Primeiro, Iñigo Urkullu insistiu na manobra da esquerda abertzale, capaz de se aliar com o PSOE e até mesmo com o PP, capaz de ficar de fora do Parlamento e de ir parar à prisão para prejudicar o PNV. O absurdo não tinha acabado. O procurador-geral do Estado, Cándido Conde-Pumpido, pavoneou-se com o “aperfeiçoamento” da forma de proibir a representatividade parlamentar de dezenas de milhares de bascos; não obstante, negou a existência de qualquer Guantánamo eleitoral, e como prova disso referiu o crescimento do Aralar graças aos votos de “um sector da esquerda abertzale”. Uma análise minimamente rigorosa dos resultados eleitorais de domingo mostra que os votos da esquerda abertzale que não se juntaram à D3M foram parar na sua grande maioria à abstenção. Mas o procurador-geral espanhol juntou-se a uma tese que é mais fruto do desejo do que da análise. Falsas premissas à parte, não deixa de ser significativo que o homem que reconheceu “ter-se passado” com a ANV – mas mostrando-se orgulhoso porque “pegou” – tente legitimar desse modo a ilegalização de opções eleitorais, pela suposta transferência de votos entre essas duas formações. De acordo com a argumentação de Conde-Pumpido, se os presos de Guantánamo abraçam a democracia norte-americana, esse centro de detenção e tortura justifica-se.
Fonte: Gara