quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Três militantes da esquerda ‘abertzale’ negam-se a comparecer nos «tribunais de excepção»


Zigor Gogeaskoetxea, Xarlo Etxezarreta e Jon Goio Jiménez fixaram uma linha de actuação “insubmissa” relativamente aos tribunais especiais de Madrid e Paris: não irão comparecer nos “tribunais de excepção”. Os três estão acusados em diversos sumários da Audiência Nacional.

Zigor Gogeaskoetxea, Jon Goio Jiménez e Xarlo Etxezarreta compareceram ontem em Baiona para prestar informações sobre a atitude insubmissa que adoptaram a propósito dos tribunais especiais de Madrid e Paris: não se irão deslocar a nenhum dos “tribunais de excepção” no caso de serem citados.
E é essa a situação em que se encontram os três militantes da esquerda abertzale: Gogeaskoetxea e Goio foram citados para comparecerem na última segunda-feira por Baltasar Garzón, e Etxezarreta encontra-se processado no sumário contra a Udalbiltza, cujo julgamento arrancará em breve na Audiência Nacional espanhola.
Os três independentistas surgiram ontem na capital de Lapurdi acompanhados pelos representantes da Askatasuna Oskar Bizkai e Anaize Funosas.

«Continuaremos o nosso trabalho»

Gogeaskoetxea, em declarações ao GARA, afirmou que “não temos que dar justificação alguma nos tribunais de excepção pela actividade política que desenvolvemos. Isso deveria ser uma atitude normal num estado ‘democrático’”.
Gogeaskoetxea foi processado por Garzón no sumário que instrui sobre o EHAK [Partido Comunista das Terras Bascas], mas o militante basco assegura que “nos negamos a ir, porque aqui ele não é ninguém para decidir sobre as nossas vidas. Continuaremos o nosso trabalho político e, no caso de alguém opinar algo sobre ele, serão os próprios cidadãos. E nenhum tribunal de excepção nos dirá se as ideias são ilegais ou não”.

O organismo anti-repressivo Askatasuna, por seu lado, explicou que, para compreender a atitude que os três militantes referidos adoptaram, se deve recordar qual é o procedimento tanto da Audiência Nacional como da Secção 14 de Paris para com os cidadãos bascos. Denunciaram que ambos os tribunais especiais gerem leis de excepção para os bascos e que, embora com ritmo e forma diferentes, ambos perseguem o mesmo fim: eliminar a esquerda independentista.

Face à decisão de Gogeaskoetxea, Goio e Etxezarreta, a Askatasuna apelou à sociedade basca para que os protejam, e para que secunde as próximas mobilizações.
Fonte: Gara