sábado, 31 de março de 2012

Milhares de pessoas manifestam-se em Iruñea em defesa dos direitos dos presos

Milhares de pessoas manifestaram-se hoje pelas ruas de Iruñea, em resposta à convocatória do movimento Herrira, para reclamar a libertação dos presos políticos com doenças graves e dos que já cumpriram a pena a que foram condenados; uma marcha na qual participaram representantes da esquerda abertzale, Aralar, EA e Amaiur, que pediram ao Governo espanhol que dê «passos em matéria penitenciária».

Entre outros, estiveram na mobilização os deputados da Amaiur Sabino Cuadra e Xabier Mikel Errekondo; os representantes da esquerda abertzale Pernando Barrena, Maribi Ugarteburu e Txelui Moreno; Maiorga Ramírez e Koldo Amezketa, do EA; ou Asun Fernández de Garaialde e Xabier Lasa, do Aralar.

A manifestação, que partiu por volta das 17h45 dos cinemas Golem, no bairro de Donibane, tinha à cabeça familiares de presos com doenças graves, que levavam uma faixa em que se reclamava a sua libertação.

No decorrer da mobilização, que terminou no Passeio de Sarasate, os participantes fizeram ouvir palavras de ordem como «preso gaixoak etxera» [os presos doentes para casa], «presoak kalera, amnistia osoa» [os presos para a rua, amnistia geral] ou «iheslariak etxera» [os refugiados para casa].

Intervenção de Fran Balda
No discurso que pôs fim ao acto, Fran Balda denunciou a decisão do TC sobre a «doutrina Parot» afirmando que «continuar a apostar na pena perpétua é desprezar o caminho que a grande maioria deste país quer trilhar».

«Existe uma grande maioria que pede um novo rumo na política penitenciária», referiu o porta-voz do Herrira, que disse que «as medidas de excepção» aplicadas aos presos «não são desactivadas por uma questão de interesse político» e tresandam a «vingança, crueldade, políticas de guerra, quando aqui é claro para todo o mundo que a direcção deve ser a oposta».
Não obstante, afirmou a sua aposta «é clara: face ao imobilismo, movimento». E, para tal, há que «carregar no acelerador social», disse.

Declarações antes da manifestação
Antes do início da marcha, o deputado navarro da Amaiur Sabino Cuadra salientou que, com esta mobilização, se pretende enviar uma mensagem aos cidadãos, no sentido de que «é preciso não baixar a cabeça, apesar da sentença infeliz, que responde a tempos pretéritos e de vingança», em referência à decisão do Tribunal Constitucional espanhol, que aceitou três e rejeitou dezanove dos recursos apresentados por presos a quem foi aplicada a doutrina 197/2006, conhecida como «doutrina Parot».

Em seu entender, mesmo com esta decisão, «se se seguir pelo caminho iniciado, será possível que os presos doentes venham para a rua, que a aproximação venha a ocorrer e que se solucionem todas as graves lacunas que, em matéria de direitos humanos, o nosso povo tem sofrido».

«Esta é a mensagem que queremos mandar, que é preciso não desanimar; estamos no bom caminho e vamos continuar a fazer pressão nas ruas e em todas as instituições para que estas sentenças fiquem sem efeito e rapidamente tenhamos em nossa casa os nossos presos», sublinhou.

[Na sequência, ver declarações de Maiorga Ramírez (EA), Xabier Lasa (Aralar) e Pernando Barrena (esquerda abertzale)] / Notícia completa: Gara

Fotos: Gaixotasun larria duten presoak etxera (Ekinklik Argazkiak)

Manifestação em Iruñea pela libertação dos presos doentes

E também daqueles que cumpriram as penas a que foram condenados. [Reportagem, entrevistas]. Fonte: ateakireki.com

Ver também: «A decisão do TC deixa indignados os grupos do Acordo de Gernika» (Gara)
Convocam uma manifestação para dia 14 em Bilbo. O Herrira anuncia uma reflexão em busca de acordos para «dar a volta» à situação.

«A última sexta-feira apoia os presos doentes e com a pena prolongada» (Gara)
O grande encontro mensal pelos direitos dos presos centrava-se, nesta última sexta-feira de Março, na situação dos quinze que se encontram doentes. A esta situação, juntou-se o mal-estar causado pela decisão do TC sobre o prolongamento das penas. Milhares de pessoas vieram para as ruas, em dezenas de actos, para deixar bem vincada a ideia de que não os deixarão sozinhos.