quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A Audiência Nacional proíbe a manifestação convocada pela Adierazi EH!, mas vai haver manifestação em Bilbau


A Audiência Nacional espanhola proibiu a manifestação convocada pela iniciativa Adierazi EH! para este sábado em Bilbo a favor dos direitos civis e políticos com o argumento de que tem como objectivo «apoiar a estratégia e justificar as acções da organização terrorista ETA». Prevê-se que a iniciativa popular compareça esta tarde em Bilbau.

Um dia depois de a Procuradoria o ter solicitado, o juiz Ismael Moreno proibiu a manifestação convocada em Junho pela Adierazi EH! para este sábado em Bilbo, com a desculpa de que existem «fundados indícios» de que poderia ter como fim «apoiar a estratégia e justificar as acções da organização terrorista ETA».

Num auto de três páginas, Moreno sustenta a sua proibição tanto na documentação enviada pela Procuradoria, cujo texto reproduz na íntegra, como na enviada pela AVT, e decide «adoptar as medidas necessárias para proibir a sua realização», com «o fim de impedir a prática de actos delictivos e a alteração da paz social».
O juiz ordena ao Departamento do Interior do Governo de Lakua, à Polícia espanhola e à Guarda Civil que «tomem as medidas necessárias para impedir a realização do acto referido, evitem a prática de factos delictivos e procedam à instrução dos procedimentos necessários relativos a quem participe na execução dos mesmos».

A iniciativa popular deve comparecer às 17h00 em Bilbo, apoiada por agentes políticos, sociais e sindicais.
A marcha hoje proibida conta com a adesão de inúmeros partidos e organismos, entre os quais EA, Alternatiba, Aralar, esquerda abertzale e AB, Lokarri, LAB, ELA, ESK, Hiru, STEE-EILAS.
Fonte: Gara
A Adierazi EH! afirma que no sábado haverá manifestação em Bilbo
Os agentes políticos, sociais e sindicais que convocaram a mobilização a favor dos direitos civis e políticos afirmaram hoje que, apesar do veto da Audiência Nacional espanhola, no sábado haverá uma manifestação em Bilbau e fizeram um apelo aos cidadãos para que participem nela.

Uma centena de representantes dos partidos, sindicatos e organizações que fazem parte da iniciativa Adierazi EH! compareceram no Colégio de Abogados de Bizkaia para avaliar a proibição da manifestação pelos direitos civis e políticos por parte da Audiência Nacional espanhola.

Em euskara e castelhano, Arantza Fernández de Garaialde (STEE-EILAS) e Rafa Larreina (EA), realçaram que quem convocou esta mobilização «a favor dos direitos humanos e dos direitos civis e políticos» são 42 partidos e associações e 150 pessoas de diversos sectores e diversas opiniões.
Perante «esta tentativa de proibição», sublinharam «com firmeza» que os direitos que a Adierazi EH! reivindica «são inalienáveis e nos assistem a todos e a todas, pelo que não podem ser negados e proibidos».

Depois de enumerarem os princípios que a iniciativa popular defende, afirmaram que vetar a marcha implica «proibir a defesa dos direitos civis e políticos e mesmo a defesa do direito à vida».
Consideram «extremamente grave» e «especialmente denunciável» o facto de a proibição «ter partido do Governo basco», e afirmam que «estão a utilizar mais uma vez a Audiência Nacional espanhola como instrumento, estão a empreender uma sinistra operação de caça às bruxas e macarthysmo».

«Com forças renovadas»
Salientaram que a tentativa de proibir a mobilização «mostra que a defesa dos direitos básicos é mais importante que nunca neste momento», e garantiram que no sábado haverá manifestação em Bilbo. Para tal, estão a efectuar todos os procedimentos legais devidos e vão seguir «todas as vias legais», disse Larreina em resposta aos jornalistas.

«O importante é que vai haver manifestação», insistiu.
Os membros da iniciativa popular fizeram um apelo «com forças renovadas» a todos os cidadãos para que estejam no sábado em Bilbau e divulguem por todas as terras a convocatória «por estes direitos básicos irrenunciáveis» e «tão importantes neste momento concreto da história do nosso país».
Fonte: Gara
-
-
Leituras:
«Lenguaje para la guerra», de Antonio ALVAREZ-SOLÍS

«Un camino sin retorno», de Pello URZELAI (Berria; trad. de Borja Ariztimuño López)