agentes sociais de diferentes âmbitos e ideologias deram ontem à tarde uma conferência de imprensa para tornar pública a sua adesão à manifestação convocada para o dia 2 de Outubro com o lema «No a la prohibición de manifestaciones. Ninguna imposición, ninguna violencia. Sí a los derechos humanos, civiles y políticos».

Entre as organizações que apoiam a marcha encontra-se a Askapena, cuja cadeira estava vazia. Lorea Bilbao e Lander Etxebarria, que foram os porta-vozes, fizeram questão de transmitir aos sete internacionalistas ontem presos a sua solidariedade e a «firme convicção de que o caminho empreendido será capaz de fazer com que este tipo de acontecimentos jamais se voltem a repetir».

Salientaram o facto de, apesar de serem oriundos de diversos âmbitos e de terem formas distintas de pensar, estarem unidos pelo compromisso em torno da necessidade de que em Euskal Herria «todos e todas sejamos pessoas e colectivos de pleno direito, sem nenhum tipo de excepção ou exclusão».

Depois de recordarem as proibições da Audiência Nacional às manifestações convocadas para 11 de Setembro, afirmaram que responderam ao apelo feito na semana passada por um grupo de pessoas relevantes porque «isso ajuda a fortalecer o amplo acordo que construímos laboriosamente nos últimos meses» em torno das seguintes reivindicações: a suspensão de toda a situação de excepção ou de violência, e a garantia do exercício dos direitos civis e políticos, direitos humanos, individuais e colectivos.

Bilbao e Etxebarria fizeram um apelo a «todas as pessoas e colectivos para que tomem a iniciativa» e participem na mobilização, para que «entre todas e todos tornemos imparável o caminho iniciado».

Entre os agentes que apoiam a marcha contam-se Anitzak, Elkartzen, Esait, Lau Haizetara Gogoan, Lokarri, Iratzarri, Eguzki, Alternatiba Gazteak, Gernika Batzordea, CNT, EHE, Etxerat, Gite Ipes, TAT, Gazte Abertzaleak, Gazte Independentistak e várias comparsas de Bilbau, entre outros.
Fonte: Gara
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Apesar das proibições, os militantes bascos falecidos foram lembrados em dezenas de actos


Num dia como na segunda-feira, há 35 anos, foram fuzilados os militantes bascos Jon Paredes, «Txiki», e Angel Otaegi, juntamente com três membros do FRAP, por ordem do regime franquista. Desde então, o 27 de Setembro é dia de homenagem e lembrança. Apesar das proibições ou dos entraves policiais, durante o Gudari Eguna deste ano sucederam-se os actos em tributo a todos os militantes bascos falecidos.

«Temos de pedir autorização para vir ao cemitério visitar o nosso irmão?». Familiares e amigos de Jon Paredes Manot, «Txiki», encontraram-se novamente com a Ertzaintza no cemitério de Zarautz, quando iam realizar a homenagem habitual no 35.º aniversário do seu fuzilamento. O juiz da Audiência Nacional Fernando Andreu tinha mandado vigiar a homenagem «para evitar acções que pudessem enquadrar-se no enaltecimento ou apoio a pessoas ou grupos terroristas ou a associações declaradas ilegais». Os agentes afirmaram que a sua presença se devia ao facto de «terem de elaborar um relatório».

No muro de Santa Isabel
À tarde, um acto semelhante organizado pela Ahaztuak teve lugar no cemitério de Gasteiz. Cerca de 150 pessoas juntaram-se em frente ao muro traseiro do cemitério, lugar convertido em paredão pelos franquistas, onde morreram executadas dezenas de pessoas. Após o aurresku e a oferta de flores, cantaram a canção «Mendigoixaliarena», de Lauaxeta, que foi fuzilado nesse mesmo local. O cemitério de Derio também se transformou em palco de homenagem a estas vítimas do franquismo.

Muitos foram os lugares de Euskal Herria onde decorreram actos relacionados com o Gudari Eguna, como Altza, onde evocaram a figura de Imanol Gómez, no quinto aniversário da sua morte; Azpeitia, onde três centros de ensino colocaram ikurriñas com crepes negros e fotografias de militantes falecidos e 150 estudantes participaram numa concentração; ou Errenteria-Orereta, onde se concentraram 250 estudantes.

À tarde, em Getaria 25 pessoas juntaram-se à na concentração realizada por ocasião do Gudari Eguna, 14 em Mallabia, 16 em Plentzia e 150 em Donostia. Em Zaldibia juntaram-se 80 pessoas, em Barakaldo 230 e em San Pedro-Trintxerpe 40. Em Algorta colocaram uma placa em memória de Eustakio Mendizabal, «Txikia», no local onde faleceu; depois, mais 63 pessoas participaram num acto de homenagem aos falecidos na Praça Txiki eta Otaegi.

Da mesma forma, em Deba reuniram-se 35 pessoas, 200 no acto vespertino em Zarautz, 300 em Iruñea, 50 em Erromo (Getxo), 60 em Leioa e em Sodupe. Em Azpeitia manifestaram-se 150 pessoas e 500 em Orereta.

Durante o fim-de-semana
Em Baiona e Sestao foram colocadas faixas nas ruas em memória dos falecidos e foram dados novos nomes a ruas em lembrança de militantes mortos. Na localidade biscainha, expuseram ainda painéis informativos sobre o fuzilamento de Txiki e Otaegi, embora a Ertzaintza não tenha demorado a removê-los, mobilizando para isso várias patrulhas.
Um preso político de Almeria, por seu lado, levou a cabo um jejum em homenagem ao recém-falecido exilado político basco José Mari Zaldua.

No fim-de-semana também houve diversos actos evocativos relacionados com o Gudari Eguna. Em Nuarbe, prestaram homenagem a Dionisio Aizpuru, «Kurro», Pedro Mari Isart, «Pelitxo», e Angel Otaegi. Em Zumaia, lembraram Xabier Kalparsoro 17 anos depois da sua morte e em Ezkerraldea, Meatzaldea e em Enkarterriak (três zonas da Bizkaia) realizaram actos a que assistiram cerca de 60 pessoas.

Na homenagem aos militantes falecidos que se realizou em Ittun Harri, em Sara (Lapurdi), evocaram especialmente a figura de José Mari Zaldua.

[Na sequência]
«Vetos de Lakua e ordens para vigiar da Audiência Nacional»
Notícia completa: Gara

Foto: SareAntifaxista

Ver também a reflexão da Ezker Abertzalea a propósito do Gudari Eguna:
«Gudari Eguna 2010, memória para construir uma nova oportunidade»

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Comunicado da Associação portuguesa de Solidariedade com Euskal Herria (ASEH)

A ASEH recebeu com estupefacção a notícia da detenção de sete membros da organização basca internacionalista Askapena. Com uma larga trajectória de trabalho solidário com a luta de outros povos, entre os quais o português, a Askapena também denunciava a repressão dos Estados espanhol e francês contra o povo basco. É, portanto, mentira a informação que veiculam os meios de comunicação social portugueses e estrangeiros de que se trate do aparelho internacional da ETA.

O Estado espanhol lança toda a sua estrutura repressiva contra os independentistas bascos, num momento em que vários partidos, sindicatos, organizações juvenis e humanitárias, agentes internacionais, entre os quais partidos e personalidades Nobel da Paz, trabalham para um processo rumo à conquista da tão necessária paz, baseada em princípios democráticos como o direito à autodeterminação do povo basco. É fácil ver quem quer a paz e quem quer a guerra.

Estamos solidários com a Askapena e com os nossos companheiros de sempre. Não são terroristas. A comunicação social portuguesa volta a repetir as palavras das agências propagandistas espanholas sem qualquer sentido crítico. Neste momento, evidenciamos também a nossa preocupação sobre a forma como os membros da Askapena possam estar a ser tratados nos calabouços. Denunciamos a utilização sistemática da tortura por parte das autoridades espanholas.

Viva a Askapena!
Não à ofensiva repressiva do Estado espanhol!
Viva o País Basco livre e socialista!

A detençao de sete activistas da Askapena, organização basca de solidariedade internacionalista, merece toda a nossa atenção e solidariedade

A Associação de Solidariedade com Euskal Herria emitirá um comunicado proximamente, mas fica desde já esta nota, através da qual pretendemos expressar a mais profunda revolta perante estas detenções e a total solidariedade para com os detidos da organização internacionalista basca Askapena - com a qual mantemos uma relação de fraterna cooperação e colaboração há vários anos - e seus familiares.

Claro que não somos alheios à intensa campanha de acosso mediático a que a Askapena tem sido submetida nos últimos anos, em Euskal Herria, em Espanha e noutros países. Claro que não somos alheios à linguagem e à acção da máquina repressiva do Estado espanhol, que bem oleada se afigura nestes momentos de mudança e esperança na sociedade basca.
Para finalizar a nota, deixamos as palavras avisadas de um articulista no diário Gara (27/09/2010): «Como el viejo dictador, quienes quisieran cerrar el paso a la marcha hacia la libertad del pueblo vasco confían en que la represión ciegue el camino emprendido por los independentistas y haga saltar por los aires un proceso que ya ha comenzado y para el que la izquierda abertzale necesitará acreditar de nuevo su capacidad de sacrificio, su voluntad de lucha y también serenidad, nervios templados y no caer en las provocaciones que vengan.»

A Polícia espanhola detém sete membros da Askapena

A Polícia espanhola deteve esta madrugada sete pessoas na Bizkaia, Araba, Gipuzkoa e Nafarroa numa operação contra a Askapena decretada pelo juiz da Audiência Nacional Pablo Ruz, que os acusa de «integração em organização terrorista». Trata-se de Walter Wendelin, Gabi Basañez, Unai Vázquez, Itxaso Lekuona, Rubén Sánchez, David Soto e Aritz Ganboa, que estão incomunicáveis e foram levados para Madrid.

«A Askapena afirma que a operação pretende "criminalizar a solidariedade entre os povos"»

«A esquerda abertzale pede que "se responda com responsabilidade" a este "ataque ao novo cenário político"»
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De acordo com informações adiantadas pelo Movimento pró-Amnistia, Walter Wendelin e Rubén Sánchez foram detidos em Gasteiz; Gabi Basañez em Getxo; Unai Vázquez em Barakaldo; Itxaso Lekuona em Errenteria; David Soto em Iruñea e Aritz Ganboa em Arruazu.

A organização anti-repressiva referiu que Itsaso Lekuona foi interceptada por volta da meia-noite em Errenteria, na rua, por duas pessoas à paisana que iam encapuzadas. A jovem encontrava-se com outra pessoa – Josu Arruabarrena – e ambos foram metidos em diferentes viaturas, segundo pôde verificar um morador, que avisou a família. Depois de apresentarem queixa na Ertzaintza, foram informados que Lekuona estava detida. Arruabarrena saiu em liberdade horas depois.

A operação é dirigida pelo juiz Pablo Ruz, que substituiu Baltasar Garzón após a sua saída do tribunal especial. O magistrado acusa os detidos de «integração em grupo armado» e de desempenhar funções dentro do «aparelho internacional» da ETA através da Askapena, de acordo com o que as agências espanholas divulgaram.

A Polícia efectuou buscas nas casas dos detidos e também nas sedes da Askapena na Rua Jarauta, em Iruñea, e na Rua Aiztogile, em Gasteiz. Ao todo foram efectuadas sete buscas, de acordo com o Ministério espanhol do Interior.

«Braço internacional da ETA» [excerto absolutamente imperdível ou "lá vem a dita"]
O Ministério do Interior emitiu uma nota em que qualifica a organização internacionalista como «braço internacional da ETA» e refere que «a ETA utilizava a Askapena para divulgar a sua propaganda e manter contacto com outras organizações no âmbito internacional».

O procurador-geral do Estado, Cándido Conde-Pumpido, foi mais além e ligou os sete cidadãos bascos às FARC colombianas.

«É importante lutar contra este sistema de protecção que o terrorismo tem através de ligações internacionais, neste caso com as FARC, que é uma organização felizmente em decadência mas que tem ligações internacionais», afirmou Conde-Pumpido.

Pessoas bastante conhecidas
O Movimento pró-Amnistia manifestou o seu apoio e solidariedade aos sete detidos e aos seus familiares e mostrou a sua preocupação pelo forma como possam vir a ser tratados enquanto estiverem incomunicáveis.

Salientou que as sete pessoas presas são muito conhecidas em Euskal Herria e que nos últimos anos levaram a cabo um trabalho «totalmente público e transparente» no âmbito da internacionalização, do euskara, do movimento juvenil e popular ou do bertsolarismo.

Ao mesmo tempo, destacou o trabalho da Askapena para dar a conhecer em todo o mundo a situação «de opressão e repressão» que Euskal Herria sofre e para fazer chegar a solidariedade basca à Irlanda, à Venezuela, a Cuba, à Bolívia, à Argentina, ao Uruguai, ao México, à Colômbia, à Palestina e ao Equador, entre outros países.

Mobilizações
Foi convocada para esta tarde (19h30) uma mobilização para a Praça Circular em Bilbau, para denunciar a operação policial.
Fonte: Gara

«Ataque repressivo contra o Movimento Internacionalista», em SareAntifaxista

«Operação Policial: detidos os navarros David Soto e Aritz Gamboa juntamente com mais 5 pessoas da Askapena», em apurtu.org

Viva o Movimento Internacionalista e Solidário basco! ASKAPENA AURRERA!

Liberdade para os detidos já! ATXILOTUAK ASKATU!
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«Gracias, Walter», de Carlo FRABETTI
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29/09/2010:
«Rubalcaba tenta desligar as detenções e o novo cenário»

«O debate faz-se protesto em Bilbo e a assembleia acaba em carga em Hondarribia»

«O juiz aceita aplicar aos detidos medidas para prevenir maus tratos»

A cegueira política não ilumina o caminho

As reflexões que todas as forças políticas com presença em Euskal Herria estão a realizar sobre os passos que têm vindo a ser dados nos últimos meses em prol de uma solução democrática para o conflito político, e para as expressões de violência que este implica, não vão ser transmitidas à opinião pública da noite para o dia. Pelo menos aqueles que continuam instalados na «frente do não» vão precisar de tempo para se reposicionarem neste cenário que, como se viu no sábado em Gernika, está a oferecer imagens em permanente movimento, difíceis de imaginar há apenas um ano.

Não obstante, ao ouvir no domingo o discurso de Iñigo Urkullu, no Alderdi Eguna do PNV, ou os comentários de Patxi López, de Xangai, sobre a entrevista à ETA que este diário publicou anteontem, parece que estão a ficar com o relógio da iniciativa política parado, se não é que estão instalados numa máquina do tempo que viaja para o passado. Os slogans fáceis têm data de validade, especialmente quando só procuram desacreditar a outra parte sem trazer nada à sociedade no seu todo; quando tentam colocar uma gigantesca venda aos cidadãos para que não vejam a realidade tal como é, um complexo cenário de relações em perpétuo movimento.

É inquestionável que os posicionamentos do PNV e os do PSOE influem bastante no desenrolar da política basca, para o bem e para o mal, e que sem a sua participação não se poderá alcançar um quadro democrático completo, mas também é evidente que, nos últimos tempos, este país no seu conjunto caminha a um ritmo mais veloz que o que pretendem impor as direcções desses dois partidos, aplaudidos, saliente-se, pelo PP, embora seja com algum ou outro receio, cada vez que repetem a mensagem já suficientemente batida do «não vemos nada de novo». Quando a maioria da sociedade basca se está a aperceber com total nitidez das mudanças que nos aproximam de um cenário de paz e soluções democráticas, vangloriar-se de semelhante cegueira política pode tornar-se contraproducente.
Fonte: Gara

De Urkullu/PNV:
«A iniciativa que Urkullu disse que o PNV tinha elaborado foi apresentada há seis meses»

De López/Lehendakaritza:

De PSOE/Gobierno:

Reunião em EH:

«O EA entrega em mão ao PSE o Acordo de Gernika», de Iñaki IRIONDO

Tomás Urzainqui: «A independência é um projecto da sociedade no seu todo, necessário e concretizável»

Tomás URZAINQUI, memória e direito para a soberania

O seu livro La Navarra marítima sacudiu a historiografia e trouxe à luz os acontecimentos negados e ocultados pelos conquistadores do Velho Reino dos bascos e pelos seus herdeiros. Não queria jogar com as cartas marcadas do vencedor e entregou-se à investigação para empedrar de argumentos o caminho da recuperação da soberania perdida. A partir da história e do direito, mas sublinhando sempre que à frente de tudo está a livre vontade dos cidadãos livres. Porque não há democracia sem soberania.

Texto: Fermin MUNARRIZ • Fotografias: Lander FDEZ. ARROYABE
VER: Gara

Bideoa/Vídeo: http://www.gara.net/bideoak/urzainqui/index.php

Criticam o julgamento iminente de nove jovens independentistas navarros

Na próxima segunda-feira mais nove jovens independentistas serão julgados na Audiência Nacional espanhola acusados de pertencer à Segi. Depois dos julgamento dos jovens de Lea-Artibai e de Donostia, agora são os navarros que estão no alvo do tribunal especial.

Nos dias 4 e 5 de Outubro, nove jovens independentistas de Iruñerria vão sentar-se no banco dos réus da Audiência Nacional espanhola, acusados de «pertencer à Segi». Vizinhos dos jovens deram uma conferência de imprensa no sábado para denunciar o julgamento iminente e manifestar a sua solidariedade para com os afectados, tendo ainda convocado uma manifestação que irá percorrer Burlata no próximo sábado a partir das 12h00.

Entre os imputados encontram-se jovens que foram detidos nas operações policiais levadas a cabo em 2008 - Iñaki Marin e Iker Araguas, ainda na prisão, e Diego Octavio Martikorena -, bem como outros que foram depois imputados com base nos depoimentos arrancados na esquadra - Joseba Fernández, Artzai Santesteban, Xabier Arina, Ibai Moreno e Imanol Salinas.

Na conferência de imprensa que decorreu em Burlata, de onde são três deles, denunciaram «a onda de detenções» que se abateu sobre a juventude navarra, e a basca em geral, nos últimos anos. «Detenções de pessoas conhecidas pela sua actividade política e social nas suas terras ou bairros», disseram.

Lembre-se que, entre Agosto e Novembro de 2008, mais de uma vintena de jovens foram presos em Iruñerria (Comarca de Pamplona) sob a acusação genérica de pertencerem à Segi e sem que fosse apresentada nenhuma outra acusação específica.

Tal como alertaram na conferência, a maioria das pessoas detidas ficou incomunicável, tendo denunciado posteriormente ter sido submetida a tortura, o que, segundo afirmaram, os levou a realizar depoimentos auto-incriminatórios e a incriminar terceiros. Estes depoimentos policiais traduziram-se na denominada «lista negra», na qual aparecem as restantes pessoas acusadas no processo.

Os vizinhos destes jovens, bem como o Movimento pró-Amnistia, afirmam que a preocupação é «máxima», já que prevêem que sejam utilizados os depoimentos «obtidos sob tortura» como prova contra os arguidos.

Consideram «imprescindível» dar resposta às violações de direitos e para tal convocaram a manifestação de sábado, que partirá da Praça da Askas, bem como concentrações para os dias 4 e 5, coincidindo com a realização do julgamento; na segunda-feira o encontro será às 19h30 em Burlata, e na terça, às 20h00, em Iturrama.
Fonte: Gara / Ver também apurtu.org

Epaiketarik ez! Utzi bakean euskal gazteria!
Não ao julgamento! Deixem a juventude basca em paz!

Fonte: apurtu.org

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Gudari Eguna: Familiares e amigos de «Txiki» lembram-no em Zarautz vigiados de perto pela Ertzaintza


Uma patrulha do corpo de intervenção da Ertzaintza apareceu no cemitério de Zarautz pouco antes do meio-dia, quando familiares e amigos de Jon Paredes «Txiki» se preparavam para lhe prestar uma homenagem em frente à sua tumba, como têm feito todos os anos desde que foi fuzilado por ordem da ditadura franquista, faz hoje 35 anos.

Os polícias justificaram a sua presença alegando que tinham ordens da Audiência Nacional espanhola para vigiar o acto, de forma a que não fosse cometido nenhum delito.

Após uma pequena discussão com os familiares, os ertzainas colocaram-se a poucos metros do túmulo de «Txiki», em frente do qual houve uma oferenda floral e se dançou um aurresku de honra. Mais duas pessoas vestidas à paisana e alheias à família seguiram o acto misturadas entre familiares e amigos.

O ano passado, uma patrulha do corpo de intervenção da Ertzaintza e de agentes à paisana, de auto na mão, também apareceram no cemitério. Ataviados com escudos, capacetes, cacetetes e espingardas para disparar balas de borracha, mandaram retirar a ikurriña e a bandeira republicana colocadas sobre o túmulo de «Txiki», juntamente com cinco cravos vermelhos, alusivos aos cinco fuzilados a 27 de Setembro de 1975.

Apesar de a mãe, os irmãos e outros familiares de «Txiki» terem tentado explicar aos agentes que apenas pretendiam estar uns minutos em silêncio naquele lugar, os ertzainas obrigaram toda a gente a sair do cemitério e identificaram quatro familiares e amigos.
Proibição
O Departamento do Interior de Lakua proibiu a marcha convocada para esta tarde em Eibar (Gipuzkoa) por ocasião do Gudari Eguna. Dizem que o lema «Borroka da bide bakarra» (a luta é o único caminho) «constitui um delito». [!!!]
Fonte: Gara

Os militantes bascos Kurro, Pelitxo e Otaegi evocados hoje em Azpeitia
Juntaram-se bastantes pessoas no bairro de Nuarbe para homenagear estes lutadores assassinados pela repressão. Entre outras coisas, houve txalaparta, bertsos e canções.
askatu.org * E.H.
Os militantes bascos Kurro, Pelitxo e Otaegi foram homenageados hoje de manhã em Nuarbe (Azpeitia, Gipuzkoa) por um grupo de 80 pessoas, que se juntaram primeiro em Azpeitia e dali partiram, bem cedo, em direcção a Nuarbe. Para além da txalaparta, dos bertsolaris, de um aurresku e de diversas canções, na homenagem, que decorreu em frente à casa onde Otaegi nasceu, incluiu-se ainda a entrega de um ramo de flores aos familiares dos combatentes.
Fonte: SareAntifaxista
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Homenagem a Txiki, Otaegi, Sánchez Bravo, García Sanz e Baena Alonso

27 de Setembro de 1975: assim o recordava Telesforo Monzón


Hendaia * E.H.
«Aquella terrible noche, unos cientos de refugiados entre los que se hallaba el que escribe estas líneas, al enterarse de la inminencia de los fusilamientos, se fueron acercando al Bidasoa, sin concertarse, casi instintivamente y pasaron allí la noche, sentados en el suelo, en silencio.
De vez en cuando, alguna voz surgida de entre ellos gritaba hacia el otro lado del puente: ¡Asesinos! Bultos uniformados, que apenas se percibían, contestaban desde el otro lado apuntando con sus fusiles. Muchos de los refugiados llevaban el transistor en la mano. Cuando la noticia del doble fusilamiento atravesó Euskal Herria (que aquella noche había retenido su respiración) y llegó hasta nosotros, el sol comenzaba a levantarse. Txiki y Otaegi habían entrado en la Historia vasca por la puerta grande. Era el 27 de septiembre de 1975.»


Fonte: SareAntifaxista

27/09/1975 - 27/09/2010: Los nuestros [Os nossos], de Iñaki Egaña


Pasan por la pantalla de mi vida recuerdos agolpados de escenas y situaciones que se recrean en ellas mismas, sorbos dulces de aquellas y aquellos que dejaron entre mis escasas pertenencias la huella de su existencia. Corren, como caballos al galope, las figuras difuminadas de sus sombras sin destino final, a lo mejor, como decía la canción, hacia el paraíso de los hijos de la libertad. Cierro la ventana de mi cuarto para refugiarme en la melancolía y recostarme con las ilusiones de los míos, a los que jamás conocí pero los siento en mis entrañas como parte de algo que a duras penas logro explicar.

Me abrasa su ausencia. La vida es apenas un suspiro, quizás sueño como nos dejó grabado aquel barroco escritor. Que el vivir sólo es soñar. También impulso, entusiasmo. Hace poco le leí a Punset en una frase redonda: «si la vida fuera eterna, no pondríamos en ella la misma intensidad». Siempre he pensado, como Baroja, a quien tengo por respaldo en estos primeros días otoñales cuando los vientos atizan las hojas más avezadas, que la vida es una lucha o quizás, al revés, qué más da, que la lucha es por la vida.

He nacido en una tierra que me ha seducido sin casi percibirlo, a la que siento respirar desde las primeras horas de la mañana, bien es cierto que en ocasiones con dificultad. Una tierra rojiza y verde, pálida y negra, martilleada por los embates marinos antes de que las cuentas existieran, corroída por vientos gélidos, erosionada por la huella intangible de las abarcas de mis antepasados, las herraduras de los caballos, las ruedas traqueteantes de los carruajes de los mercaderes y, también, por las orugas de los carros de combate y las trincheras.

Una tierra que ha acogido a miles de hombres y mujeres a los que no veré jamás. Ni siquiera a través de la leve melodía que proviene del eco de sus travesías. Más lejos quedarán aún aquellos que no llegaron a mi generación. Niños, ancianos, adolescentes, adultos a los que, a pesar del abismo, me une ese certificado extendido y a la vez comprimido que ensanchan los rincones y las sendas de mi país.

Me emociona sentir su cálida presencia a mi alrededor, desbrozando mis dudas y compartiendo ese barranco que se estira cada mañana. Me emociona dirigirme a mis hijos y hacerles partícipes de esos mismos hijos e hijas de la libertad que eligieron la lucha, al modo que la cantaba Mercedes Sosa. Sin más complicaciones que el compromiso de un camino lleno de penalidades. La vida misma. Y siento, con angustia, que aquello que valió tanto la pena depende de esa transmisión. De que nosotros y quienes nos preceden sigamos llenando el cuenco del destino.

Y el otro día, que homenajeamos en Donostia a las mujeres que habían sufrido la represión franquista, noté cómo, a pesar de la costumbre, se me entrecortaba la voz al traer al escenario a una adolescente de 16 años, Mertxe Martín, que en un parapeto en Astigarraga, cargada de un fusil que pesaba más que ella, perdió su vida por una bala traicionera cuando ese fascismo que no se ha ido acosaba las puertas de la capital. La muerte azul que cantaba Fermín Valencia cuando nos traía el amargo eco de la violación y muerte de Maravillas.

Un recuerdo me trae el siguiente, el de aquel joven, quizás un año o dos mayor que Mertxe, atrapado en el caserío Antsuategi, en Elgeta, con un lápiz como todo bagaje de más de 60 años de desamparo, bajo toneladas de tierra. Un joven del que entonces ni hoy sabemos su nombre y cuya única traza en la vida fue la de ese lápiz que nos acerca a sus sueños destartalados. Y siento, a pesar de no tener más noción de su existencia que la textura de su carboncillo, que ese joven de Antsuategi es uno más de mi familia, de esa familia cuyos límites nunca he sabido manejar.

De otros, también, desconozco si sus cabellos eran del color del oro, ni siquiera del carbón. La épica únicamente existe en los libros de colores. Antonio Ymaz, de Lazkao, y Julián Irizar, de Ormaiztegi, dejaron sus últimos suspiros en las cercanías de Estella, defendiendo la causa de un pretendiente extraño, cuya promesa de no vender nuestro país fue suficiente para seguirlo. Como dirían Etxamendi y Larralde, en su memorable Otxagabia, sus flores adornaron los cementerios del futuro.

El recuerdo se convierte en pesadilla en un instante, cuando desde el fondo del horizonte me llega el rumor de una tonadilla que advierto de inmediato. «El Partisano», de Leonard Cohen. La historia de un guerrillero anónimo, ubicado por el autor canadiense en la Francia ocupada: «Cuando atravesaron la frontera me advirtieron para que me rindiera, pero no podía hacerlo». Es la historia de Francisco Etxeberria, el último de nuestros maquis, natural de Etxarri Aranatz, que prefirió poner fin a su vida antes que caer en manos de la Guardia Civil que cercaba en Oiartzun el caserío que le ocultaba. «Tienen, por eso no lloran, de plomo las calaveras. Con el alma de charol vienen por la carretera», escribió de los agentes García Lorca.

Cohen cantaba al guerrillero que dejaba atrás a su mujer y a sus hijos, como Ken Zazpi a los oprimidos y no deja de producirme una extraña sensación de que la vida es un plus a algo que sigo sin entender. «Dime, laztana, que todo va a cambiar y que mañana estarás conmigo», escucho a Ken Zazpi y siento una terrible opresión con la evocación de Enrique Korta, que no llegó a conocer a su hijo, o de Fernando Barrio, que lo conoció, o de Justo Elizaran, a quien mataron unos mercenarios pagados por los que sabemos y cuyos hijos, años después, fueron encarcelados tras esos mismos barrotes que atenazan nuestro pasado y presente.

Jamás se me borrará de la memoria la sonrisa de Maddi Heguy, como tampoco la de Luzia Urigoitia, ambas desaparecidas, a un lado y al otro de la muga, bajo circunstancias tan extrañas que se hicieron oficiales dándonos a atender de inmediato que lo gubernativo, por definición, acoge automáticamente la duda y el descrédito. La tierra está sorda, nos recordaba hace poco Enrique Villarreal, cantante de Barricada.

Y en este recorrido alterado por la turbación de los recuerdos, no puedo por menos que estremecerme con aquella última reflexión de un chaval de Zalamea de la Serena llegado a Zarautz en la ruta del hambre: «mañana cuando yo muera no me vengáis a llorar, nunca estaré bajo tierra, soy viento de libertad». Aquel joven de pelo ensortijado y pantalones vaqueros, con una camiseta del Che Guevara. Ese Che universal que, en melodía de Silvio Rodríguez, «mataba canallas con su cañón de futuro».

Tenía 17 años cuando lapidaron a Txiki y a Otaegi y no me olvidaré jamás ni del lugar, ni de la hora ni de quién me transmitió la noticia. Desgraciadamente, me ha sucedido en decenas de ocasiones, con otras tantas malas noticias. El otro día, bajaba de Mandubia hacia Azpeitia y, después de Matxinbenta, paré el coche en Nuarbe. No soy cristiano, pero sentí una llamada, como las que relataba Jack London. La llamada de los míos, de los nuestros. Y me acerqué al cementerio a dejarle a Ángel unas pocas flores que arranqué de un prado cercano.

«Puedo escribir los versos más tristes esta noche», comenzó en una ocasión Pablo Neruda. Y sé que puedo hacerlo porque el desasosiego ahonda entre la soledad y los recodos de la memoria. Cientos de nombres, de inquietudes, de golpes de aire, anidan en los pliegues más hondos de nuestra piel. Puedo hacerlo pero no quiero.

La mochila de mi vida, escasa y con cuatro trapos, un par de libros y miles de recuerdos propios y, sobre todo, ajenos, está forrada de rojo y, en su exterior, bañada en el verde de la esperanza. Llegamos a donde estamos gracias al compromiso de una avalancha de, a veces, anónimos amigos y, otras, cercanos colegas, que nos dejaron en esa avenida de contiendas y luchas.

Una avenida por un mundo mejor, no por la eternidad como entienden los fanáticos religiosos. Por un mundo libre de tiranos, de especuladores, etc. La lista sería tan larga que más de uno de ésos, de los nuestros, esbozaría una sonrisa de complacencia. Sí, efectivamente, existen tantos motivos que no merece la pena enumerarlos. Un día, probablemente, seremos libres. De cualquiera de las maneras, habrá valido la pena.

Fonte: Gara
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A propósito do 27 de Setembro, ver também:

«27 de septiembre», de Eva BARROSO, Andoni TXASKO e José Luís MTZ. OCIO

«27 de Septiembre: todos los luchadores, todas las victimas», de Ahaztuak 1936-1977

«Una mirada atras», de Iñaki ERRAZKIN

«Siempre 27», de Lander GARCÍA

«Entrega y compromiso», de Jaime IRIBARREN IRIARTE

«¿Quién teme al movimiento 27 de septiembre?», de Jtxo ESTEBARANTZ

Homenagens nas vésperas do Gudari Eguna em diversas localidades de Euskal Herria


Dois dias antes da data do Gudari Eguna, localidades como Zarautz, Azpeitia ou Gasteiz prestaram homenagens sentidas a «todos aqueles que perderam a vida na luta pela libertação de Euskal Herria».

Várias localidades de Euskal Herria foram palco, no sábado, dos actos convocados por ocasião do Gudari Eguna, que se celebra este segunda-feira. No dia 27 de Setembro de 1975, o ditador espanhol Francisco Franco mandou fuzilar aqueles que viriam a ser as últimas vítimas deste tipo de execuções. Foram cinco as pessoas que então perderam a vida: os três militantes do FRAP Humberto Baena, José Luis Sánchez Bravo e Ramón García Sanz; e os militantes da ETA Juan Paredes Manot, Txiki, e Angel Otaegi. Foram executados por pelotões de fuzilamento.

Além de homenagear Txiki e Otaegi, nos actos de sábado prestou-se uma sentida homenagem a «todos os gudaris que perderam a vida na luta empreendida». Assim, no acto que decorreu em Gasteiz lembraram de maneira muito especial Jon Anza. Insistiram na ideia de que o Gudari Eguna deste ano se celebra num contexto especial, já que Euskal Herria «se encontra num momento importante, num encruzilhada de caminhos». «Face a um quadro autonómico caduco, encontramo-nos num momento de mudança, chegou o momento de criar um quadro democrático, como deseja a maioria da sociedade basca», referiram.

Neste sentido, mostraram-se convencidos de que o Estado espanhol sabe «que estamos numa encruzilhada de caminhos e procura desviar o debate político para evitar obter uma solução democrática para o conflito». «A sociedade basca - continuaram - deve responder a partir do sentido de responsabilidade», pelo que encorajaram as pessoas a dar passos e a comprometerem-se na «articulação de um projecto estratégico independentista, na criação das condições para o estabelecimento de um processo democrático e na resposta à repressão através da defesa dos direitos civis e políticos».

Por outro lado, cerca de 80 pessoas homenagearam Dionisio Aizpuru, Kurro; Pedro Mari Isart, Pelitxo, e Angel Otaegi em frente à casa este último nasceu, em Azpeitia. O som da txalaparta, os bertsolaris, o aurresku de honra e uma oferenda floral aos familiares completaram o acto.

Entretanto, na Praça da Música, em Zarautz, uma centena de pessoas reivindicou a figura de «todos os lutadores antifascistas e vítimas do franquismo», segundo indicou a Ahaztuak. Apesar de a associação de extrema-direita Dignidad y Justicia ter pedido a proibição do acto, este decorreu com normalidade.

Joxe Mari Zaldua
Relativamente às pessoas que foram perdendo a vida durante o caminho de luta que tinham iniciado, a Etxerat manifestou no sábado «o seu mais sincera pesar» aos familiares e amigos de Joxe Mari Zaldua, refugiado político que na quarta-feira passada faleceu no Estado francês depois de sofrer um enfarte.

A Etxerat afirmou que 2010 está a ser «um ano negro» para os refugiados: «as mortes de Jon Anza, Mikel Zalakain e Joxe Mari Zaldua encheram de dor um importantíssimo sector da população basca. Uma dor que devemos procurar que não se repita no futuro». Para tal, afirmaram que também os refugiados devem participar no processo que se está agora a abrir.
Fonte: Gara

Lakua proíbe os actos do Gudari Eguna de Durango e Alonsotegi
Gara, Alonsotegi eta Durango * E.H.
O Departamento do Interior proibiu duas manifestações que tinham sido convocadas para segunda-feira, por ocasião do Gudari Eguna, em Durango e Alonsotegi (Bizkaia). Em ambos os casos, o motivo da proibição foi a utilização de lemas nos que se instava à «luta», e que poderiam constituir «uma infracção de carácter penal».
Para além disso, a associação Dignidad y Justicia solicitou à Audiência Nacional a proibição de outras manifestações convocadas para estes dias por ocasião do 35.º aniversário dos fuzilamentos de Txiki e Otaegi.
Sare Info:
http://sareantifaxista.blogspot.com/2010/09/la-asociacion-ultraderechista-dignidad.html

Fonte: SareAntifaxista

Uma multidão repudia em Iruñea as detenções e a tortura


A recente detenção de nove independentistas bascos e a tortura durante o período de incomunicação que denunciaram foram repudiadas no sábado, em Iruñea, por cerca de 4000 pessoas. «A nós ninguém nos engana e nas suas caras vimos a marca da tortura», afirmou o advogado José María Compains, que pôde comunicar com o seu filho Eneko na prisão.


Entre toques de corneta e palavras de ordem «Euskal presoak etxera», vários milhares de pessoas iniciaram pouco depois das 17h30 a manifestação convocada pelos familiares de detidos para denunciar a última operação das forças policiais espanholas contra nove independentistas bascos, bem como para repudiar as tortura que sofreram nas instalações da Guarda Civil, como vem nos seus testemunhos. A única faixa da marcha foi levada por familiares e amigos dos detidos em Nafarroa - Eneko Compains, Rosa Iriarte e Jose Aldasoro - e tinha como lema «Prozesu demokratiko baten alde. Errepresiorik ez» [Por um processo democrático. Não à repressão!].

Iñaki VIGOR
VER: Gara

VER: ekinklik.org

Prozesu demokratiko baten alden, errepresiorik ez!


Fonte: apurtu.org

Homenagem antifascista em Gernika

Gernika * E.H.
Um grupo de antifascistas alemães realizou uma oferenda floral em frente ao mural que reproduz o Guernica, de Picasso, em Gernika.
Fonte: SareAntifaxista

Fascismo: a Audiência Nacional vai julgar os arguidos da Falange y Tradición
Será finalmente a Audiência Nacional a julgar o processo contra os alegados membros do grupo fascista Falange y Tradición. Assim o decidiu o Supremo Tribunal espanhol.
Inicialmente, foi a Audiência Provincial de Navarra que teve a seu cargo as investigações. Depois de considerar que se tratava de um delito de terrorismo, enviou o processo para a Audiência Nacional, mas esta desentendeu-se e não quis qualificar os factos como terrorismo. Desta forma, o Supremo Tribunal espanhol teve de intervir para decidir quem tinha competência para prosseguir com o julgamento, tenho considerado que é à AN espanhola que cabe julgar o processo da Falange y Tradición, pela alegada prática de um crime enquadrado no art. 577 do Código Penal.
Fonte: apurtu.org

sábado, 25 de setembro de 2010

«A ETA está disposta a um cessar-fogo permanente e verificável, e também a ir mais longe»

Na extensa entrevista que o Gara publicará amanhã, e cujas questões adiantamos na nossa edição digital, a ETA afirma que a sua decisão de parar as acções armadas «se enquadra nos êxitos alcançados durante muitos anos pela luta de libertação», e explica que, se demorou a anunciá-la, isso se fica a dever ao facto de que «o protagonismo devia corresponder aos agentes que estão a dinamizar a mudança política. Ter tornado pública a decisão depois dos acontecimentos dos últimos meses evitou que o passo dado pela ETA seja entendido de forma inadequada», acrescenta a organização armada, ao mesmo tempo que afirma que o Ministério espanhol do Interior sabia que estava a mentir quando anunciava novas acções por parte da ETA.



Questionados sobre uma hipotética data para a suspensão das acções armadas, os entrevistados respondem perguntando se há alguém que queira que tal data exista. «Nós, não», acrescentam, antes de sublinharem que «a ETA quer avançar no caminho da resolução, cada vez com maior profundidade, até que em Euskal Herria nasça uma verdadeira situação democrática».


A entrevista, como é lógico, foi realizada antes da apresentação em Gernika do texto subscrito por diferentes forças sobre os mínimos democráticos a alcançar no processo de solução. Ainda assim, a ETA fala do «cenário básico para que o processo seja viável», no qual, em seu entender, devem estar presentes estes dois elementos: «Que sejam tomadas as medidas necessárias para que todos os agentes possam agir em igualdade de condições, que sejam estabelecidos os direitos civis e políticos, que sejam desactivadas as punições acrescidas impostas aos presos políticos bascos e que, de uma forma geral, seja desactivada toda a situação de pressão, ingerência e violência».



A ETA entende também que o processo deve desenrolar-se através do diálogo e da negociação, ao mesmo tempo que assinala quem são os protagonistas e manifesta a sua vocação para não o dirigir: «Há que activar e articular o processo de diálogo. Devem ser traçados os objectivos do diálogo, o método, a constituição da mesa de diálogo, as regras do jogo e a temática. Como se faz? Isso diz respeito aos agentes políticos e sociais vascos».
Fonte: Gara
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ADENDA (26/09/2010): Entrevista à ETA publicada no diário Gara (cas)

Acordo histórico em Gernika: trinta agentes políticos, sindicais e sociais subscrevem o acordo de Gernika por um cenário de paz e diálogo político

Num acto simples e solene que decorreu no Lizeo Antzokia de Gernika, cinco organizações políticas e mais 25 agentes sindicais e sociais subscreveram o «Acordo para um cenário de paz e soluções democráticas» sob uma reprodução do Guernica, de Picasso.

Documento: eus cas

Declaração em vídeo: euskaraz / em castelhano / em francês

O acto teve início com uma saudação do autarca de Gernika, Jose Mari Gorroño, que destacou a especial simbologia de Gernika, tendo afirmado que a sua Árvore representa a democracia mais antiga da Europa e que o bombardeamento a que foi submetida pelas forças fascistas a transforma numa referência da paz e dos direitos.

A assinatura do acordo de Gernika ocorreu depois de se ter procedido à leitura do «Acuerdo para un escenario de paz y soluciones democráticas» em euskara, castelhano e francês. Subscreveram o documento Rufi Etxeberria, por parte da esquerda abertzale, Peio Urizar (EA), Patxi Zabaleta (Aralar), Jon Garai (AB) e Oskar Matute (Alternatiba).

Por agora, subscrevem o acordo de Gernika sindicatos como LAB, EHNE, Hiru, ELB, ESK, STEE-EILAS, as organizações juvenis das forças políticas signatárias, e associações como a Etxerat, Gernika Batzordea, Herria 2000 Eliza, Euskaria e AEK, entre outras.

A assinatura foi saudada com aplausos pelas pessoas que assistiam ao acto, no Lizeo Antzokia.

Reuniões privadas
Este acordo foi germinando, em reuniões privadas, a partir do pacto independentista estratégico subscrito pela esquerda abertzale e o EA em Junho último no Palácio Euskalduna, em Bilbo. Ambas as forças puseram em circulação uma proposta de mínimos democráticos que, depois das contribuições dos diversos agentes, resultou no documento hoje apresentado oficialmente.

Os signatários não só desafiam as partes a criar um cenário democrático e de soluções como se declaram a si mesmas responsáveis pela sua promoção.

Vão dar impulso a «um cenário de paz e soluções democráticas», para o que pedem à ETA um «cessar-fogo permanente, unilateral e verificável» e ao Estado a derrogação da Lei de Partidos e o fim da política prisional, entre outras coisas.

Depois dele, encaram como imprescindível um diálogo político assente nos princípios Mitchell e que busque um acordo abrangente «entre todas as culturas do país, sobre o reconhecimento tanto da realidade nacional basca como do direito a decidir, e o respeito pela vontade popular democrática sobre o modelo jurídico-institucional interno, e sobre o tipo de relacionamento com os estados». «Incluindo a independência», especifica-se.

Os signatários comprometem-se a cumprir os postulados do documento, a transmiti-los a agentes internacionais e a trabalhar na activação popular da sociedade basca, para que «os cidadãos os façam seus, e se situem como garantia única da evolução do processo de solução democrática».

Fonte: Gara