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Aingeru Zudaire foi atingido pela bala de borracha após a carga policial no Passeio Sarasate durante o comício do final da manifestação da manhã. Em resposta às cargas da Polícia Foral e da Polícia espanhola, alguns dos milhares de pessoas que ali se encontravam decidiram sentar-se. Zudaire estava sentado nas imediações do Monumento aos Foros e foi atingido quando se levantou.
O jovem de Atarrabia disse que o polícia que disparou na sua direcção estava a cerca de sete metros - a utilização de balas de borracha a essa distância é terminantemente proibida, porque são letais. As balas de borracha não podem ser disparadas a menos de 30 metros e o disparo deve ser efectuado para o chão, por forma a que bala não atinja o «seu objectivo» directamente, algo que a Polícia espanhola não fez, como se vê nas imagens da intervenção naquele dia.
Arquivamento da queixa de Aingeru [Ahotsa] O arquivamento do processo poderá impedir Aingeru Zudaire de ser indemnizado. Embora o juiz não ponha em causa o facto de o jovem de Atarrabia ter sido atingido por uma bala de borracha, refere que o disparo não foi «intencional ou imprudente» e, mais ainda, que foi «justificado». Como tal, o Estado não tem qualquer responsabilidade nas lesões provocadas.
Por isso, se Zudaire quiser receber alguma coisa, que promova uma acção legal contra os convocantes da greve... O juiz chega mesmo a defender que não é relevante o facto de Aingeru Zudaire ter participado ou não nos incidentes, obviando o facto de que participava num acto legal e que a sua atitude era pacífica.
O jovem está indignado com a decisão judicial e os seus advogadas ponderam a hipótese de recorrer. / Ver: ahotsa.info
Ver também: «Um juiz culpa os sindicatos pelo facto de um jovem perder a visão com uma bala de borracha» (Gara)