Cerca de duas dezenas de advogados de presos políticos bascos que trabalham no âmbito da AN espanhola deram hoje uma conferência de imprensa em Bilbo, na sequência da notícia publicada pelo Gara sobre a operação policial que Madrid terá ultimada e irá lançar em breve contras estes defensores. Ainhoa Baglieto e Alfonso Zenon afirmaram que «não se trata de um acaso», pois os advogados e as advogadas dos presos bascos são «testemunhas directas de muitas das violações dos direitos fundamentais no Estado espanhol». Sublinharam que vão continuar a trabalhar com normalidade.
Para Baglieto e Zenon, a operação persegue um fim político claro: atacar quem «denuncia continuamente torturas, maus-tratos e violações de direitos fundamentais».
Para além disso, consideram que a intenção de lançar uma operação policial contra eles «não é um acaso», num momento em que acabam de anunciar que vão recorrer para as máximas instâncias judiciais da decisão dos estados espanhol e francês de rejeitar os pedidos de aproximação das presas e presos políticos bascos que pertencem ao EPPK; ou que a operação venha à baila pouco depois da sentença que absolveu os 40 jovens independentistas bascos, em que finalmente se analisou as queixas de maus-tratos dos jovens e se denunciou a falta de rigor das operações policiais, que se baseiam apenas em informes ou teses policiais parciais e sem qualquer tipo de objectividade.
O Estado espanhol tem muita dificuldade em tragar o fruto do trabalho destes advogados na defesa dos presos, como seja a sentença do Tribunal de Estrasburgo que invalidou a doutrina 197/2006 (conhecida como doutrina Parot) e que implicou a libertação de dezenas de presos políticos, ou o facto de, hoje, cada vez mais gente ter noção daquilo que se passa na escuridão da Audiência Nacional espanhola, das prisões, das esquadras – de tal forma que alguns magistrados já pediram o fim do regime de incomunicação.
Os advogados afirmaram que vão continuar a trabalhar com normalidade e que já expuseram a outros grémios de advogados aquilo que se está a passar, tendo solicitado o seu apoio. / Ver: naiz.info / VÍDEO: Reportagem da Hamaika Telebista
Grande apoio à manifestação deste sábado pela libertação de Ventura Tomé
Pessoas doentes com cancro, trabalhadores do Osasunbidea [serviço de saúde público navarro], dirigentes sindicais e deputados deram ontem uma conferência de imprensa em Iruñea para reclamar a libertação de Ventura Tomé, preso tafalhês de 60 anos a quem foram detectados dois cancros em dois anos e que continua preso em Múrcia.
Fizeram um apelo à participação na manifestação que este sábado, 21, partirá às 18h00 da antiga Estação de Autocarros de Iruñea. / Mais informação: ahotsa.info
quarta-feira, 18 de junho de 2014
Para os advogados de presos, a operação policial anunciada contra eles «não é um acaso»
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