Domingo, 14 de Setembro: o Governo de Ibarretxe envia um enorme contingente policial para Donostia depois de proibir, motu proprio, a marcha anual em defesa dos direitos dos presos políticos; os seus polícias carregaram com brutalidade contra milhares de manifestantes, detiveram cinco pessoas e enviaram para o hospital outras tantas. Terça, 16: o estado espanhol volta a pôr fora da lei a EAE-ANV, com os seus 180 000 votantes, 69 anos depois. Nesse mesmo dia, a polícia espanhola desactiva uma bomba-lapa encontrada sob um veículo particular de um agente; o artefacto foi descoberto no quartel de Basauri, onde o polícia chegou depois de ter andado no carro sem se aperceber de que levava um artefacto colado, que não explodiu, ao que parece, devido a falha técnica. Quarta, dia 17: a Audiência Nacional espanhola condena 21 militantes do Movimento Pró-Amnistia a um total de duzentos anos de prisão por “trazerem à luz a repressão” e procurarem “deslegitimar” o Estado; a sentença declara ainda a “ilicitude” das Gestoras e da Askatasuna. Onze encarcerados e numerosas mobilizações para denunciar a sentença. Quinta, 18: numa corrida desenfreada, o Estado deixa fora da sua legalidade o EHAK; a esquerda abertzale apela à mobilização em defesa da mudança, de Euskal Herria e dos seus direitos. Sexta, dia 19: milhares de pessoas voltam às ruas para mostrar a sua indignação em todo o território basco. No mesmo dia, PNV, EA, Aralar e EB alcançam um acordo sobre a resposta à anulação da lei de consulta: nada de denúncia a Estrasburgo, uma simples recolha de assinaturas pela Internet, e adiante. Ibarretxe chega-se para o lado e Urkullu lidera uma humilhação a toda a linha. Sábado, 20: novos apelos à mobilização, manifestação nacional para dia 4 de Outubro incluída. E ontem, domingo, a ETA causava danos consideráveis, com duas bombas potentes, na sede da Caja Vital, em Gasteiz, e na esquadra da Ertzaintza de Ondarroa.
Uma semana que, definitivamente, mostra em toda a sua crueza o ciclo de confrontação que vivemos e que reflecte claramente a urgência de mudar de rumo, de modo a que nos encaminhemos em direcção a algo que hoje não existe de todo: um marco democrático para este país.
Uma semana que, definitivamente, mostra em toda a sua crueza o ciclo de confrontação que vivemos e que reflecte claramente a urgência de mudar de rumo, de modo a que nos encaminhemos em direcção a algo que hoje não existe de todo: um marco democrático para este país.
Fonte: Gara