sexta-feira, 6 de março de 2009

Madrid condena Hodei Ijurko a 16 anos de prisão por um acto de ‘kale borroka’


O jovem iruindarra Hodei Ijurko foi condenado pela Audiência Nacional espanhola a 16 anos de prisão por um acto tipificado como kale borroka. O Tribunal especial deu ontem a conhecer a sentença, em que condena o jovem navarro por dois delitos de “atentado”, um de “posse de materiais explosivos ou incendiários”, e outro de “alterações da ordem pública”.

Ijurko foi detido na noite de 8 para 9 de Março do ano passado sob a acusação de ter atirado artefactos incendiários contra uma patrulha da Polícia Foral na Alde Zaharra [Parte Velha] da capital navarra, e desde então passou por diversas prisões do Estado espanhol.

No julgamento, que decorreu em Fevereiro último, a Procuradoria espanhola manteve o pedido de condenação a 38 anos de prisão, acusando-o da prática dos delitos de “distúrbios terroristas da ordem pública”, “atentado terrorista” e “posse de explosivos”.
Este pedido de condenação triplicava o da acusação particular, exercida pela Polícia Foral, e que solicitava doze anos de prisão por um suposto delito de “atentado à autoridade com meios perigosos” e “posse de explosivos”.

Poucos dias depois da realização da audiência oral contra o jovem no tribunal especial, vizinhos e amigos de Ijurko denunciavam a acusação apresentada pelo magistrado da Procuradoria. Na conferência de imprensa, qualificaram-na como “totalmente desproporcionada”; “sobretudo se tivermos em conta que não existem danos materiais e que as lesões que os agentes da Polícia Foral apresentam são leves”, defenderam.
Além disso, afirmaram que a Audiência Nacional espanhola não procura “administrar justiça, mas punição”, e que ali não existem garantias processuais, considerando-o um tribunal “totalmente político”.

A sentença, conhecida ontem, também condena Ijurko a indemnizar dois agentes da Polícia Foral em 7400 e 17 600 euros.
Convém lembrar que, no momento da sua detenção, o jovem foi violentamente atingido na cabeça pelos agentes da Polícia Foral, provocando-lhe uma ferida que precisou de nove pontos de sutura. Esta actuação policial foi denunciada nos Tribunais de Iruñea mas ainda não se encontra em fase processual.

Fonte: Gara