quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Familiares dos detidos apelam à mobilização no sábado para «neutralizar a repressão» e «poder trazer a paz e a democracia»

Familiares e amigos dos nove militantes independentistas detidos ontem pela Guarda Civil fizeram um apelo aos cidadãos de Euskal Herria para que participem nas mobilizações convocadas para Bilbo, Donostia e Gasteiz neste sábado e para Iruñea no seguinte de forma a «neutralizar a repressão» e «poder trazer a paz e democracia a este povo».
Sem notícias sobre a situação em que se encontram os seus familiares, detidos ontem pela Guarda Civil, e perante a realidade da tortura em Euskal Herria, um numeroso grupo de pessoas próximas dos jovens independentistas que se encontram incomunicáveis em instalações do corpo militar fizeram um apelo a instituições, partidos políticos, sindicatos e demais agentes para que «assumam uma atitude clara face ao grave risco de tortura existente».

A convocatória dos familiares ocorreu depois de se saber que o juiz da Audiência Nacional espanhola Fernando Grande-Marlaska tinha recusado o habeas corpus e a aplicação de medidas para a prevenção da tortura e dos maus tratos solicitada pelos advogados dos detidos.

«Os nossos familiares são militantes políticos, são independentistas e socialistas, e nunca esconderam isso», salientaram, antes de lembrarem o trabalho «inteiramente transparente e legítimo» que levam a cabo em euskaltegis, no movimento feminista, em associações de moradores, na construção nacional ou na esquerda abertzale.

Sublinharam que foram pisados direitos fundamentais. «Viram-lhes negados direitos humanos, porque o regime de incomunicação viola a dignidade das pessoas; viram-lhes negados direitos políticos, porque irão pagar com a prisão o facto de terem realizado um trabalho político e de defenderem um projecto político. Viram-lhes negados direitos civis, já que os detidos foram julgados e condenados pelos grandes meios de comunicação e o Ministério do Interior».

Os familiares defenderam que «se retire este povo do círculo de sofrimento que vive» e que se conduza «este povo a uma outra situação». Lembraram o anúncio feito pelo ministro espanhol do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, «obcecado com a guerra», e salientaram que o propósito da repressão é «impedir a democracia. O que reivindica a repressão nega a democracia».

Neste contexto, destacaram que é necessário «parar a repressão para poder trazer a paz e a democracia a este povo» e que nesse caminho para «neutralizar» a repressão serão necessárias a denúncia e a mobilização.

Manifestações no sábado
Fizeram, por isso, um apelo aos cidadãos de Euskal Herria para que participem nas mobilizações convocadas para este sábado em Bilbo – às 17h30 horas no Sagrado Corazón –, em Donostia – às 17h30 horas no Boulevard – e em Gasteiz – às 19h00 na Plaza Bilbo –, bem como no sábado seguinte em Iruñea.

Para esta tarde estavam previstas diversas mobilizações de protesto contra a operação, nomeadamente em Donostia, em Bilbo, em Gasteiz, em Antsoain (Nafarroa) e em Etxarri Aranatz (Nafarroa). As assembleias repetem-se diariamente.
Notícia completa: Gara

Excerto da conferência de imprensa dada pelos familiares dos detidos

Atxilotuak askatu! Errepresioa amaitu! Demokrazia.
Manifestazioak: Bilbo, Gasteiz eta Donostian (irailak 18); Iruñean (irailak 25)
Fonte: apurtu.org

Ver também:
«Já era óbvio que não tinham mudado» (Gara)