sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Esquerda ‘abertzale’ de Ondarroa: «O PNV não nos vai dar lições de democracia»


A esquerda abertzale de Ondarroa veio ontem afirmar que o atentado contra o quartel da Ertzaintza ocorrido no fim-de-semana passado é um reflexo do conflito político na sua mais “crua realidade” e fez saber que “ninguém nos vai dar lições de democracia, e muito menos o PNV”. Lembrou aos jeltzales que lhes impuseram uma Comissão Gestora na Câmara Municipal, passando por cima da vontade manifestada pelo povo nas eleições municipais.

Após o atentado da ETA contra o quartel da Ertzaintza na madrugada de domingo em Ondarroa, a maioria dos representantes políticos e dos órgãos de comunicação vieram pedir à esquerda abertzale que se pronunciasse sobre tal. No entanto, os representantes independentistas no município vieram lembrar [aos hipócritas] que “ninguém” se aproximou deles nos últimos dias para saber da sua opinião nem da sua atitude. E avisaram que “ninguém nos vai dar lições de democracia, e ainda menos o PNV”, que, como lembraram, impôs uma Comissão Gestora na Câmara Municipal contra a vontade expressa pelo povo nas eleições municipais de 2007.

A candidatura da EAE-ANV [Acção Nacionalista Basca] obteve a maioria absoluta nessas eleições, mas foi ilegalizada pelos tribunais espanhóis [eufemismo].

“Hoje, ninguém quer saber da nossa opinião, seja sobre o que se passou no domingo, as ilegalizações ou qualquer outro acontecimento”, referiram, para acrescentar logo de seguida que “o boicote político e mediático voltou a ficar bem claro”.

Após censurarem a hipocrisia dos que “não perdem a oportunidade de colocar a esquerda abertzale no ponto de mira e que dizem querer ouvir a nossa voz”, fizeram questão de manifestar que “não temos nenhum complexo, nem agora nem na nossa prática política diária”.

No seu entender, o que sucedeu no domingo na localidade costeira é um reflexo do conflito político que se vive em Euskal Herria na sua mais “crua realidade”.

Neste sentido, asseguraram que “lamentam” os danos e os ferimentos provocados aos cidadãos, da mesma forma que lamentam que “morram pessoas nas estradas por culpa da dispersão, se pratiquem torturas, existam detenções, se proíbam as manifestações e tenham lugar cargas policiais ou sejam encarcerados os que trabalham em prol de Euskal Herria e dos cidadãos nas instituições”.

Notícia completa: Gara