segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Reacção da esquerda ‘abertzale’ ao atentado de Santoña: é urgente abordar a solução do conflito

A esquerda abertzale realçou a necessidade de abordar “com urgência” a solução do conflito político mediante o estabelecimento de um cenário democrático, “assente na liberdade e no respeito pelos direitos deste povo”.

Em comunicado, a esquerda independentista referiu que os acontecimentos destes últimos dias, como as proibições de manifestações, as detenções massivas, ilegalizações, torturas, encarceramentos e acções armadas são “uma reveladora imagem da crueza do conflito político que se vive em Euskal Herria” e evidenciam a necessidade de abordar “com urgência” a sua solução.
Uma solução que, no seu entender, passa pela superação do marco constitucional de “imposição, negação e partição” e pelo estabelecimento de um marco que reconheça e garanta os direitos nacionais de Euskal Herria.
Só assim, sublinhou, “será possível superar o conflito político e, por conseguinte, toda a expressão de violência a ele associada”.

A esquerda abertzale insiste numa solução política e dialogada, que deve dar andamento democrático ao direito a decidir, bem como “abrir as portas à livre afirmação de todos os projectos políticos”, incluindo o independentista.
Todavia, criticam, o PSOE “insiste na direcção oposta” e “fez sua a máxima do PP: ‘todos para a prisão’”.

A esquerda abertzale crê que, depois dos últimos atentados, “como é costume nestas situações, todos os olhares se irão voltar para si, na forma de interpelações e pedidos de condenação de uma violência cuja origem reside, precisamente, na falta de democracia e na violação sistemática dos direitos do povo basco”.

Criminalizar e isolar a esquerda abertzale

Esses pedidos procuram, na sua perspectiva, “criminalizar e isolar politicamente” a esquerda abertzale, cujo objectivo “prioritário foi, é e será a superação do conflito político e armado em termos democráticos”.

Por isso, denuncia “a hipocrisia da imensa maioria da classe política deste país”, que “silencia, quando não aplaude, o estado de excepção a que é submetido este povo, precisamente com o objectivo de evitar uma mudança política assente no reconhecimento dos direitos de territorialidade e autodeterminação que permita a superação do conflito político e de qualquer expressão violenta a ele ligada”.

A esquerda independentista reitera que actuará “com responsabilidade política” e que continuará a trabalhar para que se respeitem os direitos de Euskal Herria, de todos os seus cidadãos e todas as suas cidadãs.

Fonte: Gara