terça-feira, 10 de março de 2009

Censura nas bibliotecas de Iruñea e Barañain


Os trabalhadores da biblioteca de Yamaguchi denunciam a decisão de retirar o Gara e o Berria das bibliotecas municipais.

Depois do que ocorrera em Barañain, onde estes diários foram retirados da biblioteca municipal, a pedido do Município, agora a censura atinge estes órgãos de informação nas bibliotecas de Iruñea [Pamplona].
De acordo com a informação avançada pelos trabalhadores da biblioteca Yamaguchi, no dia 1 de Março receberam uma comunicação para a aquisição dos Diario de Navarra, Diario de Noticias, El Mundo e El País, deixando assim de fora o Gara e o Berria, até então presentes na rede pública de bibliotecas. A decisão terá sido tomada pela vereadora delegada da Cultura no Município de Iruñea, Paz Prieto, alegando para tal que se trata de homogeneizar critérios.

Os bibliotecários quiseram denunciar o que consideram uma ingerência no seu trabalho, uma vez que é a eles que cabe “a direcção técnica das bibliotecas públicas”, bem como “a gestão dos seus serviços e recursos”. Na opinião destes trabalhadores, a decisão da vereadora contravém as declarações internacionais, as legislações sobre a matéria e mesmo a normativa foral. Neste sentido, recordaram que a UNESCO afirma que “a biblioteca pública deve ser capaz de representar a opinião e a experiência humanas em todas as suas modalidades e não correr perigo de ser censurada”.

Eleitos independentistas juntam-se ao protesto dos bibliotecários
Os vereadores do Município de Iruñea, Mariné Pueyo e Mikel Gastesi fizeram questão de sublinhar que o Município não possui competências em matéria de bibliotecas, sendo que o seu compromisso nesta matéria se limita ao estipulado no Convénio subscrito entre o Governo de Navarra e a Câmara Municipal, em cuja cláusula sexta se refere que “[…] o Município atribuirá anualmente uma verba orçamental para a compra, pelo pessoal bibliotecário, de documentos e publicações periódicas […]”.

Destacaram ainda que o argumento esgrimido pela vereadora, mesmo tratando-se de “uma falácia”, se reveste de grande interesse, já que evidencia a intencionalidade da UPN de “evitar que a sociedade esteja informada e formada, porque uma sociedade formada é uma sociedade com critérios e crítica”.
Finalmente, afirmaram que não vão “permitir que a UPN, através da censura, continue a tentar impor a sua ideologia e atitudes fascistas à sociedade”. E anunciaram que irão apresentar na Comissão de Assuntos do Cidadão uma proposta de reprovação da atitude do Município a este respeito e que solicitarão a revogação da decisão tomada.