Numa conferência que decorreu em Usurbil, dezenas de representantes da esquerda abertzale apelaram aos cidadãos bascos para que, neste fim-de-semana, se mobilizem e organizem reuniões nas diferentes localidades e bairros, sob o lema «Salbuespen egoerari stop. Euskal Herriak autodeterminazioa» [Stop ao estado de excepção. Autodeterminação para o País Basco], como forma de resposta às “agressões” sofridas.
Mariné Pueyo e Itziar Lopategi, em nome de todos, relembraram os últimos episódios da máquina repressiva – operações policiais em Nafarroa, proibição de manifestações, cargas da Ertzaintza, ilegalização da EAE-ANV, sentença contra o Movimento Pró-Amnistia... – e, após contextualizarem tudo isso no “guião vergonhoso que o PSOE está a cumprir sem contemplações”, concluíram que “neste país não há democracia” mas “um estado de excepção gravíssimo”.
Vieram ainda lembrar que o que se pretende ilegalizar não são associações nem partidos, mas sim o projecto político da esquerda abertzale. “O PSOE procura acabar com o projecto independentista e socialista que a esquerda abertzale deseja para Euskal Herria” porque sabe que é “o motor da mudança de que este país necessita”, realçaram.
As militantes independentistas consideram que hoje é “mais evidente que nunca” que existem dois projectos políticos em confronto e que “o franquismo continua muito vivo”.
Nesse sentido, criticaram o facto de “o PSOE não ter nenhum escrúpulo em se juntar aos herdeiros do franquismo, e em encarcerar os que lutaram contra Franco e converter as prisões em campos de concentração de independentistas”.
Com as últimas actuações, acrescentaram, “mostraram qual é a máscara fascista de Espanha”, mas também que o marco actual “está esgotado”.
Também criticaram o PNV, que se mantém “fiel ao Estado” e “massacra a esquerda abertzale” em troca de “mais negociatas e mais poltrona”.
Perante isto, reiteraram o compromisso da esquerda abertzale de continuar a luta e o trabalho pelo futuro de Euskal Herria, porque entendem que “a única forma de sobreviver é conseguir alcançar um cenário democrático”.
Fonte: Gara