quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O LAB situa a clave nos compromissos a assumir em Euskal Herria


O sindicato LAB deu ontem uma conferência de imprensa em Donostia para dar conta da sua leitura sobre o contexto político actual e das linhas de trabalho que aprofundará neste novo ano político. Um ano de trabalho sindical em que se notará, desde o início, uma mudança de registo relativamente ao utilizado nos últimos dois anos: por um lado, vão postergar as denúncias sobre o bloqueio político a que estados espanhol e francês submetem Euskal Herria, para incidir na realidade de que se está abrir um novo cenário político no país, que marcará tanto o seu presente como o seu futuro; e, por outro, juntamente com a constatação de que continuamos mergulhados na crise económica, pretendem realçar as greves gerais de 29 de Junho deste ano e de 21 de Maio de 2009, nas quais se pôde ver claramente que a maioria social de Euskal Herria está a favor de uma mudança social, além de representar que se conta com uma força real para a levar a cabo.

A secretária-geral do LAB, Ainhoa Etxaide, acompanhada pelo seu adjunto, Jabi Garnika, e pelo também membro da executiva Gorka Berasategi, anunciou que será amanhã, dia em que terá lugar a Nazio Biltzarra da central abertzale, que serão definidos os trilhos pelos quais hão-de circular este ano as suas principais apostas. Mas sublinhou, com clareza, que o principal desafio será fazer com que, na situação que «estamos a construir entre todos», a maioria social do país, «portanto os trabalhadores e trabalhadoras de Euskal Herria», seja o motor de estímulo para as mudanças e soluções requeridas.

E, neste ponto, referiu que será imprescindível que isso se concretize em novas iniciativas e compromissos sindicais, que se criem novas oportunidades, novos acordos e, por conseguinte, novos cenários para a mudança.

Apesar do bloqueio do Estado
Em seguida, lembrou que o contexto político actual se encontra marcado pelo importante e positivo passo firme dado pela ETA com a sua declaração, que considera tratar-se de «um passo para um novo cenário». Etxaide acrescentou que, desta forma, a organização armada dá um impulso ao processo democrático, além de se situar nele mesmo, ao considerar que é nesse contexto que se encontra o potencial para a mudança que Euskal Herria requer.

O LAB também fez questão de acentuar outros dois aspectos que já se estão a verificar, e que, em seu entender, possuem um valor importante. Por um lado, que é uma realidade a consolidação do diálogo e da negociação entre os agentes políticos, sindicais e sociais de Euskal Herria, o que, salientou, se afigura necessário para reforçar e caracterizar a mudança de ciclo.
E, por outro lado, a importância da activação dos cidadãos, que devem ser protagonistas da dinamização do processo. Uma sociedade que está a levar a cabo iniciativas importantes, como Adierazi EH!, que convocou a manifestação prevista para este sábado nas ruas de Bilbo e para qual o LAB pediu a participação de todos os seus filiados.

Gari MUJIKA
Notícia completa: Gara