sábado, 16 de janeiro de 2010

Congresso do LAB: «Não existe alternativa ao processo democrático, que se deve construir e fomentar»


O LAB celebrou na quinta-feira no frontão Atano III, em Donostia, a sua assembleia anual de delegados, que reuniu 1200 pessoas. No acto evocou-se o ex-secretário-geral, Rafa Díez, encarcerado desde Outubro pelas suas actividades políticas.

A sua sucessora à frente do sindicato, Ainhoa Etxaide, destacou no seu discurso que a central abertzale centrará este ano a sua actuação no trabalho pela mudança política, e para tal defendeu a «concretização de compromissos e a construção de acordos» ao longo de 2010, de forma a propiciar «um processo democrático» que conduza a essa mudança.

Mostrou-se convencida de que esse processo «não tem alternativa» possível, não deixando de recordar, no entanto, que para o empreender são necessários «compromissos claros e determinantes» e «apostas firmes e decididas» no contexto da actual situação de «bloqueio e de imposição» em que o país se encontra.

Nessa linha, salientou a necessidade de os cidadãos bascos poderem decidir «sem ingerências, sem violências de qualquer género e sem outro limite que não seja o do compromisso a respeitar» o que se decidir.

Para Etxaide, os agentes sociais, políticos e sindicais têm «a responsabilidade» de alcançar acordos sobre «a forma de dar a palavra aos cidadãos, as condições democráticas que garantam o seu direito a optar por qualquer projecto e o modo como a mudança política se vai materializar», sendo a «referência mais válida e que mais se aproxima, até ao momento», a Proposta de Anoeta e a declaração realizada pela esquerda abertzale em Novembro do ano passado em Altsasu.

«Este é o momento de decidirmos e nos mexermos, e possuímos as três referências para o fazer: Euskal Herria, processo democrático e mudança política», afirmou.

Etxaide salientou que «não existe via mais democrática» que o direito dos cidadãos a decidir e referiu que «o problema» do Governo espanhol é «o medo» que tem daquilo a sociedade basca que decida.

Não participará em «mesas de negociação estéreis»
Em matéria económica e de políticas estruturais de criação de emprego, o LAB mostrou «vontade para dialogar» mas avançou que não participará em «mesas de negociação estéreis» que procuram «chegar a um acordo sobre a forma de implementar aqui as políticas e decisões tomadas em Madrid» e que também não tem intenção de abordar a negociação colectiva deste ano, «assumindo que a crise nos afecta a todos por igual».

Depois da assembleia, estava prevista uma manifestação dos delegados do LAB até à sede do PSE, mas a marcha foi suspensa devido ao temporal de vento e chuva.
Fonte: Gara via kaosenlared.net

Vídeo: Assembleia de delegados do LAB (intervenção de Ainhoa Etxaide - eus/cas)
http://www.gara.net/bideoak/etxaide_lab/index.php