Dois dias depois de a esquerda abertzale ter dado um passo em frente com o anúncio da ronda de contactos com aqueles que desejam construir um Estado, Arnaldo Otegi garantiu ontem na ETB que vê como possível “a conquista de um cenário democrático e de um Estado, e a sua inteira concretização a partir da esquerda”. Também considera possível que o Governo espanhol se envolva num processo de negociação. “É possível voltar a construir essa esperança e com garantias”, afirmou numa entrevista à ETB.
Arnaldo Otegi foi ontem entrevistado na ETB, dois dias depois de uma ampla representação da esquerda abertzale ter dado conta do início próximo da ronda de contactos entre aqueles que querem construir um Estado, para fazer uma troca de diagnósticos e procurar encontrar uma estratégia independentista eficaz. Na entrevista, Otegi mostrou-se ainda esperançado quanto à possibilidade de construir um cenário de solução que traga também a paz para Euskal Herria.
Afirmou a convicção de que o Governo espanhol estará interessado em pôr em marcha um processo de solução, embora não tenha querido “apontar prazos” para tal. “Mas estou convencido de que é possível, não sei em que prazo, voltar a construir essa esperança – reiterou –, e podemos mesmo dizer que a podemos construir de maneira paciente, para que, no final, esse processo atinja um versão definitiva”.
Otegi assumiu que continua a existir um “assunto pendente” no sentido de “mostrar à sociedade que estamos a procurar com sinceridade e honestidade uma solução para o cenário de conflito que existe neste país”.
Questionado sobre as exigências do fim da luta armada que outras formações políticas levarão para essas conversações, Otegi disse ter noção disso e acrescentou que a esquerda abertzale não foge a esse debate.
O objectivo final, realçou, é “conquistar a paz para este país” e “conquistar um cenário democrático e um Estado, e concretizá-lo inteiramente a partir da esquerda”.
Evitar novas frustrações
Com base na experiência do processo anterior, no qual liderou o grupo negociador da esquerda abertzale, Otegi sublinhou: “eu tenho a impressão de que já se colocaram em cima da mesa todas as peças do puzzle. Foi o que aconteceu na Irlanda, e a última fase da negociação consistiu em pôr as peças no lugar”.
Questionado sobre a possível existência de algum movimento na ETA, afirmou nada lhe constar: “O que existe é uma aposta comum da esquerda abertzale em juntar forças e em dar início a um processo democrático”, sublinhou. Na sequência do anúncio do estabelecimento de contactos, afirmou também que não adianta mais coisas porque “não pretendemos dar a impressão de que a esquerda abertzale volta a tirar um coelho da cartola, para depois, no caso de não haver bases sólidas, se voltar a frustrar uma esperança”.
“Aprendemos uma lição; é que este povo teve dois grandes momentos de esperança e dois grandes momentos de frustração; e que, se abrirmos a porta da esperança outra vez, tem que ser com a perspectiva de não voltar a haver uma nova frustração”.
«Areia para os olhos», do PNV
Num outro ponto da entrevista, Arnaldo Otegi referiu que “não é uma boa notícia” que o PNV passe para a oposição, mas criticou o facto de “se estar a tentar construir – sobretudo da parte do Sr. Urkullu e do Sr. Egibar, noutra dimensão – uma espécie de estratégia que consiste em atirar areia para os olhos”, tentando passar a ideia de que existem conversações entre o PSOE e a esquerda abertzale.
“Aqui, o único plano oculto e o único cerco que existe foi o que o PNV fez ao lehendakari, primeiro, e à proposta política que aprovaram, depois”, afirmou. Depois de recordar a proposta pública de acordo feita pelos jeltzales ao PSE, Arnaldo Otegi perguntou “como se pode ser tão frívolo”.
Tal como na Irlanda
Arnaldo Otegi realçou a sua impressão de que no último processo pôs na mesa todas as peças do puzzle e recordou que na Irlanda a última fase da negociação consistiu unicamente em “ordená-las”.
Compromisso
Arnaldo Otegi foi ontem entrevistado na ETB, dois dias depois de uma ampla representação da esquerda abertzale ter dado conta do início próximo da ronda de contactos entre aqueles que querem construir um Estado, para fazer uma troca de diagnósticos e procurar encontrar uma estratégia independentista eficaz. Na entrevista, Otegi mostrou-se ainda esperançado quanto à possibilidade de construir um cenário de solução que traga também a paz para Euskal Herria.
Afirmou a convicção de que o Governo espanhol estará interessado em pôr em marcha um processo de solução, embora não tenha querido “apontar prazos” para tal. “Mas estou convencido de que é possível, não sei em que prazo, voltar a construir essa esperança – reiterou –, e podemos mesmo dizer que a podemos construir de maneira paciente, para que, no final, esse processo atinja um versão definitiva”.
Otegi assumiu que continua a existir um “assunto pendente” no sentido de “mostrar à sociedade que estamos a procurar com sinceridade e honestidade uma solução para o cenário de conflito que existe neste país”.
Questionado sobre as exigências do fim da luta armada que outras formações políticas levarão para essas conversações, Otegi disse ter noção disso e acrescentou que a esquerda abertzale não foge a esse debate.
O objectivo final, realçou, é “conquistar a paz para este país” e “conquistar um cenário democrático e um Estado, e concretizá-lo inteiramente a partir da esquerda”.
Evitar novas frustrações
Com base na experiência do processo anterior, no qual liderou o grupo negociador da esquerda abertzale, Otegi sublinhou: “eu tenho a impressão de que já se colocaram em cima da mesa todas as peças do puzzle. Foi o que aconteceu na Irlanda, e a última fase da negociação consistiu em pôr as peças no lugar”.
Questionado sobre a possível existência de algum movimento na ETA, afirmou nada lhe constar: “O que existe é uma aposta comum da esquerda abertzale em juntar forças e em dar início a um processo democrático”, sublinhou. Na sequência do anúncio do estabelecimento de contactos, afirmou também que não adianta mais coisas porque “não pretendemos dar a impressão de que a esquerda abertzale volta a tirar um coelho da cartola, para depois, no caso de não haver bases sólidas, se voltar a frustrar uma esperança”.
“Aprendemos uma lição; é que este povo teve dois grandes momentos de esperança e dois grandes momentos de frustração; e que, se abrirmos a porta da esperança outra vez, tem que ser com a perspectiva de não voltar a haver uma nova frustração”.
«Areia para os olhos», do PNV
Num outro ponto da entrevista, Arnaldo Otegi referiu que “não é uma boa notícia” que o PNV passe para a oposição, mas criticou o facto de “se estar a tentar construir – sobretudo da parte do Sr. Urkullu e do Sr. Egibar, noutra dimensão – uma espécie de estratégia que consiste em atirar areia para os olhos”, tentando passar a ideia de que existem conversações entre o PSOE e a esquerda abertzale.
“Aqui, o único plano oculto e o único cerco que existe foi o que o PNV fez ao lehendakari, primeiro, e à proposta política que aprovaram, depois”, afirmou. Depois de recordar a proposta pública de acordo feita pelos jeltzales ao PSE, Arnaldo Otegi perguntou “como se pode ser tão frívolo”.
Tal como na Irlanda
Arnaldo Otegi realçou a sua impressão de que no último processo pôs na mesa todas as peças do puzzle e recordou que na Irlanda a última fase da negociação consistiu unicamente em “ordená-las”.
Compromisso
Questionado sobre a sua situação pessoal, Otegi admitiu dificuldades mas sublinhou que “o nosso compromisso é firme, o meu e o da esquerda abertzale. Queremos construir este processo”.
Silenciam o ataque contra a herriko de Tutera
A herriko taberna de Tutera voltou a ser atacada ao princípio da madrugada de ontem com a colocação de um engenho caseiro à porta, que estoirou mas não ardeu, o que fez com os danos materiais fossem mínimos. Apesar de o Movimento pró-Amnistia ter prestado informações sobre o acontecimento e exibido uma fotografia dos restos do artefacto, durante o dia não houve qualquer informação oficial ou reacção política, nem a noticia alcançou o mínimo eco.
O local já tinha sido atacado noutras ocasiões, tal como aconteceu a outros locais que se afirmam como referências da cultura basca e do movimento abertzale na Erribera, e assim o lembrou o Movimento pró-Amnistia.
Ao dar conta do sucedido, este movimento criticou o facto de os ataques ocorridos nesta zona “não chamarem a atenção dos meios de comunicação, e nem sequer terem direito a referência nos telejornais. É preciso recordar que esta agressão ocorre depois do ataque contra a herriko de Lazkao – acrescentam –, e não podemos esquecer que, depois dessa acção, tanto os políticos como os meios de comunicação lhe deram cobertura e apoio. Portanto, há que situar esta nova agressão nesse ambiente de permissividade, do ‘vale tudo contra a esquerda abertzale’. As pessoas que levam a cabo estas acções têm total impunidade”, afirmam.
Para impedir que voltem a acontecer coisas similares, o Movimento pró-Amnistia de Nafarroa torna explícito um apelo à denúncia deste tipo de ocorrências, de maneira a que “não fiquem restringidas a um âmbito privado, como habitualmente acontece”.
A herriko taberna de Tutera voltou a ser atacada ao princípio da madrugada de ontem com a colocação de um engenho caseiro à porta, que estoirou mas não ardeu, o que fez com os danos materiais fossem mínimos. Apesar de o Movimento pró-Amnistia ter prestado informações sobre o acontecimento e exibido uma fotografia dos restos do artefacto, durante o dia não houve qualquer informação oficial ou reacção política, nem a noticia alcançou o mínimo eco.
O local já tinha sido atacado noutras ocasiões, tal como aconteceu a outros locais que se afirmam como referências da cultura basca e do movimento abertzale na Erribera, e assim o lembrou o Movimento pró-Amnistia.
Ao dar conta do sucedido, este movimento criticou o facto de os ataques ocorridos nesta zona “não chamarem a atenção dos meios de comunicação, e nem sequer terem direito a referência nos telejornais. É preciso recordar que esta agressão ocorre depois do ataque contra a herriko de Lazkao – acrescentam –, e não podemos esquecer que, depois dessa acção, tanto os políticos como os meios de comunicação lhe deram cobertura e apoio. Portanto, há que situar esta nova agressão nesse ambiente de permissividade, do ‘vale tudo contra a esquerda abertzale’. As pessoas que levam a cabo estas acções têm total impunidade”, afirmam.
Para impedir que voltem a acontecer coisas similares, o Movimento pró-Amnistia de Nafarroa torna explícito um apelo à denúncia deste tipo de ocorrências, de maneira a que “não fiquem restringidas a um âmbito privado, como habitualmente acontece”.
Fonte: Gara