sábado, 4 de junho de 2011

PSE, PP e UPyD rejeitam a reabertura dos julgamentos relacionados com os atentados dos GAL

O Parlamento de Gasteiz recusa, com os votos de PSE, PP e UPyD, apoiar a reabertura dos processos judiciais relativos à guerra suja.
Gara, Gasteiz * E.H.
O Parlamento de Gasteiz recusou uma proposta do EA em que se instava o Governo espanhol a reabrir os procedimentos judiciais relativos a todos os atentados dos GAL e outros grupos para-estatais para reconhecer as suas vítimas.
A proposta apresentada pelo EA e posteriormente acordada com o Aralar, apelava ao Governo de Madrid e ao Poder Judicial do Estado para que procedesse à reabertura de todos os julgamentos relacionados com a guerra suja «que ainda estão por esclarecer».
O texto contou com o apoio de PNV, Aralar, Eusko Alkartasuna e Ezker Batua.

PSE, PP e UPyD, que se opuseram ao texto, aprovaram uma emenda à totalidade apresentada pelo PSE, na qual a Câmara afirma que o direito à memória «assiste tanto às vítimas da ETA quanto às que sofreram a violência dos GAL e da extrema-direita».

O deputado do EA Juanjo Agirrezabala destacou que as vítimas da guerra suja «têm direito ao reconhecimento da verdade», e considerou «inaceitável» o arquivamento dos 22 julgamentos pendentes, «sem sentenças, e que as sentenças parciais sejam deixadas como estão».

Vítimas de segunda divisão
Por outro lado, Agirrezabala referiu-se a PSE, PP e UPyD para criticar o facto de que, «sempre que se fala das vítimas dos GAL, alguns grupos aproveitam a viagem para incluir as vítimas da ETA».
Agirrezabala defendeu que «se trata de reconhecer os direitos de pessoas que até agora foram vítimas de segunda ou de terceira divisão», pelo que «merecem uma resposta específica» por parte do Parlamento de Gasteiz.

O parlamentar do PNV Iñigo Iturrate, por seu lado, salientou que, se não se investigarem e julgarem «de forma adequada os factos, as vítimas dos GAL não vêem reconhecida a justiça, verdade e reparação».
«Não devíamos cometer o mesmo erro que se cometeu em Espanha na transição, quando não houve coragem suficiente para reconhecer que cada uma das partes tinha feito mal e que devia à sociedade», afirmou Mikel Basabe, do Aralar.
A Ezker Batua também salientou o facto de ainda «faltar muito para fazer» nesse sentido.

PSE e PP aproveitaram o debate para dizer ao EA que tenha com a ETA «a mesma contundência» que com os GAL.

Ver também:
«O Parlamento passa ao de leve sobre a impunidade dos GAL», de Iñaki IRIONDO (Gara)
A realidade e o discurso político voltaram a chocar, na quinta-feira, no Parlamento de Gasteiz. A Câmara aprovou, com uma emenda, que reconhece o direito à memória, à verdade e à reparação das vítimas dos GAL, quando a mensagem dos seus proponentes foi a de que «o problema está resolvido», como disse o deputado do PP Carlos Urquijo.