Os economistas e investigadores da UPV Roberto Bermejo, David Hoyos e Alejo Etchart elaboraram um relatório no qual incluem uma análise sobre a rentabilidade social da alta velocidade ferroviária a nível internacional e, com base nisso, analisam a rentabilidade socioeconómica do projecto do TGV em Nafarroa.
Relatório da Fundación Sustrai Erakuntza
O estudo foi apresentado na quarta-feira de manhã, em Iruñea, pela Fundación Sustrai Erakuntza com o propósito de dar início a uma reflexão. Os autores salientaram o facto de o TGV navarro «responder principalmente a motivações políticas», na medida em que puderam comprovar a falta de «estudos sérios» sobre a rentabilidade económica e social do projecto.
De acordo com o informe, o impulso à construção da alta velocidade ocorreu em 2007, depois de o PSN ter permitido que a UPN continuasse no Governo foral. Um ano antes, o Governo espanhol tinha-se recusado a assinar o acordo de financiamento pedido pelo Parlamento navarro.
No trabalho desenvolvido pelos economistas e investigadores, destaca-se também o facto de não ter havido nenhum estudo «fiável e independente» sobre a rentabilidade socioeconómica do projecto e a falta de «transparência e participação pública» na sua promoção.
Para os autores do relatório, essa sustentabilidade económica não existe, referindo que, se o orçamento de 2010 ascendia a quase 2000 milhões de euros, num ano aumentou em mais 1300 milhões de euros.
Em seu entender, este aumento de custos levará à degradação dos serviços públicos, que «já se faz sentir».
Afirmam ainda que o TGV não irá favorecer a coesão social ou territorial, não irá suprir a ausência de qualquer ligação, nem acrescentará novas possibilidades, e que não contribui para a sustentabilidade do meio ambiente. Também afirmam existir grandes dúvidas sobre a possibilidade de o TGV navarro transportar quantidades significativas de mercadorias.
Fonte: ateakireki.com
A tira é de Tasio (Gara).