terça-feira, 28 de setembro de 2010

A Polícia espanhola detém sete membros da Askapena

A Polícia espanhola deteve esta madrugada sete pessoas na Bizkaia, Araba, Gipuzkoa e Nafarroa numa operação contra a Askapena decretada pelo juiz da Audiência Nacional Pablo Ruz, que os acusa de «integração em organização terrorista». Trata-se de Walter Wendelin, Gabi Basañez, Unai Vázquez, Itxaso Lekuona, Rubén Sánchez, David Soto e Aritz Ganboa, que estão incomunicáveis e foram levados para Madrid.

«A Askapena afirma que a operação pretende "criminalizar a solidariedade entre os povos"»

«A esquerda abertzale pede que "se responda com responsabilidade" a este "ataque ao novo cenário político"»
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De acordo com informações adiantadas pelo Movimento pró-Amnistia, Walter Wendelin e Rubén Sánchez foram detidos em Gasteiz; Gabi Basañez em Getxo; Unai Vázquez em Barakaldo; Itxaso Lekuona em Errenteria; David Soto em Iruñea e Aritz Ganboa em Arruazu.

A organização anti-repressiva referiu que Itsaso Lekuona foi interceptada por volta da meia-noite em Errenteria, na rua, por duas pessoas à paisana que iam encapuzadas. A jovem encontrava-se com outra pessoa – Josu Arruabarrena – e ambos foram metidos em diferentes viaturas, segundo pôde verificar um morador, que avisou a família. Depois de apresentarem queixa na Ertzaintza, foram informados que Lekuona estava detida. Arruabarrena saiu em liberdade horas depois.

A operação é dirigida pelo juiz Pablo Ruz, que substituiu Baltasar Garzón após a sua saída do tribunal especial. O magistrado acusa os detidos de «integração em grupo armado» e de desempenhar funções dentro do «aparelho internacional» da ETA através da Askapena, de acordo com o que as agências espanholas divulgaram.

A Polícia efectuou buscas nas casas dos detidos e também nas sedes da Askapena na Rua Jarauta, em Iruñea, e na Rua Aiztogile, em Gasteiz. Ao todo foram efectuadas sete buscas, de acordo com o Ministério espanhol do Interior.

«Braço internacional da ETA» [excerto absolutamente imperdível ou "lá vem a dita"]
O Ministério do Interior emitiu uma nota em que qualifica a organização internacionalista como «braço internacional da ETA» e refere que «a ETA utilizava a Askapena para divulgar a sua propaganda e manter contacto com outras organizações no âmbito internacional».

O procurador-geral do Estado, Cándido Conde-Pumpido, foi mais além e ligou os sete cidadãos bascos às FARC colombianas.

«É importante lutar contra este sistema de protecção que o terrorismo tem através de ligações internacionais, neste caso com as FARC, que é uma organização felizmente em decadência mas que tem ligações internacionais», afirmou Conde-Pumpido.

Pessoas bastante conhecidas
O Movimento pró-Amnistia manifestou o seu apoio e solidariedade aos sete detidos e aos seus familiares e mostrou a sua preocupação pelo forma como possam vir a ser tratados enquanto estiverem incomunicáveis.

Salientou que as sete pessoas presas são muito conhecidas em Euskal Herria e que nos últimos anos levaram a cabo um trabalho «totalmente público e transparente» no âmbito da internacionalização, do euskara, do movimento juvenil e popular ou do bertsolarismo.

Ao mesmo tempo, destacou o trabalho da Askapena para dar a conhecer em todo o mundo a situação «de opressão e repressão» que Euskal Herria sofre e para fazer chegar a solidariedade basca à Irlanda, à Venezuela, a Cuba, à Bolívia, à Argentina, ao Uruguai, ao México, à Colômbia, à Palestina e ao Equador, entre outros países.

Mobilizações
Foi convocada para esta tarde (19h30) uma mobilização para a Praça Circular em Bilbau, para denunciar a operação policial.
Fonte: Gara

«Ataque repressivo contra o Movimento Internacionalista», em SareAntifaxista

«Operação Policial: detidos os navarros David Soto e Aritz Gamboa juntamente com mais 5 pessoas da Askapena», em apurtu.org

Viva o Movimento Internacionalista e Solidário basco! ASKAPENA AURRERA!

Liberdade para os detidos já! ATXILOTUAK ASKATU!
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«Gracias, Walter», de Carlo FRABETTI
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29/09/2010:
«Rubalcaba tenta desligar as detenções e o novo cenário»

«O debate faz-se protesto em Bilbo e a assembleia acaba em carga em Hondarribia»

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