sexta-feira, 27 de junho de 2014

Enbeita proclama, entre insultos no Congresso espanhol, que «será um prazer dizer agur»

A intervenção da deputada da Amaiur Onintza Enbeita durante o debate sobre o aforamento de Juan Carlos de Bourbon gerou imenso burburinho e também houve quem, das bancadas dos grandes partidos políticos do Estado espanhol, lhe atirasse com alguns «filha da puta». «Será um prazer dizer agur [adeus] às vossas imposições, às vossas bandeiras e aos vossos aforados», proclamou Enbeita. Apesar de não ser novidade a crispação no Congresso espanhol, esta quinta-feira notou-se bastante o burburinho e até os insultos durante a intervenção da deputada da Amaiur Onintza Enbeita no debate sobre o aforamento de Juan Carlos de Bourbon.

Enbeita afirmou que os aforamentos deviam desaparecer, considerando que «são fonte de desigualdade, porque a experiência nos mostrou que protegem os prevaricadores, os ladrões e os influentes». Enbeita questionou a rapidez do processo de blindagem de Juan Carlos: «Há algo escondido, porque, para ser coisa boa, muita pressa tiveram vocês».

Depois de aludir à fortuna acumulada durante o seu reinado, Enbeita recordou que o pai do actual rei espanhol era chefe de Estado «quando os GAL torturavam, sequestravam e assassinavam». «Era chefe de Estado quando num dia 20 de Novembro assassinaram Josu Muguruza no Hotel Alcalá e não disse nada, preferiu continuar a caçar elefantes», criticou a deputada, entre um burburinho crescente.

Enbeita disse: «vocês mesmos nos dão a cada dia mais razões para nos irmos deste país que nunca foi grande nem livre» e, depois de questionar a debilidade do actual regime, lembrou que com «Felipe V perderam vocês a Sicília, a Flandres (...) e Gibraltar», acrescentando que com «Felipe VI perderão Euskal Herria e a Catalunya».

«Será um prazer dizer agur às vossas imposições, às vossas bandeiras, às vossas casas reais, aos seus aforados e aos vossos restantes aforrados». Com estas palavras, a deputada da Amaiur concluiu a sua intervenção, saindo no meio do burburinho e mais algum «filha da puta». / Ver: naiz.info