Os signatários do Acordo de Gernika afirmaram que as decisões do Tribunal Constitucional «manifestam» a intenção do Estado de «abortar» a actual «oportunidade histórica para alcançar a paz».
Em resposta à rejeição da maioria dos recursos interpostos pelos presos políticos bascos contra a «doutrina Parot», convocaram uma manifestação para 14 de Abril em Bilbo e anunciaram «uma ronda de contactos» imediata com «os restantes agentes do país» que não fazem parte do Acordo de Gernika.
Isto mesmo foi dito ontem em conferência de imprensa por Jabi Garnika, do sindicato LAB, e Lorea Bilbao, do grupo contra a tortura TAT, que fizeram de porta-vozes e referiram que o calendário de reuniões ainda não foi decidido, nem que partidos serão chamados a essa ronda, ou se, entre eles, estarão incluídos PSE, PP e UPyD.
Bilbao disse que vão esperar pelo resultado desses contactos para estabelecer «o lema e a caracterização» da manifestação de Bilbo.
Salientou que, com a negativa do Tribunal Constitucional a grande parte dos recursos dos presos contra a aplicação da doutrina que permite prolongar o seu tempo de permanência na prisão, «o Estado espanhol quer perpetuar uma situação de bloqueio».
«Quer que as águas da resolução do conflito se estanquem, esperando que apodreçam», destaca-se num texto que foi lido em euskera e castelhano.
Na conferência de imprensa estiveram também presentes Rufi Etxeberria (esquerda abertzale), Ikerne Badiola (EA), Jon Lasa (Alternatiba) e Ernesto Merino (Aralar).
Acreditam que a grande maioria da sociedade basca interpreta as decisões tomadas pelo TC como «um ataque frontal ao desejo de soluções e de paz», tendo mostrado toda a sua «determinação» em «levar o processo até ao final».
Salientaram também que a mobilização social «tem de ser o motor do avanço do processo, por maiores que sejam os obstáculos colocados pelo Estado espanhol e pelo Governo do PP».
Os membros do Acordo de Gernika fizeram também um apelo aos cidadãos para que respondam «de forma massiva» à convocatória de manifestação que hoje terá lugar em Iruñea para exigir a libertação dos presos com doenças graves. / Fonte: Gara
Esclarecimento da Etxerat sobre os recursos que o TC devia estudar
O Herrira afirma que a sentença do TC «constitui um passo na direcção contrária a um cenário de resolução» / Vídeo: O Herrira denuncia a decisão do TC em Gasteiz
«Igarataundi, Gaztañaga e Txuri em liberdade depois de mais de duas décadas na prisão» (Gara e Herrira)
Os presos políticos bascos Juan Mari Igarataundi, José Ignacio Gaztañaga e José Mari Pérez, Txuri, foram postos em liberdade ontem à tarde depois de passarem entre 24 e 25 anos na prisão. Hoje vai haver festa em Arrasate, Zestoa e Zarautz!
Morre em Cuba o refugiado político Luxiano Eizagirre
O refugiado político Luxiano Eizagirre Mariscal (Pasai San Pedro, Gipuzkoa) morreu em Cuba, na sequência de uma doença. Tinha 56 anos de idade.
Em 1978, Luxiano Eizagirre teve de deixar Euskal Herria. Depois de passar alguns na Venezuela, em Setembro de 1984 foi deportado para o Togo.
Passou os últimos anos em Cuba, onde faleceu, doente, com 56 anos de idade. / Fonte: Gara via etxerat.info
Aintza Zufiaurre, Inge Arin e Elorri Arin, detidas em Bordéus por tentarem comunicar com a presa Naia Lacroix
As primas Inge Arin e Elorri Arin - esta, porta-voz da dinâmica Jalgi Hadi Garaipenera! - e Aintza Zufiaurre foram detidas na quinta-feira junto à prisão de Gradignan (Bordéus), por tentarem comunicar com a presa senpertarra Naia Lacroix.
Ao que parece, as três jovens lapurtarras solicitaram uma autorização para visitar Naia Lacroix, jovem de Senpere (Lapurdi) detida em 7 de Fevereiro pela Polícia francesa e que se encontra actualmente na prisão acima referida, nos arredores de Bordéus. Como a autorização não lhes foi concedida, as jovens gritaram do lado de fora da prisão para a secção das mulheres, onde Naia é a única presa basca, tentando chamar a sua atenção. Foram então detidas e colocadas sob custódia policial, segundo divulgou a Askatasuna.
De acordo com a lei de segurança interna de 2003, em vigor, um cidadão que entre em contacto com um preso sem ter autorização para tal pode ser acusado do crime de «parloir sauvage». O código penal prevê uma multa de 15 000 euros e um ano de prisão «para a pessoa que tentar comunicar com um preso sem ter autorização». / Fonte: kazeta.info e topatu.info [Naia eta besteak: herria zuekin!]
Entretanto, as jovens foram julgadas ontem à tarde no tribunal de Bordéus: Inge e Elorri Arin foram condenadas a dois de meses de pena suspensa e Aintza Zufiaurre a seis meses de pena suspensa e 600 euros de multa. A Askatasuna denunciou as detenções, bem como a «política de isolamento que é aplicada aos presos bascos», e pediu ao Estado francês que «suprima as medidas a que recorre para tal fim, como o controlo do correio e das visitas, e ainda as duras condições de vida que impõe aos presos». Mais info: Gara