Logo após saber a notícia das detenções, Maite Goienetxe afirmou aos microfones da Info7 que a actuação do Estado francês responde a uma estratégia de ilegalização; “isto é uma ilegalização encoberta”, afirmou a membro do Batasuna. A natural de Nafarroa Beherea alertou o Estado francês para o facto de a repressão não dar saída ao contencioso basco e convidou-o a “desalinhar-se” da política do Executivo de Madrid e a defender o diálogo e a negociação.
No entender do sindicato LAB, está-se a tentar “criminalizar e questionar propostas políticas e sociais concretas que estão na agenda política de Ipar Euskal Herria”. Foi essa a apreciação que fizeram na conferência de imprensa cedida ontem em Baiona, e como exemplo referiram o processo recente movido contra o presidente da Euskal Herriko Laborantza Ganbera. A central sindical basca considerou tanto a operação de ontem como a de segunda-feira como um “ataque contra a democracia” e apelou à mobilização e à denúncia.
O Movimento Pró-Amnistia também denunciou com veemência este “ataque enquadrado numa lógica de ilegalização”. Criticou o “entendimento sobre a repressão” entre o Governo de Sarkozy e o de Zapatero, e referiu que este pacto tem como objectivo “pôr um travão à luta pela independência”. “O Estado francês apercebeu-se de que aqui há um povo e quer criminalizar o trabalho político”, afirmou.
Assegurou que a dureza da repressão é proporcional à força do movimento, referindo que “quanto mais se trabalha em Ipar Euskal Herria, mais se reprime». Chamou a atenção, no entanto, para o facto de a repressão “não poder vence nesta fórmula”.
Na perspectiva da Segi, a actuação policial dos últimos dias «evidencia a mudança de atitude de Paris, que assume Euskal Herria como um problema próprio”. Concorda com o movimento anti-repressivo no que se refere à ligação entre o trabalho da esquerda abertzale e a repressão, e assegurou que o Estado francês está “nervoso”. Para além disso, fez um apelo à juventude basca para que responda a este tipo de ataques.
Espanto em Ipar Euskal Herria [País Basco Norte]
O conselheiro regional do PS na Aquitania Frantxua Maitia mostrou-se “bastante perplexo” perante as detenções e afirmou à imprensa que o Batasuna é um partido legal, que actua de maneira pública e conhecida. O facto de já ter passado cerca de um ano desde a operação contra o Kalaka também surpreendeu o conselheiro, que se questionou “se este tipo de actuações pretendem ilegalizar a formação”. Manifestou-se convencido de que esta decisão seria “inaceitável” no Estado francês.
Os Verdes também censuraram a actuação policial e realçaram a “falta de fundamento” da causa contra o Batasuna. No seu entender, é “um ataque à liberdade da militância política” e advertiu o Executivo parisiense de que “a violência só gera mais violência”.
Battitta Amestoy, vereadora abertzale de Uztaritze, afirmou que este tipo de actuações mostra bem como o “Governo gaulês trilhou um caminho errado”. “Aqui só existe a via policial, e a saída é o diálogo”, defendeu. O autarca da capital de Lapurdi, Jean Grenet, escusou-se a fazer uma apreciação da operação, insistindo na ideia de que a polícia “sabe o que faz”.
Enquanto em Ipar Euskal Herria dezenas de agentes policiais procediam à inspecção das habitações dos detidos, a ministra francesa do Interior, Michele Alliot-Marie reunia-se com o seu homólogo espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba. MAM evitou dar detalhes sobre a operação policial à imprensa e declinou responder à questão sobre uma eventual relação destas detenções com uma predisposição do Estado francês para ilegalizar o Batasuna, afirmando de forma defensiva que essa decisão “não depende exclusivamente do Ministério do Interior”.
Centenas de habitantes protestam contra as detenções
No entender do sindicato LAB, está-se a tentar “criminalizar e questionar propostas políticas e sociais concretas que estão na agenda política de Ipar Euskal Herria”. Foi essa a apreciação que fizeram na conferência de imprensa cedida ontem em Baiona, e como exemplo referiram o processo recente movido contra o presidente da Euskal Herriko Laborantza Ganbera. A central sindical basca considerou tanto a operação de ontem como a de segunda-feira como um “ataque contra a democracia” e apelou à mobilização e à denúncia.
O Movimento Pró-Amnistia também denunciou com veemência este “ataque enquadrado numa lógica de ilegalização”. Criticou o “entendimento sobre a repressão” entre o Governo de Sarkozy e o de Zapatero, e referiu que este pacto tem como objectivo “pôr um travão à luta pela independência”. “O Estado francês apercebeu-se de que aqui há um povo e quer criminalizar o trabalho político”, afirmou.
Assegurou que a dureza da repressão é proporcional à força do movimento, referindo que “quanto mais se trabalha em Ipar Euskal Herria, mais se reprime». Chamou a atenção, no entanto, para o facto de a repressão “não poder vence nesta fórmula”.
Na perspectiva da Segi, a actuação policial dos últimos dias «evidencia a mudança de atitude de Paris, que assume Euskal Herria como um problema próprio”. Concorda com o movimento anti-repressivo no que se refere à ligação entre o trabalho da esquerda abertzale e a repressão, e assegurou que o Estado francês está “nervoso”. Para além disso, fez um apelo à juventude basca para que responda a este tipo de ataques.
Espanto em Ipar Euskal Herria [País Basco Norte]
O conselheiro regional do PS na Aquitania Frantxua Maitia mostrou-se “bastante perplexo” perante as detenções e afirmou à imprensa que o Batasuna é um partido legal, que actua de maneira pública e conhecida. O facto de já ter passado cerca de um ano desde a operação contra o Kalaka também surpreendeu o conselheiro, que se questionou “se este tipo de actuações pretendem ilegalizar a formação”. Manifestou-se convencido de que esta decisão seria “inaceitável” no Estado francês.
Os Verdes também censuraram a actuação policial e realçaram a “falta de fundamento” da causa contra o Batasuna. No seu entender, é “um ataque à liberdade da militância política” e advertiu o Executivo parisiense de que “a violência só gera mais violência”.
Battitta Amestoy, vereadora abertzale de Uztaritze, afirmou que este tipo de actuações mostra bem como o “Governo gaulês trilhou um caminho errado”. “Aqui só existe a via policial, e a saída é o diálogo”, defendeu. O autarca da capital de Lapurdi, Jean Grenet, escusou-se a fazer uma apreciação da operação, insistindo na ideia de que a polícia “sabe o que faz”.
Enquanto em Ipar Euskal Herria dezenas de agentes policiais procediam à inspecção das habitações dos detidos, a ministra francesa do Interior, Michele Alliot-Marie reunia-se com o seu homólogo espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba. MAM evitou dar detalhes sobre a operação policial à imprensa e declinou responder à questão sobre uma eventual relação destas detenções com uma predisposição do Estado francês para ilegalizar o Batasuna, afirmando de forma defensiva que essa decisão “não depende exclusivamente do Ministério do Interior”.
Centenas de habitantes protestam contra as detenções
Cerca de 200 pessoas concentraram-se em Baiona quando a polícia francesa inspeccionava a sede do Batasuna. Os habitantes fizeram-se ouvir contra as detenções e em apoio à formação independentista. Para além disso, 150 concentraram-se em Larzabale e Donibane Garazi em solidariedade para com os detidos; 110 juntaram-se em Senpere; uma centena em Urruña; 80 em Lekuine e 25 em Maule. Em Mutriku 40 pessoas concentraram-se contra as ilegalizações e em protesto contra as detenções de ontem; 32 em Atarrabia, com a presença da polícia espanhola, e 75 em Irun, perante a sessão plenária do Município. Em Lazkao, o protesto assumiu a forma de uma caravana de automóveis.
No ponto de mira dos estados, num lado e no outro do Bidasoa [Alerta: pequeno roteiro fascista!]
Ta como o PP em 1997, uma década depois e uma vez concluído sem resultados o processo de negociação, o PSOE colocou no ponto de mira a direcção da esquerda abertzale.
A 4 de Outubro do ano passado e tendo o mesmo juiz Baltasar Garzón como braço executor, o Governo espanhol do PSOE repetiu a manobra impulsionada pelo Executivo do PP em Fevereiro de 1997, detendo em Segura e Olaberria uma vintena de dirigentes da esquerda abertzale, na sua maioria mahaikides [porta-vozes] da Mesa Nacional do Batasuna. Um grande dispositivo policial tomou Segura por completo, onde, ao que parece, os membros do Batasuna se encontravam reunidos. A Audiência Nacional espanhola encarcerou 17 dos 23 detidos em Segura e Olaberria.
Dias depois, a polícia espanhola voltou a actuar contra os dirigentes da esquerda abertzale e prendeu em Beasain o mahaikide Asier Imaz, ainda na sequência da ordem de detenção ditada pelo magistrado Baltasar Garzón a 4 de Outubro.
Em Dezembro, polícias armados e com uma ordem do tribunal especial espanhol detiveram Marije Fullaondo em Gernika. A acusação que pesava sobre ela era a de exercer publicamente a actividade política em Euskal Herria.
Três meses depois das detenções de Segura, a esquerda abertzale deu mais um passo na sua actividade política e colocou como objectivo expor à sociedade o conteúdo do processo de negociação em que participaram delegações do PNV, do PSE e da esquerda abertzale, no santuário de Loiola, no Outono de 2006. A iniciativa arrancou em Iruñea, onde, perante cerca de 300 pessoas, Pernando Barrena, Patxi Urrutia e Unai Fano explicaram os pormenores do processo de resolução. Conversações face às quais o PSOE deu reiteradas e públicas mostras de incómodo, e a que não tardou a responder.
Poucos dias depois do colóquio, os três oradores foram acusados de “integração em organização terrorista” por “reiteração delitiva”, ao continuarem a actuar em nome da formação apesar da sua ilegalização, e o juiz da Audiência Nacional Baltasar Garzón ordenou a sua detenção. Barrena e Urrutia encontram-se na prisão desde então. Fano, por seu lado, conseguiu evitar ser detido daquela vez.
A 11 de Fevereiro deste ano, e horas depois de a esquerda abertzale ter comparecido numa conferência de imprensa para convocar uma greve geral em resposta à situação de excepção que Euskal Herria sofre, catorze militantes da esquerda abertzale foram presos pela polícia espanhola. Garzón procurou conseguir o maior impacto mediático e deslocou-se a Donostia para seguir em directo a operação policial, na qual participaram cerca de 400 membros das Forças de Segurança do Estado. A 14 de Fevereiro, dia em que tinha lugar uma greve geral de grande êxito em Euskal Herria, eram encarcerados em Madrid 11 dos 14 detidos.
Do outro lado do rio Bidasoa, apesar de a legislação que rege o Estado francês considerar o Batasuna como uma formação política legal, a actuação repressiva do Estado também colocou a formação basca no seu ponto de mira. O congelamento de contas de dezenas de militantes do Batasuna bem como o trabalho realizado por alguns meios de comunicação franceses contra o movimento independentista já deixavam de sobreaviso quanto a uma possível operação policial. Assim, em Maio último e no âmbito das jornadas «Askatasun Oihuak» [Gritos de Liberdade], celebradas em Baiona, algumas vozes indicavam que estes factos “procuram preparar o terreno” e já então não descartaram uma operação policial contra o Batasuna no norte do país. O. L.
Fonte: Gara