quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Os presos políticos prosseguem com a dinâmica de luta pelos seus direitos


Os mais de 700 bascos e bascas que compõem o Colectivo de Presos Políticos Bascos entraram, em Setembro, na recta final da dinâmica de luta que iniciaram em Janeiro, e que se prolongará durante o que falta de 2010, pelo respeito pelos seus direitos e para fazer frente à política penitenciária espanhola e francesa, que, entre outros aspectos, agravou as condições prisionais, aumentando o isolamento, a vigência da dispersão, as investidas contra os seus familiares e amigos e pegando-se com os presos gravemente doentes e com os que continuam cativos apesar de terem cumprido de forma íntegra as penas a que foram condenados pelos tribunais de Madrid e Paris.

Recorde-se que o principal objectivo desta dinâmica foi o de fazer frente «às condições extremas» a que são submetidos pelos estados espanhol e francês e «reivindicar os direitos que lhes assistem enquanto presos políticos».

Em Setembro, em 18 prisões
E, até à data, os mais de 700 bascos e bascas que compõem o Colectivo empreenderam diversas mobilizações, como greves de fome, fechamentos, concentrações e, para além de outros, renúncia às comunicações, de forma rotativa em várias prisões.

Assim, em Setembro estão a ser postos em prática diversos protestos e dinâmicas em seis prisões francesas - Arles; Tarascon; Villefranche Sur Saone; Bordeaux-Gradignan; Il de Re; e Uzerche - e 12 espanholas - Navalcarnero; Soto del Real; Albolote; A Lama; Aranjuez; Topas; Teruel; Valdemoro; Alcalá-Meco; Cáceres; Córdova; e Valência.

Entre os protestos iniciados a 1 de Setembro, contam-se concentrações, textos dirigidos às autoridades prisionais, comunicações informativas, plantos, fechamentos, e até greves de fome, como no caso de Bordeaux-Gradignan, onde Julen Eizagirre e Ramuntxo Sagarzazu prevêem iniciar o período de jejum na próxima sexta-feira, dia 9, mantendo-o até 30 de Setembro. Nesse período, juntar-se-lhes-á Arkaitz Agirregabiria e Peio Alcantarilla.

Da parte do Movimento pró-Amnistia fizeram questão de lembrar que já são 53 os presos políticos bascos a quem foi aplicada a doutrina do Supremo para cumprir 30 anos de prisão; que 7 presos se encontram gravemente doentes; que outros 6 se encontram presos em suas casas; que 137 bascos encarcerados sofrem de alguma doença física; 35 necessitam de assistência psicológica; ou que a dispersão incide em todos os presos bascos - 165 no Estado francês, 537 no Estado espanhol, 3 em Portugal, 3 em Itália, 1 na Bélgica, 1 na Irlanda, 1 em Inglaterra e 8 no país -, assim como nos seus familiares.

Por outro lado, na segunda-feira 48 pessoas mobilizaram-se em Iurreta, 70 em Santurtzi, 107 em Ondarroa, 33 em Zaldibia, 42 em Laudio, 24 em Zorrotza, 28 em Altza, 17 em Otxarkoaga, 14 em Zaldibar, 8 em Añorga e 30 em Deustua, onde a Ertzaintza identificou 8 pessoas e levou fotografias.
Fonte: Gara