quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Donostia Eguna: A «limpeza» da «danborrada» não consegue fazer desaparecer a solidariedade


Tentaram, mas não conseguiram. Conseguiram que aparecessem menos mostras de solidariedade porque as tinha retirado previamente, mas nem isso nem as ameaças fizeram com que aflorasse a solidariedade como noutras manifestações festivas de Euskal Herria - porque isso é simplesmente impossível. A danborrada apareceu «mais limpa de símbolos» que em anos anteriores, como disse o conselheiro do Interior, Rodolfo Ares, mas há uma explicação para essa «limpeza». A actuação da Ertzaintza desde o início da tarde, primeiro entregando, casa a casa, a ameaça impressa e depois retirando faixas que, seguramente, não possuíam qualquer conteúdo proibido, como a denúncia da tortura; o zelo da Polícia Municipal em evitar que se exibissem reivindicações e a habilidade dos realizadores da ETB durante a transmissão da danborrada na Konstituzio Plaza servem de explicação para o menor aparecimento de mostras de solidariedade, mas não eliminam o facto de que esta tenha existido. A danborrada foi «mais limpa» que noutras vezes, mas não porque os donostiarras assim o desejassem, o que torna mais suja a atitude daqueles que se empenharam em evitar as expressões de solidariedade.
Fonte: Gara

Ver também: «"Tropas armadas", grua e censura para desfigurar a realidade», de Ramón SOLA, em Gara
"Não é um dado novo que a 'Consti' se transforme num palco da batalha dos símbolos, antes pelo contrário. Ali, apareceu pela primeira vez a ikurriña de forma legal na noite de 19 de Junho de 1977, no meio de uma grande ovação. Quase 35 anos depois, a bandeira basca continua a ser tolerada, e também as faixas contra a incineração de resíduos ou o TGV, mas não as que recordam a situação dos presos ou denunciam a tortura. A Ertzaintza e a Polícia Municipal fixaram aí o limite."