Alberto López Iborra foi detido às 18h de dia 27 de Agosto no polígono Landaben depois de um veículo da Guarda Civil ter investido contra o seu automóvel, o que provocou um acidente e lesões que obrigariam López Iborra a ser levado para um hospital. Nos dias seguintes foi espancado e ameaçado pelos agentes da instituição militar.
A Guarda Civil tenta deter outras duas pessoas em Lesaka e Elizondo (cas)
Segundo informa a Askatasuna numa nota, depois do acidente, o jovem barañaindarra foi levado para a esquadra da Avenida Galicia.
Ali, em consequência do acidente, “começou a vomitar sangue e tinha dores nas costas”, pelo que, por volta das 21h, foi levado para o hospital Virgen del Camino, onde permaneceu até às 23h.
Posteriormente, foi conduzido à inspecção da sua casa, que se prolongou durante três horas, e onde a Guarda Civil confiscou “objectos pessoais, algumas publicações e calendários, mas nada de importância”. A nota ressalta que não houve testemunhas durante a inspecção.
Depois de passar algum tempo na esquadra, foi transferido para Madrid. Nas palavras de López, a viagem foi “bastante correcta, embora o tenham levado com os olhos tapados e em alguns momentos com a cabeça entre as pernas”.
Ao chegar a Madrid, “na esquadra os guardas civis insultaram-no, começaram aos gritos e ameaçaram-no enquanto lhe davam socos na cabeça”.
A nota indica que lhe deram vários socos no estômago e por todo o corpo, “sempre com o cuidado de não lhe deixar marcas”.
“Sentaram-no numa cadeira contra um canto e puseram-lhe nas mãos um saco de plástico. Disseram-lhe que, de cada vez que respondesse de forma negativa ou não o fizesse, lho colocariam na cabeça, até que não pudesse aguentar mais”, acrescenta.
Foi então que “começaram as sessões do saco”. Durante os interrogatórios “chegou um momento em que Alberto não aguentou mais. Em certas ocasiões, a aplicação do saco era acompanhada por exercícios físicos”.
Houve uma altura em que lhe atiraram pelo menos dois cubos de água gelada pelo corpo abaixo e a roupa ficou completamente molhada, e ele com ela vestida. “Também o agarraram pelos testículos, provocando-lhe grandes dores”, diz.
Para além disto, ameaçaram meter-lhe a cabeça numa banheira, algo que acabaram por não fazer.
Durante o seu cativeiro, as luzes permaneceram sempre acesas na cela, e uma mesma sintonia soou durante todos os dias da incomunicação.
“Fizeram-lhe acreditar que a sua companheira sentimental também estava presa, e, antes de cada visita do médico forense, eles mesmos lhe faziam uma revisão para ver se não tinha marcas”, assegura.
Auto-acusações
Durante os interrogatórios, a Guarda Civil “fê-lo memorizar duas declarações diferentes”. Na declaração policial não viu nenhum advogado de ofício e ninguém se identificou como tal. “O guarda civil que lhe aceitou a declaração tinha as perguntas e as respostas previamente preparadas e redigidas”, afirma a nota.
López Iborra negou estas declarações na presença do juiz da Audiência Nacional espanhola. Embora se tenha negado a fazer declarações, denunciou perante o tribunal especial espanhol e o próprio médico desta instituição as torturas sofridas.
Fonte: Gara
O Nafarroako Gazte Kontseilua / Conselho da Juventude de Navarra condena o regime de incomunicação aplicado aos detidos. Ver: Apurtu_Prentsa-Oharra