Numa reunião realizada esta semana em Roma, a secção europeia da Federação Sindical Mundial aprovou, por unanimidade, uma resolução em que exige a libertação de Rafa Díez, ex-secretário-geral do LAB e antigo membro desse órgão, além da dos outros quatro militantes independentistas detidos a 13 de Outubro de 2009 por empreenderem uma nova iniciativa política para Euskal Herria.
A FSM destaca que o sindicalismo de classe internacional e os dirigentes sindicais como Díez Usabiaga «centraram toda a sua actividade na prosperidade das pessoas, bem como no direito das classes populares a viverem num país onde os seus direitos sejam respeitados e onde imperem os princípios democráticos».
Como tal, considera «totalmente inaceitável» o encarceramento de gente que, como Rafa Díez, «estão ao serviço do seu povo e lutam por um mundo melhor». «É inconcebível que hoje em dia haja estados que prendam gente que lute pelas liberdades democráticas. Todos os democratas e sobretudo os diferentes líderes têm direito a defender as liberdades democráticas e isso deve ser respeitado».
A resolução exige a libertação do ex-secretário-geral do LAB, assim como das restantes pessoas que foram presas com ele e que ainda permanecem encarceradas em prisões espanholas. Trata-se, além de Díez Usabiaga, dos militantes independentistas Arnaldo Otegi, Sonia Jacinto, Arkaitz Rodríguez e Miren Zabaleta, detidos pela Polícia espanhola numa operação levada a cabo a 13 de Outubro de 2009 em Donostia e Iruñea.
«A sua injustificável permanência na prisão deve terminar de imediato, devendo ser postos em liberdade para que possam prosseguir o seu trabalho», conclui o texto que fizeram chegar aos meios de comunicação e a centrais sindicais de toda a Europa.
Mas esta não foi a única resolução de apoio a Rafa Díez. A União Internacional de Sindicatos (UIS) de Construção, Madeira e Afins aprovou um texto semelhante ao da FSM e que foi distribuído a centrais sindicais do sector e a meios de comunicação de todo o mundo. Nesse texto, reivindicam a libertação do ex-secretário-geral do LAB e também a dos seus companheiros de militância. Fonte: Gara
O evento de Bilbo terá início às 18h (17h em Portugal) no Palácio Euskalduna e será transmitido em directo pela Apurtu.org. Lembramos que neste evento diferentes partidos políticos bascos, de diferentes áreas, vão reclamar direitos civis e democráticos básicos para Euskal Herria
Na sequência da Lei de Partidos e de certas actuações judiciais-mediáticas, o ataque às liberdades políticas em Euskal Herria é considerável, aproximando o país de uma situação que pode ser já directamente considerada de tipo autoritário-fascista. Como tal, o acto assume uma importância fundamental. As mesmas formações que convocaram, recentemente, uma manifestação em Bilbau pelos direitos das presas e dos presos voltam a unir-se, desta vez exigindo a existência de umas garantias democráticas mínimas nesta nação. Para seguir o evento em directo, clicar em www.apurtu.org Fonte: lahaine.org
As provas periciais deixaram a descoberto as lacunas dos relatórios da Guarda Civil. Na quinta-feira à tarde, a Procuradoria e a defesa pediram a absolvição dos cinco arguidos do «caso Egunkaria», depois de terem terminado as declarações dos peritos. Todas as partes reiteram as conclusões iniciais, mas no caso da Procuradoria há a assinalar o facto de ter sido a primeira vez que pediu a absolvição. Ao invés, a acusação manteve o pedido de condenação para os arguidos: uma pena de 14 anos de prisão para Joan Mari Torrealdai, Txema Auzmendi, Iñaki Uria e Martxelo Otamendi e de 12 anos para Xabier Oleaga. Na semana que vem, as partes apresentarão as conclusões, após o que o «caso Egunkaria» ficará a aguardar sentença. Durante o processo, tornou-se evidente que o único argumento da acusação reside nos relatórios da Guarda Civil, e na quinta-feira, ao apresentar as provas periciais, ficou claro que os documentos se baseavam em hipóteses não comprovadas e interpretações erradas. Fonte: Egunkaria Press via lahaine.org
O Anuário sobre a repressão em Nafarroa em 2009 sairá em breve. Tal como em anos anteriores, neste trabalho o Movimento pró-Amnistia de Nafarroa procurou recolher «todos os factos que desenham essa crua realidade que se procura esconder». E fá-lo para divulgar essa realidade «aos quatro ventos» / lau haizetara
Nesta nova edição do Anuário poderemos encontrar dois videoclipes do grupo Tximeleta. Para já, fica o primeiro deles, que tem por título «Elkartasun Hondartza» [praia da solidariedade]. A letra é do poeta navarro Fertxu Izkierdo, e aborda o acosso a que foram sujeitos tanto os presos e as presas políticas bascas como os seus familiares ao longo de 2009.
Elkartasun Hondartza
Egunak erre dizkigute egunkari debekatuekin irribarrerik ederrenak terroristak bihurtuta lapurtutako argazki bat kabitzen zaigu bihotzean.
Elkartasun hondartza bat herri ta auzo bakoitzean gero eta altuagoak dira ikusten ez diren uhinak
Sirena hotsekin jantzita Euskal Herriko gure bazterrak ta eskubide politikoak borra batez kraskatuak maite zaituztegu hitzak akusatuen aulkietan.
Elkartasun hondartza bat herri ta auzo bakoitzean gero eta altuagoak dira ikusten ez diren uhinak
Depois da publicação da reportagem sobre a ASEH no Expresso desta semana, chegaram-nos várias mensagens de solidariedade e de condenação ao ataque desferido por aquele semanário. Recordamos que através da mentira e da manipulação disseram que a ASEH mantinha relações com membros da ETA na clandestinidade. Uma reportagem que não só atenta contra a imagem da nossa associação como também põe em perigo os nossos activistas, e consideramos que tem o objectivo de criminalizar a solidariedade com o povo basco.
Do País Basco, chega uma nota de solidariedade da organização internacionalista Askapena:
"Da parte da Askapena, queremos fazer chegar à ASEH o nosso apoio; sabemos que há pessoas (a reportagem ia acompanhada de fotografias de pessoas da associação) que estão a sofrer consequências pessoais e laborais por este artigo, que não é mais do que outro passo para a criminalização da solidariedade internacionalista. Asel Luzagarra, preso por ser basco solidário com o povo mapuche; Sebas Bedouret, do Comité de Paris de Solidariedade com Euskal Herria, encarcerado e torturado, há dois anos, por estar com este povo; 16 pessoas desse mesmo comité detidas, há dois anos; em Florença, um amigo solidário do grupo Amigos de Euskal Herria detido e interrogado sobre o seu trabalho de solidariedade com Euskal Herria; a Askapena continuamente intoxicada e criminalizada... Aski da! Basta!
Hugo Franco não merece chamar-se jornalista e o semanário Expresso é responsável pelas folhas que publica e pelas consequências que esse artigo tem para as amigas e os amigos da ASEH. Força! Ânimo e avante!
Como diz o lema da semana de solidariedade com Euskal Herria (de 6 a 13 de Fevereiro): Precisamos de vocês!!!"
O procurador da Audiência Nacional, sem ter em atenção as considerações da ONU sobre o caso, pediu a prorrogação da prisão preventiva, por um período de mais dois anos, para nove independentistas, numa altura em que passam dois anos desde a sua detenção.
O procurador da Audiência Nacional espanhola solicitou a prorrogação da prisão preventiva por mais dois anos para nove independentistas bascos que acabam de cumprir dois anos de prisão desde a sua detenção. Concretamente, o tribunal de excepção analisou ontem, em diversas audiências, a situação dos presos políticos Pernando Barrena, Karmelo Landa, Txema Jurado, Mikel Etxaburu, Nuria Alzugarai, Aitor Aranzabal, Joseba Zinkunegi, Eusebio Lasa e Mikel Garaiondo. Todos eles foram presos no início de 2008 e constituídos arguidos em diversos sumários como o das herriko tabernas e os abertos contra a EAE-ANV e o EHAK.
O representante do Ministério Público, Vicente González Mota, requereu o período máximo de prisão preventiva permitido por lei para todos eles - quatro anos - durante as audiências que ontem decorreram no tribunal de excepção. Para justificar a solicitação alegou que existem indícios de que os presos «pertencem à rede institucional» da ETA, bem como o risco de «reiteração criminal».
A solicitação feita pela Procuradoria não leva em conta as observações que o Grupo de Trabalho sobre a Detenção Arbitrária das Nações Unidas fez em Outubro passado. Num relatório emitido, a ONU referia que «o único motivo de acusação» existente contra o antigo eurodeputado do HB Karmelo Landa reside «só na sua militância no ilegalizado partido político Batasuna».
Por esta razão, o organismo europeu afirmava no documento que a sua «privação de liberdade é arbitrária», exigindo ao Governo espanhol que «resolvesse a situação» do político independentista «mediante a concessão da liberdade provisória até à conclusão do julgamento». Fonte: Gara
Tasio Erkizia vai prestar declarações na AN espanhola por participar num acto de homenagem a «Argala» A repressão sobre a esquerda abertzale não pára. Erkizia acusou o PNV e o PSOE de «dar cabo» do debate interno da esquerda abertzale, em que se procura alcançar «um cenário democrático sem ingerências externas, nem violência». O histórico dirigente da esquerda abertzale deve comparecer na Audiência Nacional espanhola, para prestar declarações ao juiz Baltasar sobre a sua participação no acto de homenagem a José Miguel Beñarán «Argala» que se realizou na localidade biscainha de Arrigoriaga no dia 21 de Dezembre de 2008. Fonte: kaosenlared.net
Tasio: «O PSOE está a tentar dar cabo do debate interno».
O Tribunal de Instrução número 3 de Bilbau requereu ao diário Deia que apresente a carta que, segundo informou na sua edição de 22 de Dezembro, Arnaldo Otegi teria enviado a um preso de Zuera e da qual chegou a retirar expressões textuais. O dirigente independentista negou à sua advogada que tivesse escrito o que este diário e outros periódicos do Grupo Noticias lhe atribuíram, pelo que a advogada apresentou uma queixa em tribunal, à qual foi dada provimento.
O Tribunal decidiu que Arnaldo Otegi seja ouvido «na qualidade de prejudicado».
Pede à Audiência Nacional espanhola que esclareça se Otegi «tinha as comunicações escritas controladas por ordem do tribunal, e, nesse caso, se o tribunal autorizou a sua publicação nos meios de comunicação ou a sua divulgação pública».
Recordamos que a página anterior, gaztesarea, foi definitivamente encerrada pelo Estado espanhol na semana passada, embora já se encontrasse de facto inactiva havia alguns meses. A partir de hoje a juventude basca terá à disposição um novo espaço na Internet: www.topatu.info. Fonte: kaosenlared.net
A obra Burdinen arteko herria vai ser apresentada em Plentzia
A obra (Um Povo atrás das Grades), que conta a história do Colectivo de Presos Políticos Bascos, será apresentada na próxima quarta-feira em Plentzia (Bizkaia). Mais informação: etengabe
Associação Salhaketa organiza novo certame de teatro de rua para sensibilizar as pessoas sobre situação nas prisões
A associação de apoio a presos Salhaketa deu início à campanha de inscrição para o III Certame de Teatro de Rua: «¡De la cárcel... a la calle!». Na sua terceira edição, que se celebrará em Huarte (Nafarroa), continuam a considerar o teatro de rua como um bom método «para chegar directamente às pessoas, directamente à rua, rompendo os muros de betão nascidos do medo e reforçados pela ignorância». A Salhaketa valoriza «a proximidade» que este tipo de teatro confere à realidade da prisão, e incentiva todos aqueles que queiram participar a fazerem-no. O único requisito para participar neste certame é que as obras não excedam os 30 minutos de duração. «O tema da prisão é e pode ser muito vasto, pelo que vos incitamos a aprofundá-lo», afirmam. Para qualquer informação, pode-se contactar a associação através deste e-mail: salhaketa.nafarroa@gmail.com. Dois anos de experiência Depois de dois anos em que tanto a afluência de público como as obras apresentadas a concurso constituíram um êxito, a Salhaketa mostra-se decidida a seguir por esta «via de consciencialização social, directa e plena de força». Para a associação, a sensibilização da sociedade perante a realidade que as prisões escondem representa algo de «incontornável». «Hoje em dia, assistimos a petições populares mediatizadas exigindo ao Estado um endurecimento das penas de privação de liberdade. O Estado já se preocupa suficientemente com o obscurantismo das Instituciones Penitenciarias para que, enquanto sociedade, não tenhamos consciência do que a prisão realmente representa para as pessoas, para os seus familiares e para a própria sociedade», referem. Fonte: apurtu.org
Ataque às mostras de solidariedade com os presos em Algorta
A Ertzaintza prolonga o entretenimento estival do conselheiro da Guerra na CAB, retirando fotos de presos políticos em Algorta (Bizkaia).
No âmbito da semana de homenagem a Jesús Larrañaga
Respondendo ao convite da iniciativa «ATZO ETA GAURKO EUSKAL EZKERTIARRAK» [Gente basca de Esquerda de ontem e de hoje], a Ahaztuak 1936-1977, associação de vítimas do franquismo e de luta pela memória histórica democrática e antifascista, preparou para esta sexta-feira, 22 de Janeiro, uma conferência-debate em Pasaia com o título «Hacer Memoria, Hacer Justicia». Antes da conferência, que terá lugar nos Paços do Concelho de Pasaia (Gipuzkoa), será projectado um pequeno vídeo introdutório sobre a Memória Histórica.
Estas Jornadas organizadas em Pasaia centram-se na figura Jesús Larrañaga, dirigente operário, dirigente comunista basco durante a II República e membro do Comité Central do PCE, combatente contra o levantamento fascista de 1936 e fuzilado em Madrid a 21 de Janeiro de 1942, depois de ser detido nesta mesma cidade no desempenho da sua militância clandestina.
Esta é a razão pela qual o dia 23 de Janeiro, em que se porá um ponto final às Jornadas, foi designado pelos organizadores como «Larrañaga Eguna» [Dia de Larrañaga]. Dele farão parte diferentes eventos, e a Ahaztuak 1936-1977 convida os habitantes de Pasaia e todos os cidadãos guipuscoanos e bascos em geral a estarem presentes. http://ahaztuak1936-1977.blogspot.com/
Nove guardas civis negam, no julgamento que está a decorrer em Madrid contra os directores do Egunkaria, ter torturado Torrealdai, Otamendi e Uria. De acordo com a versão das privilegiadas «testemunhas», apesar das denúncias de tortura feitas pelos arguidos, durante o tempo que estes permaneceram na esquadra tudo foi «normal».
Deveriam ter sido um pouco mais explícitos e ter esclarecido a que é que se referiam, porque muitos de nós acreditam na versão dos detidos, segundo a qual foram tratados como normalmente são tratadas as pessoas detidas.
O problema acaba por ser o de sempre; ninguém consegue provar a aplicação do saco, os golpes com uma lista telefónica, as vexações, os insultos… E menos ainda quando os juízes olham para o lado, recusando-se a investigar até os casos mais escandalosos. Apesar da natureza óbvia do assunto, há quem se indigne e decida que o que é preciso fazer é actuar contra as vítimas por mancharem a imagem do corpo benemérito.
As CCOO inclui na sua tabela de reivindicações laborais a negociar com o Governo ilegítimo de Gasteiz que se actue de ofício contra as denúncias de tortura nas esquadras da Ertzantza. Para as CCOO, as denúncias que não forem dadas como provadas em Tribunal devem ser perseguidas, porque são denúncias inventadas pelos detidos. Este sindicato propõe que se proceda tal como no caso Egunkaria. Recordo que Otamendi e companhia foram acusados por denúncias de tortura durante a sua passagem pelo quartel.
Não me surpreende que este sindicato defenda os alegados torturadores em vez de o fazer às vítimas por maus tratos em instalações policiais. Há poucos meses, este mesmo sindicato defendia, conjuntamente com a UGT, o indulto para vários agentes condenados por infligir torturas a vários detidos.
Por alguma razão Calvo Sotelo disse aquilo que disse no comício que deu no frontão Urumea, em Donosita, quando lançou a famosa proclama: «antes roja que rota»*.
Txelui Moreno, militante da esquerda abertzale, aborda o último comunicado da ETA, as estratégias do Estado espanhol e da Esquerda Abertzale e a situação em que se encontra o debate ideológico no seio desta última.
Tentaram, mas não conseguiram. Conseguiram que aparecessem menos mostras de solidariedade porque as tinha retirado previamente, mas nem isso nem as ameaças fizeram com que aflorasse a solidariedade como noutras manifestações festivas de Euskal Herria - porque isso é simplesmente impossível. A danborrada apareceu «mais limpa de símbolos» que em anos anteriores, como disse o conselheiro do Interior, Rodolfo Ares, mas há uma explicação para essa «limpeza». A actuação da Ertzaintza desde o início da tarde, primeiro entregando, casa a casa, a ameaça impressa e depois retirando faixas que, seguramente, não possuíam qualquer conteúdo proibido, como a denúncia da tortura; o zelo da Polícia Municipal em evitar que se exibissem reivindicações e a habilidade dos realizadores da ETB durante a transmissão da danborrada na Konstituzio Plaza servem de explicação para o menor aparecimento de mostras de solidariedade, mas não eliminam o facto de que esta tenha existido. A danborrada foi «mais limpa» que noutras vezes, mas não porque os donostiarras assim o desejassem, o que torna mais suja a atitude daqueles que se empenharam em evitar as expressões de solidariedade. Fonte: Gara
Ver também: «"Tropas armadas", grua e censura para desfigurar a realidade», de Ramón SOLA, em Gara "Não é um dado novo que a 'Consti' se transforme num palco da batalha dos símbolos, antes pelo contrário. Ali, apareceu pela primeira vez a ikurriña de forma legal na noite de 19 de Junho de 1977, no meio de uma grande ovação. Quase 35 anos depois, a bandeira basca continua a ser tolerada, e também as faixas contra a incineração de resíduos ou o TGV, mas não as que recordam a situação dos presos ou denunciam a tortura. A Ertzaintza e a Polícia Municipal fixaram aí o limite."
A marcha terá lugar no sábado, dia 23, em Zizur (Nafarroa), e visa denunciar a operação policial em que foi detida Ainara Bakedano
Inspecção levada a cabo pela Guarda Civil no Esparru
Após a operação policial contra o movimento juvenil do passado dia 24 de Novembro, em que dezenas de pessoas foram detidas em Euskal Herria, entre elas a habitante de Zizur Ainara Bakedano, o Grupo de apoio aos presos e presas de Zizur convocou uma marcha de protesto.
Inspecções, detenção e tortura Na noite de 23 de Novembro, à 1h30 da madrugada, a Guarda Civil entrou em casa de Ainara Bakedano com a intenção de a deter e de proceder a buscas. Bakedano não se encontrava em casa, pelo que não foi detida. Nessa mesma noite, a Guarda Civil entrou à força no gaztetxe Esparru, em Zizur, para o inspeccionar. Os convocantes da manifestação denunciam «a intoxicação por parte de alguns meios de comunicação», que afirmaram que esse local era utilizado «para fabricar engenhos explosivos», bem como a atitude tomada pelo líder da UPN de Zizur Nagusia, que tachou este local como um «autêntico ninho de ratazanas».
Ainara Bakedano acabou por ser detida a 30 de Novembro, quando se encaminhava para a AN, acompanhada pelo seu advogado, para se entregar. Sobre a noite que permaneceu em regime de incomunicação, viria a denunciar ter sido vítima de tortura - aplicação do saco na cabeça, até chegar quase à asfixia, assim como múltiplas vexações, tanto de cariz físico como psicológico. Depois de denunciar tudo isto na presença do juiz, este deu-lhe ordem de prisão.
Contra o processo democrático O Zizurko Presoen Aldeko Taldea considera que «a operação teve lugar num momento em que se verificam movimentos em diferentes sectores políticos com vista a dar passos em direcção a um processo democrático que permita superar o conflito político que Euskal Herria vive», e, perante esse cenário, o Estado espanhol tem «toda a sua máquina repressiva activada» com o propósito de «obstar à mudança política e social de que Nafarroa e toda Euskal Herria necessita». Na opinião deste grupo, «isto mostra o estado de excepção em que vivemos» e também que «é mais importante que nunca organizarmo-nos e continuarmos a lutar pela defesa dos direitos de todos os projectos políticos». A manifestação, que terá lugar no próximo sábado, às 18h00, em Zizur Nagusia, sairá das Piscinas. Fonte: apurtu.org
Reproduzimos a nota da nafarroan.com, deixamos um artigo que aqui traduzimos em Junho de 2009 e sugerimos a leitura de um belíssimo texto de Jose Mari Esparza.
«Morreu Jesús Lezaun, amigo e colaborador da nafarroan» Jesús Lezaun deixou-nos. Pouco depois de nos despedirmos de Jorge Cortés Izal, faleceu outra das pessoas-chave para entender a razão da existência de uma Nafarroa rebelde que resiste à prepotente e autoritária Navarra foral e espanhola. Pessoas que nos ensinaram a lutar, mas também a sonhar. Exemplos de uma qualidade humana que em vão buscaremos nas manjedouras do poder, seja o poder económico, político, mediático ou eclesiástico. Rebeldes consequentes, formigas incansáveis. A geração que abriu o caminho que é já hoje o vasto caminho pelo qual vamos continuar a caminhar em direcção a uma outra Nafarroa, a uma outra Euskal Herria.
-- «As Prisões» As pessoas não se preocupam muito com a grave questão das prisões. Seguramente não tanto como um amigo meu, Patxi Larraintzar, que já morreu há algum tempo, e que uma vez escreveu uma carta ao Director da prisão de Pamplona, oferecendo-se em troca de qualquer preso que ele quisesse. Naturalmente, o funcionário não aceitou a oferta, e mandou-o pentear macacos.
As prisões são, desde sempre, um gravíssimo assunto, a que já os profetas do Antigo Testamento dedicaram as suas profecias. Assim, Isaías dá como sinal para reconhecer o Messias vindouro a libertação das prisões. Jesus de Nazaré fez seus esses presságios ao apresentar-se como Messias libertador das cadeias da prisão.
Mas os cárceres estão aí, com o seu satânico afinco na destruição dos homens e das mulheres mais desprotegidos e necessitados.
Fez-se emblemática a prisão de Guantánamo, ideada pelo cruel desejo de um político desnorteado, Bush, o da grotesca guerra do Iraque. Também são famosas no mundo inteiro as prisões espanholas, mande quem ali mandar: o Franco do Forte de S. Cristóbal, Aznar ou o socialista Zapatero das prisões da dispersão. Nelas tritura-se os encarcerados com uma ferocidade demente, retorcem-se as leis de forma vingativa para que certos presos vejam transformadas as suas condenações em pena perpétua. Dizem que os poderes políticos empregam as prisões como instrumentos de regeneração do preso. Isso é uma tremenda mentira. As prisões e os que se servem delas não existem senão para aniquilar o preso, e mais ainda se é um inimigo político.
Escandaliza a terrível passividade da Igreja. Uma visita protocolar pelo Natal para manter as aparências e acabou. Com uma Igreja assim, o preso só pode pensar que o Messias ainda não chegou.
A democracia de um povo mede-se pelas suas prisões e pelos meios que se empregam nelas. Espanha é, não já uma débil, mas falsa democracia, uma ditadura dissimulada que se pega com os mais vulneráveis, sobretudo no que diz respeito ao Povo Basco. 800 presos políticos bascos sobre os quais se descarrega a vingança de todos os poderes são a acusação mais clamorosa dos que governam, que, como suprema razão, invocam que assim o Estado se defende daqueles que o querem destruir. A cumplicidade dos políticos de vocação e profissão é lacerante. E objectivo-mor: impedir que este pequeno povo possa ser ele mesmo e livre. Aí reside a solução para os males que nos acometem, ou, se quiserem, a solução democrática para o sofrimento de todos.
O movimento da esquerda abertzale tem um alcance muito maior. Pretende alterar os parâmetros do conflito e levar a confrontação para vias exclusivamente democráticas.
Apresentar o debate que a esquerda abertzale está à beira de concluir como uma resposta a supostas urgências de carácter eleitoral constitui um exercício de cinismo táctico por parte de Alfredo Pérez Rubalcaba e de tacticismo cínico no caso de Antonio Basagoiti. O ministro do Interior sabe em primeira mão que, se no interesse da esquerda abertzale a presença nas urnas tivesse primado sobre a necessidade de avançar em direcção a um cenário com novas regras de jogo democráticas, teve ao seu alcance a oportunidade de o fazer em 2007. Rubalcaba sabe que não é esse o objectivo, mas convém-lhe virar para aí o foco.
Em relação a Basagoiti, o que se passa é que tem a noção de que, se as eleições decorrerem em condições democráticas, as suas aspirações podem ver-se bastante afectadas, e trata de pressionar o Governo espanhol para que não o admita. Não é segredo para ninguém que a esquerda abertzale aspira não só à presença nas urnas, mas ainda à obtenção dos melhores resultados possíveis, mas a sua sobrevivência não depende disso. Se não, relembre-se os vaticínios sobre o desaparecimento iminente do Batasuna, em 2003, sem representação municipal e foral e sem os subsídios consequentes, e estabeleça-se um contraste com a realidade actual.
O movimento da esquerda abertzale tem um alcance muito maior. Pretende alterar os parâmetros do conflito, aos quais considera que o Estado está perfeitamente acomodado, e levá-lo para um novo estádio em que a confrontação se dê única e exclusivamente por vias democráticas. E a sua base social está já a encerrar o debate sobre as fórmulas mais adequadas para isso.
Neste contexto, faz sentido enquadrar o último comunicado da ETA. É sobretudo digno de destaque o facto de que uma organização que defendeu historicamente a sua condição de vanguarda escreva agora que «a esquerda abertzale, que é o motor da luta deste povo, falou e a ETA faz suas essas palavras». Agora, não era altura para se esperar um anúncio de tréguas ou o fim da luta armada que, seguramente, como se diz no comunicado, não virão por si mesmos e sem que haja um processo democrático. O essencial é observar que o interesse em criar dissensões ou excisões não deu frutos e, como tal, as conclusões que resultarem do debate interno da esquerda abertzale - que serão conhecidas dentro de algumas semanas - hão-de ser aquelas que marcarão o caminho do futuro sob a direcção que as bases de Batasuna estão a traçar.
«Tradução integral para castelhano: Comunicado da ETA a Euskal Herria» "Como o Gara indicou, o comunicado da ETA publicado no domingo no seu idioma original, o euskara, foi resumido por outros meios de comunicação seguindo traduções que distorciam o seu conteúdo e nas quais havia erros coincidentes. De forma a dissipar as dúvidas que esta situação possa ter provocado nos leitores não euskaldunes, o Gara decidiu traduzi-lo, desta vez de forma integral:" http://www.gara.net/paperezkoa/20100119/177927/es/Traduccion-integra-castellano-Comunicado-ETA-Euskal-Herria
«Egibar destaca o texto da ETA e o Eusko Alkartasuna pede que se aborde com inteligência» "As primeiras apreciações previsíveis do comunicado da ETA vão dando lugar a leituras mais profundas. Ontem, Joseba Egibar [PNV de Gipuzkoa] afirmou tê-lo lido bem e sublinhado, concluindo que evidencia que 'o centro de gravidade está em Altsasu'. O EA de Nafarroa respondeu às críticas da UPN dizendo que, 'na questão da violência, a direita navarra mais vale estar calada'." http://www.gara.net/paperezkoa/20100120/178254/es/Egibar-destaca-texto-ETA-EA-pide-tratarlo-inteligencia
No sábado passado a Euskal Herriko Laborantza Ganbara (EHLG) festejou os seus cinco anos de existência na sua sede de Ainhize-Monjolose (Nafarroa Beherea). Mais de 250 pessoas assistiram ao evento, entre os quais numerosos representantes do mundo político (PS, Verts, Modem, Batasuna, AB, PNV, EA), os eleitos de Baiona J. R. Etchegarray e Martine Bisauta, o conselheiro regional e geral F. Maitia, a conselheira geral M. Larran Lange, a autarca de Senpere (Lapurdi) e presidente do Biltzar dos municípios, C. Bessonart, e o presidente da comunidade dos municípios Grazi-Baigorri, J. M. Galant.
De notar a presença do Sr. Alain Rousset, presidente do Conselho Regional e cabeça de lista do PS francês para as próximas regionais. Mas novidade maior ainda foi a leitura, por parte de Jean-Baptiste Etcheto, presidente do Conselho de desenvolvimento, de uma mensagem de apoio de Jean Jacques Lasserre, conselheiro geral e cabeça de lista do Modem para os Pirinéus Atlânticos. É a primeira vez que o antigo presidente do Conselho geral se pronuncia publicamente a favor da EHLG.
Balanço e perspectivas Se, inevitavelmente, a intervenção de Michel Berhocoirigoin, presidente da EHLG, começou por se centrar no processo judicial que tem de enfrentar no dia 18 de Fevereiro em Pau (o Estado, usando o subterfúgio do prefeito, recorreu da decisão de primeira instância), em seguida fez um balanço destes cinco anos e abordou as perspectivas de futuro.
Nesse balanço, afirmou-se que a EHLG levou a cabo 2000 acções, que implicaram 1100 agricultores (ou seja, um terço dos agricultores de Iparralde). Referiram ainda que cerca de mil pessoas que não são agricultoras também participaram nas acções da Laborantza Ganbara.
Em relação a projectos futuros, vão ser implementadas acções em quatro novas áreas: alternativas à cultura do milho (para economizar água), animação de um projecto Natura 2000 no Sul de Lapurdi, utilização de resíduos vegetais para a alimentação do gado e elaboração de um dossier sobre agricultura sustentável. De notar que estas duas acções serão financiadas pelo Conselho geral, o que constitui uma novidade.
Embora lamentando que os processos judiciais de que a EHLG é alvo coloquem obstáculos ao seu trabalho, o presidente não deixou de, no entanto, admitir a possibilidade de que, daqui por um ano, tudo isto faça parte do passado.
«Salbuespen egoerari stop! Baldintza demokratikoak orain!» [Fim do estado de excepção! Condições democráticas agora!] foi o lema que se lia na faixa, atrás da qual centenas de pessoas se manifestaram, neste sábado, pelas ruas de Lekeitio, para denunciar o «estado de excepção» que se vive em Euskal Herria. A marcha centrou-se na realidade «repressiva» que se abate sobre a comarca de Lea-Artibai (Bizkaia), com dezenas de habitantes imputados e a aguardar por julgamento no tribunal de excepção de Madrid.
«Detenções, buscas, tortura, perseguição, julgamentos, sentenças, controlos policiais, interrogatórios ilegais nos bosques, multas, cargas, tareias... Temos um sem-fim de exemplos que confirmam que a comarca de Lea-Artibai vive um estado de excepção», afirmou a pessoa que tomou a palavra após a mobilização que no sábado à tarde percorreu as ruas da sede deste município biscainho costeiro. Mesmo que nos limitemos a uma breve abordagem relativa ao ano que passou, o cômputo final traduz-se em mais de uma centena de pessoas identificadas por motivos políticos, quase uma vintena de detenções, brutais arremetidas policiais como a que ocorreu nas festas de Setembro, ou, entre outros exemplos, a atribuição de elevadas penas de prisão a jovens independentistas pela sua militância política. Notícia completa: Gara
Elkartasun Eguna, solidariedade com os perseguidos políticos No domingo, cerca de 450 pessoas participaram, em Larresoro (Lapurdi), no encontro anual do Elkartasun Eguna para «denunciar a repressão, apoiar os presos, os refugiados e as suas famílias e para recordar os falecidos». O acto que se seguiu ao almoço dividiu-se em duas partes distintas. Por um lado, através de uma montagem audiovisual, foram evocados os militantes desaparecidos, em particular este ano: o baztandarra Kepa Arizmendi e o donostiarra Jon Anza, cujos rostos apareciam em ambos os lados do palco.
Na segunda montagem audiovisual, fez-se uma abordagem à longa lista de acontecimentos repressivos do ano transacto, bem como às principais respostas populares que foram dadas e que coincidiam com a mensagem veiculada pela Askatauna, segundo a qual «a solidariedade é a melhor arma contra os ataques repressivos». As imagens incidiram especialmente na luta que o Colectivo de Presas e Presos Políticos Bascos (EPPK) está a empreender actualmente, e cujas reivindicações foram expostas na intervenção posterior de Anaiz Funosas.
A porta-voz do organismo anti-repressivo abordou detalhadamente a «situação de urgência absoluta que os presos sofrem», incidindo nos presos com doenças graves, nos que continuam encarcerados depois de terem cumprido a pena, ou nos que são alvo da «tortura branca» do isolamento. Funosas salientou que «as reivindicações do colectivo têm por objectivo a resolução política do conflito». «É por isso que exigem o reconhecimento do seu estatuto político porque isso evidencia que o conflito também o é e que eles são consequência dele», acrescentou. Para a Askatasuna, a aceitação desse estatuto é o primeiro passo para alcançar a amnistia entendida «não como uma abertura das portas das prisões, mas como o desaparecimento das razões que as levaram a encher-se, o que conduzirá ao reconhecimento do direito à autodeterminação». Depois de realçar que «é uma luta que diz respeito a todos porque os seus direitos são também os nossos e porque a negação do nosso povo também nos concerne», afirmou que, «se nos batem com tanta força, é porque têm medo do caminho que estamos a construir; temem a solidariedade, a dignidade, o carinho, a sede de justiça que de ambos os lados das grades nos dão uma força enorme. São as nossas armas mais importantes e nenhuma lei as poderá fazer desaparecer». Arantxa MANTEROLA Fonte: Gara
Os tribunais adiam para Fevereiro as suas decisões sobre os mandados europeus contra Agudo e Peña O Tribunal de Apelação de Bordéus adiou a decisão sobre o mandado europeu contra Joseba Agudo para 4 de Fevereiro, à espera da informação pedida ao tribunal de instrução de Paris. Maritxu Paulus-Basurko, advogada de defesa de Agudo, detido em Hendaia a 28 de Outubro do ano passado na sequência da intrusão policial no seu escritório, em Oiartzun, considera que o procedimento é irregular. Também foi adiada a decisão do Tribunal de Pau sobre o mandado europeu contra Ibai Peña. O tribunal francês espera que a Audiência Nacional espanhola lhe faculte uma série de informações sobre o mandado emitido contra o jovem, detido no dia 8 deste mês em Hendaia. Fonte: Gara
O preso político catalão Diego Sánchez em liberdade nove anos depois O preso político catalão Diego Sánchez abandonou a prisão de Can Brians no domingo de manhã, depois de cumprir integralmente a pena de 9 anos a que foi condenado pelos tribunais espanhóis por colaboração com a organização armada ETA. Detido em 2001, passou por diversas prisões espanholas durante os nove anos de cativeiro. No domingo, depois de deixar para trás a prisão barcelonesa de Can Brians, e visitar a sua companheira sentimental, a presa política Laura Riera, foi recebido em Barcelona, onde era aguardado também por alguns bascos provenientes de Bergara, Beasain, Iruñea e Ibarra. Esta semana também sairá em liberdade o catalão Zigor Larredonda. Em Dueñas, sem «encontros» Por outro lado, e como consequência das inspecções a que os carcereiros espanhóis sujeitam os familiares e amigos dos presos políticos bascos, neste fim-de-semana na prisão de Dueñas perderam-se 7 encontros. Fonte: Gara via kaosenlared.net
Bagera! Somos! Gu (e)re bai Nós também Gu beti pozez, beti alai! Nós sempre felizes, sempre alegres!
Sebastian bat bada zeruan Há um Sebastião no céu Donosti bat bakarra munduan Uma só Donosti no mundo Hura da santua ta hau da herria Aquele é o santo e esta é a terra Horra zer dan gure donostia! Aí está o que é a nossa Donostia!
Excerto da versão mais conhecida e divulgada da «Marcha de San Sebastián» ou «Donostiako Martxa», da autoria de Serafín Baroja (em 2008, ao que consta, encontrou-se a versão original, de 1884). A música é do maestro Raimundo Sarriegi.
Exemplo de animação da «izada» (içar da bandeira da cidade) e da «danborrada» que se segue (neste caso, em 2002). Gloriosa, oub'lá! http://www.youtube.com/watch?v=riCI6sI-EwY
Precisamente com este título - «Urte bat irudietan / Un año en imágenes» -, está patente ao público uma exposição de fotografia no espaço Kalaska, em Iruñea, da responsabilidade do colectivo navarro de fotografia Ekinklik.
Hoje [ontem, dia 18] passam 275 dias, ou nove longos meses, desde que Jon Anza se despediu da sua companheira na estação ferroviária de Baiona. Nada se soube sobre ele desde então. A solidariedade e a denúncia mantiveram viva lembrança do ex-preso donostiarra, trespassando o mutismo promovido por partidos e meios de comunicação.
Cronologia (cas.)
18 de abril • Desaparece Jon Anza. El ex preso donostiarra cogió un tren a las 7.00 en la estación de Baiona destino a Toulouse. Nada más se ha sabido desde entonces.
15 de mayo • La familia da a conocer la desaparición, después de presentar ante la Fiscalía un requerimiento para abrir una investigación.
19 de mayo • ETA hace público que Anza no acudió a una cita que tenía acordada y responsabiliza a los gobiernos español y francés de la desaparición.
20 de mayo • Alfredo Pérez Rubalcaba dice que la acusación de ETA es una «patraña».
22 de mayo • La izquierda abertzale y el movimiento pro amnistía insisten en Baiona en que «la hipótesis más creíble es la del secuestro».
23 de mayo • Brigadas populares hacen el recorrido desde Baiona a Toulouse, pasando por todas las estaciones y colocando fotografías de Anza por los alrededores. Primera manifestación en Hendaia exigiendo que se esclarezca lo ocurrido.
25 de mayo - 6 junio • Campaña electoral para el Parlamento Europeo. Denuncia presente en innumerables actos de IISP y EHA.
25-31 de mayo • Movilizaciones en Intxaurrondo, de donde es natural Anza, durante toda la semana.
28 de mayo • La Fiscalía informa de que no se han conservado las imágenes de las grabaciones de las estaciones de tren.
29 de mayo • Miles de ciudadanos se preguntan dónde está Anza en las concentraciones del último viernes de cada mes de Etxerat.
29 mayo - 5 junio • Encierros, ayunos y envíos de cartas a la ministra francesa de Interior, Michèlle Alliot-Marie, son algunas de las iniciativas puestas en marcha por los presos políticos vascos ante la desaparición de Anza. Ése es el caso también en la cárcel de Osny, donde desarrollan un ayuno.
30 de mayo • Varios cientos de personas se concentran en Biarritz ante un acto electoral de la UMP, que fue respondido con una carga policial por los agentes de la Policía francesa. Tres manifestantes resultan heridos y uno de ellos tiene que ser atendido en el hospital. Asimismo, en Roma tres jóvenes independentistas vascos se encadenan a la Embajada española portando la imagen de Anza.
1 de junio • Aparece un cadáver en el río Errobi, pero la misma noche descartan que sea el de Jon Anza.
4 de junio • Otro ejemplo de la lucha emprendida por EPPK es el ayuno en Gradignan. Colocaron fotos de Anza en el patio y enviaron carta al director denunciando la situación. En Huelva y Curtis se llevaron a cabo “chapeos”.
11 de junio • Iniciativas de protesta del movimiento pro amnistía ante diferentes medios de comunicación para denunciar el «silencio cómplice» sobre el caso .
13 de junio • Koldo Anza, hermano de Jon, enmarca su desaparición en «otra etapa de la guerra sucia». Mientras, miles de personas se movilizan en Donostia para expresar su rabia ante la «guerra sucia del siglo XXI» y advertir de que «no pararán hasta conocer qué le ha ocurrido a Anza»
16 de junio • Alfredo Pérez Rubalcaba insinúa que Anza se ha fugado con el dinero y exculpa a las FSE.
18 de junio • Preguntan dónde está Jon ante los príncipes españoles en Bilbo y ante los magistrados en un juicio en París, ésta no será la última ocasión.
19 de junio • La fiscal Anne Kayannakis informa de que la Policía Judicial busca en el Fichero de Personas Desaparecidas pistas sobre Anza.
Junio-julio-agosto • La imagen del militante desaparecido así como la pregunta «Non da Jon?» están presentes en todas las fiestas de los municipios vascos.
3 de julio • LAB pide respuestas sobre el paradero de Anza ante la sede del PSN en Iruñea y los electos independentistas lo hacen en las Juntas Generales de Gipuzkoa.
11 de julio • En la manifestación convocada por Segi en Donibane Lohizune en denuncia por los sucesivos arrestos de jóvenes, la imagen de Jon Anza está presente.
12 de julio • La ministra de Justicia francesa, Michèlle Alliot-Marie, despertó con una enorme pancarta en la que se podía leer «UMP, terroristes» ante la ventana de su vivienda de Ziburu.
16 de julio • El movimiento pro amnistía se concentra ante el desfile militar en Donostia para denunciar la desaparición de Anza.
18 de julio • Se cumplen tres meses desde la desaparición y la izquierda abertzale arranca en Baiona una ronda de contactos ante el temor de estar ante una nueva fase de la guerra sucia.
26 de julio • Cien días sin rastro de Jon Anza. Las protestas se suceden en Euskal Herria.
30 de julio • Se realizan concentraciones ante las delegaciones del Gobierno español.
31 de julio • La denuncia de la desaparición de Jon Anza corta el tráfico en tres puntos diferentes, colapsando Donostia.
31 julio - 6 agosto • Huelga de hambre en la prisión de Bois D'Arcy.
1 de agosto • La consejera de Educación de Lakua, Isabel Celaá, no pudo obviar la protesta en su visita a la basílica de Loiola.
3 de agosto • El diputado de la UMP y alcalde de Baiona, Jean Grenet, asegura en una entrevista realizada por ‘‘Le Journal du Pays Basque’’ que no tiene intención de hacer nada respecto a la desaparición del militante abertzale.
14 de agosto • Los presos vascos que se encuentran en Castelló llevan a cabo un “chapeo”.
5 DE SETIEMBRE • Egibar pide a Rubalcaba que aclare «si la Policía española detuvo en Francia» a Jon Anza.
12 DE SETIEMBRE • «Tenemos certezas que son terribles, pero queremos decir que no nos van a callar ni a asustar, ni a sumir en el agujero de la desesperanza», asegura Euskal Iheslari Politikoen Kolektiboa en una comparecencia.
12 y 13 DE SETIEMBRE • La denuncia de la desaparición de Anza llega hasta París en la Fête de L'Humanité, que reunió a cerca de 600.000 personas.
18 de setiembre • Ante el paso de otro mes sin noticias, la denuncia de la desaparición se vuelve a plantar ante la sede del PSE en Bilbo.
19 DE SETIEMBRE • Más de 2.000 personas denuncian en Donibane Lohizune el silencio sobre Jon Anza en una manifestación convocada por diversos organismos y agentes sociales y políticos.
27 de setiembre • En las diversas movilizaciones en torno al Gudari Eguna, la desaparición de Anza está muy presente.
2 de octubre • GARA da cuenta, citando fuentes de toda solvencia, de que un cuerpo policial español habría enterrado a Jon Anza en suelo francés. La información publicada por GARA provoca una rueda de prensa de urgencia del tribunal que investiga la desaparición de Anza. La fiscal Anne Kayannakis asegura que toma nota de lo publicado y que seguirá todas las pistas.
12 de octubre • En el día de las Hispanidad, las capitales de Hego Euskal Herria son testigo de nutridas manifestaciones que denuncian el fascismo y la guerra sucia.
21 de octubre • El subprefecto de Baiona deniega la entrada a los representantes de 44 electos abertzales que pretendían dar cuenta de la desaparición de Anza.
22 de octubre • Asumen el corte de una catenaria del tren Basauri-Orduña por la desaparición de Anza.
30 de octubre • Activistas italianos ocupan la sede del diario ‘‘La República’’ para denunciar el silencio sobre Anza.
Octubre • Banderolas que reclaman respuesta a la situación de Anza aparecen en Intxaurrondo. La Ertzaintza amenaza con enjuiciar a un vecino.
2 de noviembre • La Oficina de Turismo del Gobierno español en París es atacada en denuncia de la desaparición de Jon Anza y de la práctica de la tortura.
18 de noviembre • Cuando se cumplen siete meses de la desaparición, Apurtu.org entrevista al hermano y a la compañero de Anza, que denuncian el silencio de partidos y medios de difusión.
4 de diciembre • El conocido y reputado diario parisino ‘‘Le Monde'' publica un reportaje sobre la desaparición de Jon Anza en el que se afirma que Madrid omitió a París que sabía que Anza era militante de ETA.
15-18 de diciembre • El Colectivo Jon Anza viaja a París y realiza contactos con diferentes agentes políticos, institucionales, sociales y medios de comunicación franceses para dar a conocer el caso de la desaparición del militante donostiarra. La dinámica fue valorada como «esperanzadora y positiva».
2 de ENERO • En la multitudinaria manifestación en favor de los derechos de los presos en Bilbo, estuvo presente la desaparición de Anza.
Este trabalho jornalístico da Apurtu foi realizado há dois meses, mas a pergunta mantém-se intacta. Os dados conhecidos até ao momento apontam para a responsabilidade de agentes espanhóis em território sob administração francesa. Uma fonte, cuja identidade não foi revelada, naturalmente, contou ao diário Gara que Anza terá morrido quando era submetido a tortura.
O espanholismo intolerante ainda não consegue encaixar o que se passou no dia 2 de Janeiro. O «basquismo» claudicante tenta ensombrar o esplendor daquela tarde-noite invernal. Os familiares tiveram o protagonismo que mereciam
O novo ano podia ter arrancado com o mesmo guião de tantas outras e nefastas jornadas: proibição da convocatória da Etxerat, dissolução da confluência sociopolítica que a apoiava, reafirmação dos mais tenazes no direito de manifestação, repressão implacável por parte dos mais violentos, reacções enfurecidas dos sempre massacrados... O Estado fez tudo o que o que lhe competia para que assim acontecesse. A Audiência Nacional proibiu uma marcha largamente anunciada e amplamente esperada: os meios de desinformação deram grande cobertura à oportunidade da medida e à perfídia dos convocantes; quantas polícias campeiam por estas terras preparam os seus utensílios para reter autocarros e espancar manifestantes...
Desta vez, por fortuna, o velho guião alterou-se. Cinco forças políticas vieram a terreiro. Tinham considerado legítima a reivindicação da Etxerat - que previamente secundaram - e julgaram necessário mantê-la quando Madrid amordaçou os familiares. Desafio ao Estado ou solidariedade consequente? Embora Espanha o tergiverse e a nós nos surpreenda por pouco frequente, continua a ter sentido o companheirismo que tantas vezes evocamos ao cantar: «lepoan hartu ta segi aurrera» (1). A exemplar reacção dos cinco novos convocantes gerou sentimentos díspares. A nutrida e intolerante colónia espanhola estabelecida em Euskal Herria bramou e, como costuma fazer sempre que se vê ultrapassada pela dinâmica deste povo, apelou aos seus «primos» para que lhe salvassem a pele. O PNV, fiel colaborador de Rubalcaba nas palavras do próprio ministro, agiu em consequência. Deixou sair algum comentário que se mostrava em sintonia com a maioria da sociedade basca, mas a sua vergonhosa ausência voltava a ser mais um cheque em branco à política de dispersão; com uma no cravo e outra na ferradura, os jelkides continuam a dar cobertura ao ministro; estratégia de intriga e cambalacho que tantos benefícios lhes trouxe noutros tempos e que tanto desgaste lhes está a causar actualmente. A maioria sindical basca, transbordando novamente as margens da esquerda e da direita colaboracionista, apoiou os cinco convocantes. Uma grande massa social do nosso povo experimentou uma intensa alegria quando soube da nova convocatória. Minimizando ressentimentos, premiou com o seu reconhecimento as cinco siglas que, pondo de lado as divergências, abriram um inesperado e convergente caudal de participação.
Como era de esperar, o dia 2 de Janeiro foi um dia intenso. Quase 45 000 pessoas defenderam os presos bascos e acompanharam quem teve a audácia de encabeçar a segunda convocatória. Poucas horas e muita vontade foram suficientes para provocar aquela avalanche integradora. O espanholismo intolerante ainda não consegue encaixar o que se passou no dia 2 de Janeiro. O basquismo claudicante tenta ensombrar o esplendor daquela tarde-noite invernal. Os familiares tiveram o protagonismo que mereciam. E a maioria da sociedade não podia nem queria esconder a sua alegria: nos alvores do novo ano, tinha sido capaz de tomar a iniciativa.
(1) «lepoan hartu ta segi aurrera»: «pega nele e segue em frente», canção da autoria de Telesforo Monzón (Bergara, 1904 - Baiona, 1981) celebrizada na versão da dupla Pantxoa eta Peio e cantada por diversas bandas.
Contra o estado de excepção
Novo vídeo da histórica manifestação de Bilbau a favor dos presos políticos (02/01/2010). Via insurgente.org
Xabi Larralde: «O potencial da opção que debatemos foi demonstrado; agora é preciso desenvolvê-lo com o apoio dos militantes e da base social»
O diário Gara entrevistou Xabi Larralde. Este é um excerto da entrevista, mais concretamente da parte em que se aborda o debate aberto na esquerda abertzale e da sua situação.
O debate está quase a terminar. Pode fazer um pequeno balanço? Temos dados quantitativos sobre o desenrolar do debate. É preciso destacar que 7500 militantes participaram nas assembleias, que decorreram em 270 bairros e localidades. O documento em si teve uma divulgação incrível: sabemos que só na Internet se fizeram mais de 200 000 descargas, e nós distribuímos 25 000 documentos de mão em mão. Além disso, houve também uma divulgação a nível internacional, tendo sido traduzido para várias línguas.
A participação foi muito grande e o debate estendeu-se para lá da nossa base social. Um outro elemento a ter em conta é que a grande maioria faz sua a tese que é defendida no documento, apostando nesse caminho. E também que há uma grande maioria a favor da Declaração de Altsasu. É isso que constatamos. Daí retiramos uma conclusão muito clara.
E agora? O debate está à beira de terminar e está-se a trabalhar nas conclusões. Para responder a essa questão, primeiro é preciso notar um aspecto muito importante: que o debate em si mesmo agitou o panorama político. E em duas direcções. Por um lado, vimos a resposta que foi dada após a detenção dos militantes do Batasuna, e também vimos a força que teve a manifestação de 2 de Janeiro. O que é que isso mostra? Precisamente, o potencial da opção que estamos a debater. Essas são as opções e as oportunidades para activar a sociedade e assim levar até ao último patamar o processo de soberania.
Por outro lado, vimos também as reacções que temos pela frente, por parte do inimigo. Por parte dos políticos, basta ver as declarações Rubalcaba, basta ver também o nervosismo que o debate gerou numa grande parte do PNV e, ainda, as fugas de informação, putrefactas e interessadas, que alguma meios de comunicação e certa imprensa fizeram. Essas reacções evidenciam o nervosismo e o medo que lhes causa o processo democrático que estamos a debater. Seguramente porque os que temos pela frente vêem melhor que nós o potencial desta estratégia. Esse é o caminho, e consideramos que temos de promover essa opção, com base na leitura política que fazemos e com o apoio da militância da esquerda abertzale e da sua base social.
Portanto, é evidente que a esquerda abertzale se está a mexer e que terá de se mexer ainda mais, mas também dizemos que os restantes agentes terão de se mover no sentido de assumir compromissos a favor deste processo democrático, a favor deste processo de soberania. Porque, antes de mais, é óbvio que este processo será um processo de confrontação. E que ninguém pense que aqui será possível deitar abaixo o muro da negação sem assumir compromissos firmes e sem se envolver. Fonte: ezkerabertzalea.info
No dia 15, 100 vereadores e 13 autarcas de todo o herrialde apresentaram um documento no Governo de Navarra. O documento denuncia a política económica neoliberal do Governo navarro, realçando o facto de não estar concebida para satisfazer as necessidades da maioria da sociedade navarra.
Os vereadores e as vereadoras que subscreveram o documento são provenientes de todos os pontos de Nafarroa: Iruñerria, Lizarraldea, Tafallaldea, Zangotzaldea, Ekialdea, Ultzamaldea, Baztan, Bertizarana, Malerreka, Bortziriak, Leitzaldea, Sakana...
Os autarcas signatários do documento foram: Jose Ramon Garin (Lakuntza), Jose Javier Enno (Etxauri), Lurdes Caro (Olazti), Josu Iratzoki (Bera), Jaime Iturria (Arantza), Patxiku Irisarri (Etxalar), Jeusu Mari Mendinueta (Arbizu), Javier Zabalo (Leitza), Jose Mari Astiz (Larraun), Imanol Iriarte (Araitz), Miguel Jose Lekuona (Goizueta), Juan Miguel Zudaire (Metauten) y Antonio Iriarte (Nabaskoitze).
Nafarroako Gobernuari zuzenduta / À atenção do Governo de Nafarroa
Na declaração que fizeram, deixaram patente que, «na qualidade de representantes públicos, de eleitos, não podemos suportar a situação em que se encontram cada vez mais navarras e navarros, a forma como os nossos concidadãos e concidadãs são atingidos por um modelo e uma política económica, ultra-neoliberal, que os pune e abandona, enquanto se premeiam os especuladores, as grandes instituições financeiras e multinacionais com o dinheiro que é de todas e de todos». Assim, apresentaram-se no no Governo de Nafarroa, onde deixaram um texto em que deixam claro «o protesto e a exigência de mudança de rumo». Mais informação: ezkerabertzalea.info
A reportagem de Hugo Franco, publicada na edição do Expresso de 16 de Janeiro, devia configurar um caso-de-estudo para estudantes de jornalismo. A comunicação social assume um papel fulcral na nossa sociedade e ajuda a população a criar opinião sobre este ou aquele assunto. Por isso, a imprensa devia basear-se em princípios democráticos e não servir os interesses dos seus proprietários.
E porque devia ser esta reportagem objecto de estudo? Porque ajuda a perceber como se pode utilizar o jornalismo para sustentar a deturpação através da manipulação e da mentira. Nesse sentido, a reportagem sobre a Associação de Solidariedade com Euskal Herria (ASEH) é bastante útil. Não há distância maior entre a realidade e a mentira do que aquela que o Expresso veiculou violando preceitos éticos e deontológicos consagrados no Código dos Jornalistas.
O Expresso integra esta reportagem numa secção intitulada “terrorismo” quando, como veremos, a ASEH não comete ou apoia qualquer acção terrorista. Esta organização foi criada com o objectivo de denunciar a situação que vivem milhares de cidadãos bascos alvos da repressão do Estado espanhol. Desde o início, optou por não ter qualquer posição sobre a luta armada da ETA. Não só porque existem diversas sensibilidades sobre o assunto dentro da ASEH mas também porque o foco central da solidariedade com o povo basco vai para a defesa da autodeterminação, objectivo defendido por vários partidos bascos, entre legais e ilegais, entre anti-ETA e pró-ETA.
Contaminar a questão basca com as acções da ETA é o que pretende o Estado espanhol para que se esconda a realidade das ilegalizações de partidos, de organizações juvenis, de jornais e rádios, dos assassinatos, da tortura e dos 742 presos políticos, centenas deles sem qualquer ligação à luta armada. Não admira, pois, que o ministro espanhol do Interior esteja, através de uma vergonhosa ingerência, a pressionar a Justiça portuguesa para que decida a favor da extradição. Para o Estado espanhol, interessa-lhe a tese de que a ETA tem bases em Portugal. E o Expresso acorreu a ajudá-lo.
Não há bases da ETA em Portugal e a ASEH não tem, nem nunca teve, quaisquer relações ou encontros com activistas da organização armada basca. Não somos nós que o afirmamos é o Ministério da Administração Interna e os serviços de informações. É, pois, ridículo e facilmente detectável, para qualquer leitor, as mentiras construídas pelo jornalista Hugo Franco. Só uma mente delirante pode pensar que há associações que organizam “excursões” com “encontros marcados com militantes etarras, alguns deles ex-presos políticos na clandestinidade”, afirmações que nunca fizemos.
E quando dizemos que “à luz da lei espanhola eles são considerados terroristas” referíamo-nos, como afirmámos ao repórter, ao partido Batasuna, à organização juvenil Segi, à associação de apoio aos presos políticos Amnistia e a jornalistas do Egunkaria e da rádio Egin. Estas são estruturas pacíficas que foram condenadas por delito de opinião. Por isso, afirmámos que, “se seguirmos essa lógica, então já contactámos com centenas de terroristas”. Assim se cortam e colam afirmações junto a mentiras para que se pense que a ASEH é um foco de “apologistas do terrorismo”.
Hugo Franco ainda pensou que podia comprar a imparcialidade e a objectividade com as declarações de um especialista em Relações Internacionais e Segurança. Diogo Noivo não disse nada que não pudesse ser dito pelos mesmos que incitam à criminalização da solidariedade com o povo basco. O objectivo é compreensível. Não querem que se saiba que aqui ao lado existe um povo que luta pela liberdade e pela democracia. Para eles, a autodeterminação só serve quando interessa desintegrar Estados desafectos à União Europeia ou aos Estados Unidos.
Lamentamos diminuir o valor-notícia mas somos gente normal: jovens e menos jovens, trabalhadores e estudantes, mulheres e homens, de diversas tendências políticas, cujo único crime é o de defender um mundo de paz e justiça, onde não haja lugar para a opressão.
Deixamos ao leitor que julgue: mesmo que nós nos encontrássemos em "excursões" - folclore que, repetimos, não acontece, nem nunca aconteceu - com os militantes clandestinos, isto é, legalmente perseguidos pela justiça espanhola (e europeia, por força dos tratados internacionais), seríamos tão tontos que o «confessaríamos» a um repórter com o qual não estabelecemos qualquer relação de confiança?
E que jornalista é este Hugo Franco que (supostamente) obtém uma «confissão» da nossa organização como cúmplice ou encobridora de alegados criminosos na clandestinidade e não puxa a história para a primeira página do Expresso, nem sequer para título e lead da sua assim-chamada «reportagem»?
Contamos com o bom senso do leitor para desmontar esta invenção sem pés nem cabeça ou, para sermos benevolentes, esta tremenda confusão de um repórter emaranhado nos seus próprios apontamentos sem ter percebido nada do que se lhe disse.
Reafirmamos a nossa solidariedade com o povo basco e apelamos ao Estado português para que recuse a extradição dos dois cidadãos bascos para um Estado que tortura.
Leio na imprensa (Gara, 13/01/2010): «CCOO reclama que Lakua actúe de oficio ante las denuncias de torturas que realicen los detenidos de ETA y su entorno que, a su parecer, finalmente, resultan ser falsas», e mais adiante: «para que los policías no deban costear de su bolsillo procurador y abogado...»
Eu, humildemente, vou-lhes dar duas ideias que podem contribuir para que não se verifique tanta denúncia de tortura e maus tratos:
1.ª. Perante a recusa, tanto do Governo de Madrid como do de Lakua, em eliminar o regime de incomunicação às pessoas detidas nos seus quartéis e esquadras, durante cinco dias, e a recusa em instalar câmaras que gravem a passagem dessas mesmas pessoas pelas instalações referidas, para mostrar o «tratamento excelente» que lhes é proporcionado (palavras de um ex-delegado de governo de Madrid em Nafarroa), sugiro-lhes que se faça uma colecta entre todos os corpos policiais estabelecidos em Euskal Herria para a compra «quotizada» de umas simples câmaras de vídeo. Sendo tantos, como são, os seus membros (a maior percentagem de polícia por habitante em toda a Europa), seguramente que não vai custar quase nada a cada um.
2.ª. Caso vejam que a ideia anterior não se pode concretizar, convidem a assistir aos interrogatórios todas as televisões que são convidadas a estar presentes nas detenções, inspecções, etc. De certeza que vão ficar encantadas com a possibilidade de garantir, com a sua presença e gravações, a total ausência de maus tratos e torturas.
Em ambos os casos, como os horários dos interrogatórios respeitam, falando em termos coloquiais, o «horário de comércio» - já que, em virtude do mencionado excelente tratamento que é proporcionado às pessoas detidas, são respeitados os seus horários de refeições, descanso, não sendo, naturalmente, incomodadas em caso algum durante as oito horas de sono -, as horas de interrogatório a cobrir por cada polícia ou cadeia de televisão seriam poucas e suportáveis. Estas poderiam estabelecer turnos para não calhar tantas horas a cada uma. Assim, tendo em conta o ambiente relaxado que se respira nesses lugares, poderiam verificar, e assim o transmitiriam aos incrédulos telespectadores, como os detidos e as detidas estão dispostos a cantar de forma voluntária e espontânea tudo aquilo que sabem... e que não sabem.
Em suma, eliminava-se a possibilidade de tortura e de maus tratos, e os detidos e as detidas agradecer-lhes-iam do fundo do coração, evitando-se essa chatice tão desagradável de ter de negar perante o juiz o que de maneira tão espontânea declararam nos seus hábeis interrogatórios.
P.S.: Recomendo, sobretudo aos incrédulos, e àqueles que olham para o lado, a leitura do livro Manual del torturador español, de Xabier Makazaga, publicado pela Editorial Txalaparta.
Amigos e amigas de Euskal Herria, precisamos de vocês Euskal Herriaren Lagun hori, behar zaitugu
Nenhum povo do mundo pode alcançar a libertação sozinho. Em maior ou menor grau, sempre se revelou necessário o apoio, o alento, a cumplicidade, a mobilização internacionalista de outras lutas e povos. O mesmo se passa em Euskal Herria.
Nomes de bascas e bascos independentistas de esquerda, junto a lutadores de outros povos, engrossam as listas negras dos indesejados do império. Os governos espanhol e francês não perdem nenhuma oportunidade para insultar publicamente organizações políticas e sociais bascas que procuram uma saída democrática para o conflito que eles mesmos alimentam. O colectivo de presas e presos políticos bascos, a milhares de quilómetros de distância do seu povo, dos seus familiares e das suas amizades, nunca foi tão numeroso nos últimos cinquenta anos: 765 pessoas. Dezenas de organizações políticas e sociais foram ilegalizadas no Sul do nosso País.
E, no entanto, não faltam mãos solidárias noutras latitudes, que franqueiam as portas das suas casas, que facilitam as visitas das famílias à militância encarcerada, que se mobilizam para levantar o manto de silêncio que os «órgãos de comunicação» impõem sobre a realidade que simultaneamente padecemos e construímos. São os verdadeiros amigos e amigas de Euskal Herria.
Apesar do imperialismo, a reconstrução de Euskal Herria está em marcha. Cada vez são mais as mulheres e os homens que sonham e acordam a pensar numa Euskal Herria onde não haja exploração de género, da força de trabalho, da Mãe Terra. Uma Euskal Herria que possa viver na sua língua, o euskara, que dance também ao ritmo de todos os povos que lutam pela sua liberdade.
Este processo de libertação que temos vindo a desenvolver tem de passar necessariamente por uma nova fase, que lhe confira um novo impulso: a aplicação do direito à autodeterminação. Este foi, desde sempre, um objectivo fundamental para a Esquerda Independentista, e pensamos que a luta dos últimos anos conseguiu estabelecer as bases para a sua concretização, para a resolução democrática do confronto que a dominação espanhola e francesa impôs a este povo, e assim poder promover, a partir desse exercício de autodeterminação, uma Euskal Herria socialista.
É por tudo isto que fazemos um apelo ao conjunto das amigas e dos amigos de Euskal Herria em todo o mundo para que levem a cabo actos de solidariedade e defendam, em especial, o direito à autodeterminação que nos assiste enquanto povo, durante a Semana Internacional de Solidariedade com Euskal Herria, de 6 a 13 de Fevereiro.
Hamaika herri borroka bakarra! Tantos povos, uma só luta!
Pelo socialismo, LIBERDADE PARA EUSKAL HERRIA! Askapena, Dezembro de 2009
Durante o mês de Dezembro dezenas de presos políticos bascos foram transferidos tanto no Estado espanhol como no francês. Ao todo verificaram-se 35 transferências de umas prisões para outras, sendo que mais 14 presos foram levados para prisões madrilenas por questões processuais. Houve ainda mais cinco presos transferidos por outras razões.
Entretanto, em diversas localidades de Euskal Herria centenas de pessoas mobilizaram-se na sexta-feira passada a favor dos direitos dos presos. Em Uztaritze juntaram-se 43 pessoas, 110 em Lekeitio, 55 em Amara, 142 em Ondarru, 35 em Getaria, 16 em Mundaka, 48 em Lizarra, 50 em Oñati e 38 em Lezo.
Em Deba reuniram-se 55 pessoas - e a Ertzaintza também apareceu, ameaçando multar os presentes -, em Legorreta 26, 180 em Zarautz, 78 em Aulesti, 36 em Arrigorriaga, 60 em Angelu, 20 em Hendaia, 40 em Donibane Lohitzune, 30 em Senpere, 30 em Donibane Garazi, em Amurrio 30 na parte da manhã e 40 à tarde, 63 em Bergara, 68 em Galdakao, 30 em Andoain, 75 em Zornotza, 25 em Elizondo, 454 em Iruñea, 40 em Berriozar, 48 em Arbizu, 63 em Algorta, 56 em Barañain, 100 em Bilbo, 426 em Gasteiz, 49 em Etxarri-Aranatz, 65 em Urretxu-Zumarraga, 260 em Errenteria e mil pessoas em Gasteiz. Fonte: Gara
Familiar de preso político despe-se em frente aos carcereiros para manifestar o seu repúdio perante a tentativa de inspecção física No sábado de manhã, o jovem Zigor Goikoetxea, irmão do preso político basco Arkaitz Goikoetxea, despiu-se na presença dos carcereiros da prisão de Villena (Alacant), quando estes lhe manifestaram a intenção de o inspeccionarem fisicamente como condição prévia para poder efectuar a visita. Depois desta acção de protesto, tanto ele como a companheira de outro preso ficaram sem visitas, tendo por isso apresentado uma queixa no tribunal de Alacant. Fonte: kaosenlared.net
Relato dos acontecimentos por Zigor Goikoetxea (peça áudio) koskairratia
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