segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Três habitantes de Tafalla condenados por se manifestarem contra dispersão dos presos


Três cidadãos navarros foram condenados na Audiência Provincial de Navarra pelos incidentes ocorridos em Tafalla a 9 de Março de 2006, durante um protesto contra as mortes dos presos políticos bascos Roberto Saiz e Igor Angulo. Naquele dia, a polícia ocupou Tafalla. E, à vista disso, até a autarca do PSN tentou negociar com a Guarda Civil, de modo a que não ocorressem incidentes, mas acabaram por carregar contra os que se juntaram em protesto.

As condenações impostas são:
- Fran Fernandez Casco: condenado a 1 ano e três meses de prisão por um delito de atentado à autoridade. Terá de pagar também uma multa de 270 euros por provocar lesões e uma indemnização de 554 euros a um guarda civil.
- Yasodara Fernandez del Campo: por um delito de resistência à autoridade, condenada a 8 meses de prisão.
- Jose Jabier Oses: condenado a pagar uma multa de 540 euros por provocar alteração da ordem pública.
Por fim, Koldo Gracia foi absolvido da acusação de falta de respeito à autoridade.

A Askatasuna denuncia a cumplicidade entre juízes e guardas civis

De acordo com o organismo anti-repressivo, esta sentença, que esperou dois anos e meio pela leitura, vem dar o aval à “brutalidade policial exercida naquele dia pela Guarda Civil sobre cidadãos que protestavam pacificamente em denúncia de uma política penal cruel e assassina”, e que naquele momento acabava de ceifar a vida a dois presos políticos bascos.
“Não só temos que suportar o agravamento diário das condições de vida das prisioneiras e dos prisioneiros bascos, por parte do PSOE, como ainda temos que aguentar os espancamentos e as detenções daqueles que participam em protestos contra estes atropelos.”
Para a Askatasuna, com esta sentença fechou-se “o círculo repressivo” sem ter em conta as testemunhas de defesa, pelo facto de o juiz ter considerado que as suas declarações não eram imparciais, já que se tratava de gente conhecida dos processados. “Será que a Guarda Civil e os testemunhas das acusações se podem considerar pessoas imparciais? Por que é que o juiz ignorou as múltiplas contradições dos agentes? Como é possível que as denúncias de brutalidade policial tenham sido arquivadas sem a mínima investigação, apesar da existência de relatórios médicos?”, questiona a Askatasuna.
Fonte: Apurtu