quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

No Chile, ordem de prisão para o escritor bermeotarra Asel Luzarraga


O escritor e músico basco Asel Luzarraga foi encarcerado na cidade chilena de Temuco, acusado de participar num atentado falhado contra a Secretaria da Justiça de Temuco. O seu advogado vai recorrer desta decisão.

Um tribunal da cidade chilena de Temuco decidiu hoje prorrogar a prisão preventiva decretada no passado dia 1 de Janeiro contra o escritor e músico Asel Luzarraga, natural de Bermeo (Bizkaia), acusado de ter participado num atentado falhado com explosivos contra a Secretaria da Justiça da região de Araucânia.
De acordo com a agência EFE, o tribunal argumenta que Luzarraga é «um perigo para a sociedade» e, como tal, decreta que continue preso enquanto prosseguirem as investigações.

O escritor basco foi detido no dia 31 de Dezembro pela Polícia chilena perto de Temuco (Wallmapu, território mapuche sob administração chilena), na sequência de um atentado falhado contra a Secretaria da Justiça. A Polícia disse ter encontrado material para fabricar explosivos na casa de Luzarraga.

Na audiência que hoje decorreu, o magistrado Sergio Moya acusou Luzarraga de posse de material explosivo e pediu o seu encarceramento, solicitação que foi aceite pela juíza, Alejandra García.
A magistrada concedeu um prazo de três meses à Procuradoria para que conclua as investigações sobre o caso. Desta forma, o bermeotarra permanecerá prisioneiro na prisão de Temuco. A sua defesa já fez saber que vai recorrer junto da Corte de Apelação de Temuco.

Vozes de apoio
Desde que a sua detenção foi conhecida, múltiplas vozes se fizeram ouvir para exigir a liberdade de Luzarraga, que negou sempre qualquer relação com os factos de que o acusam. Pessoas próximas criaram um blog – http://aselaskatu.org/ – para exigir a sua libertação e para recolher assinaturas de apoio.

Entre os diversos colectivos que pediram a libertação do bermeotarra - cuja família confirmou que está a ser bem tratado na esquadra, apesar de se encontrar «em estado de choque» por causa daquilo que lhe imputam - estão a Askapena e o Euskal Herriaren Lagunak-Uruguay, que, através de comunicados, se solidarizaram com o detido.

O colectivo Euskal Herriaren Lagunak de Uruguay deixou uma carta na Embaixada chilena de Montevideu, na qual repudia as acusações feitas a Luzarraga, e pediu a sua «imediata libertação».

«Afirmamos que o Estado chileno, através deste novo processo, continua a senda de acabar pela via repressiva com a luta histórica e justa do povo mapuche».

«Não querem testemunhas»
Nesse mesmo sentido se expressou o colectivo internacionalista Askapena, afirmando que «o Estado chileno não quer testemunhas da sua repressão e, mais uma vez, deu um passo no sentido da criminalização da solidariedade com o povo mapuche».

«Mais uma vez, e agora de uma forma gravíssima, um internacionalista basco paga um alto preço por ser solidário com o povo mapuche», denunciou a Askapena.
Fonte: Gara

Comunicado da Askapena: «Liberdade para o povo mapuche e para Asel!»
http://www.lahaine.org/index.php?p=42480

Euskal Herriaren Lagunak-Uruguay
«O EHL pede a libertação de Asel Luzarraga na Embaixada do Chile em Montevideu»
http://ehluruguay.blogspot.com/2010/01/ehl-pide-la-libertad-de-asel-luzarraga.html

Nas foto do canto superior esquerdo: imagem da concentração pela liberdade de Asel que ontem decorreu em Bermeo, sua terra natal.