quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

«España, ¡antes roja que rota!»


Nove guardas civis negam, no julgamento que está a decorrer em Madrid contra os directores do Egunkaria, ter torturado Torrealdai, Otamendi e Uria. De acordo com a versão das privilegiadas «testemunhas», apesar das denúncias de tortura feitas pelos arguidos, durante o tempo que estes permaneceram na esquadra tudo foi «normal».

Deveriam ter sido um pouco mais explícitos e ter esclarecido a que é que se referiam, porque muitos de nós acreditam na versão dos detidos, segundo a qual foram tratados como normalmente são tratadas as pessoas detidas.

O problema acaba por ser o de sempre; ninguém consegue provar a aplicação do saco, os golpes com uma lista telefónica, as vexações, os insultos… E menos ainda quando os juízes olham para o lado, recusando-se a investigar até os casos mais escandalosos. Apesar da natureza óbvia do assunto, há quem se indigne e decida que o que é preciso fazer é actuar contra as vítimas por mancharem a imagem do corpo benemérito.

As CCOO inclui na sua tabela de reivindicações laborais a negociar com o Governo ilegítimo de Gasteiz que se actue de ofício contra as denúncias de tortura nas esquadras da Ertzantza. Para as CCOO, as denúncias que não forem dadas como provadas em Tribunal devem ser perseguidas, porque são denúncias inventadas pelos detidos. Este sindicato propõe que se proceda tal como no caso Egunkaria. Recordo que Otamendi e companhia foram acusados por denúncias de tortura durante a sua passagem pelo quartel.

Não me surpreende que este sindicato defenda os alegados torturadores em vez de o fazer às vítimas por maus tratos em instalações policiais. Há poucos meses, este mesmo sindicato defendia, conjuntamente com a UGT, o indulto para vários agentes condenados por infligir torturas a vários detidos.

Por alguma razão Calvo Sotelo disse aquilo que disse no comício que deu no frontão Urumea, em Donosita, quando lançou a famosa proclama: «antes roja que rota»*.

Jaime IRIBARREN
Fonte: nafarroan.com

* antes vermelha que quebrada