quarta-feira, 22 de setembro de 2010

9-11: attack on Euskal Herria

Todos os 11 de Setembro tiveram algum efeito. O mais mediático espalhou um medo tão obsessivo quanto artificial. Um medo que tem marca de fábrica, tal como a aposta em respostas repressivas que atentam contra os direitos básicos e as liberdades fundamentais, e que não se limitam à cruzada contra «o terrorismo». A criminalização da pobreza é uma consequência dessas políticas repressivas. Mas há outras.

O endurecimento da lei penal na maior parte das sociedades ocidentais, nas quais inclusive governos autodenominados 'de esquerda' se mostram dispostos a pagar a portagem da desumanização do direito, manifesta-se num cumprimento íntegro das penas, a existência de centros de retenção para imigrantes ou a proliferação de séries e programas nos quais se alenta o uso da tortura e/ou se defende a instauração da pena de morte ou da pena perpétua.

O trabalho de propaganda e agitação, de ingrata memória, encarrega-se de nos insuflar a doutrina da Segurança Total vs. Impacto Total.

A proibição das convocatórias da Adierazi EH e das pessoas impulsoras de um Movimento pelos Direitos Civis em Euskal Herria, no passado dia 11 de Setembro, transforma milhares de pessoas em quinta-colunistas suspeitos, criminosos potenciais e sabotadores prováveis. Confundidos os papéis entre o poder judicial e o executivo, invoca-se a proibição em nome da guerra preventiva.

A Audiência Nacional traz-me à lembrança aquela funesta Comissão de Actividades Anti-americanas criada para investigar as ideias e crenças políticas da pessoas do cinema.

Belen MARTINEZ
analista social
Fonte: Gara