quarta-feira, 30 de setembro de 2009

«Temos de marcar hora para visitar o túmulo do meu irmão?»


Diego PAREDES MANOT, irmão de Jon Paredes Manot, «Txiki», fuzilado em 1975, entrevistado por Gari MUJIKA

Depois de 34 anos sem impedimento ou obstáculo de qualquer espécie para honrar a memória do seu irmão, um dos cinco militantes «legalmente» fuzilados por ordem do ditador Franco, a Ertzaintza apareceu junto ao túmulo de «Txiki» no domingo. A indignação da família Paredes-Manot perante a «falta de respeito» e «a humilhação» sofrida foi transmitida, de forma veemente, por Diego Paredes ao Gara.

A Audiência Nacional espanhola abateu-se no fim-de-semana, com uma onda de proibições, sobre diversos actos políticos que deveriam decorrer em vários pontos do país. Vetos que chegaram a mesmo a incidir sobre actos em memória das vítimas do franquismo, convocados inicialmente pela Ahaztuak 1936-1977, com o argumento de que se ia «enaltecer o terrorismo» e «humilhar as vítimas do terrorismo».

Ainda sem tempo para acalmar a indignação e ira vividas, o zarauztarra Diego Paredes Manot critica com dureza a Ertzaintza, pela falta de respeito mostrada junto ao túmulo do seu irmão fuzilado e enquanto a sua mãe, com 80 anos, o beijava.


No domingo, como acontece desde há 34 anos, foram até ao cemitério de Zarautz. O que é que se passou quando chegaram?
Sabíamos que a Ahaztuak tinha uma convocatória para as 13h, mas Martxelo Álvarez desconvocou-a. No cemitério, juntaram-se os familiares e alguns amigos de Txiki. Pouco depois de chegarmos, apareceram os polícias com material antidistúrbios, armados até aos dentes.
Falámos com eles, e Martxelo disse-lhes que não se ia fazer nada. Estava lá um txistulari [tocador de txistu/flauta] e as minhas filhas vestidas de dantzari, que, como sempre, iam dançar o aurresku. Então, o comandante da Ertzaintza, muito prepotente, disse que não se podia fazer absolutamente nada. Martxelo disse-lhes que se ia embora, mas que deixasse a família em paz.

Mas não estavam para aí virados.
Disse-lhes que «agora, a família e os quatro amigos de Txiki que aqui estão vão-lhe fazer a homenagem que ele merece, como o fazemos todos os anos».
«Os familiares, até podem ficar. Mas os outros têm de se ir embora», respondeu, muito prepotente. «Como é que os familiares 'até podem ficar'? Temos de marcar hora para poder visitar o túmulo do meu irmão?», disse-lhe, que já estava a ferver. «Pois aqui é que não vão ficar», disse o comandante.
Vinham preparados para carregar. Houve um momento de tensão em que lhe disse que a única coisa que faltava era que nos fuzilasse a nós também. «A esse ponto não vamos chegar», ainda me respondeu.

Também os identificaram, não foi?
Pediram os BI a quem lhes apetecia. Disse-lhe que ou pediam a todos ou a ninguém, e dei-lhes o meu. Também os meus irmãos e o resto da família os tiraram, mas não os quiseram ver.
Identificaram quatro pessoas, e depois, pela piada que tinha, também os carros que desceram do cemitério. Dissemos que, se nem ao menos a família podia estar com os amigos, que nos íamos dali, mas a minha mãe deu alguma luta. «Já nem ao menos me deixam visitar o túmulo do meu filho. Os mortos metem assim tanto medo?», perguntou-lhe. Ficou bastante nervosa.

O auto judicial afirmava que, no caso de fazer, «humilharia as vítimas do terrorismo».
No sei de que vítimas estaria a falar... Mas, à minha mãe, com 80 anos, dizem-lhe quando pode visitar o túmulo do filho!
Sentimo-nos mal. Humilhados, impotentes... a minha mãe a beijar o túmulo de Txiki, e isso não lhes importava a ponta de um corno. Em 34 anos não tivemos nenhum problema, nem nenhuma outra força policial mostrou essa falta de respeito. Olha, até um inspector da Guarda Civil me chegou a dizer que «ao teu irmão, respeito-o, porque era um verdadeiro soldado, embora no lado errado». Mas estes não respeitam nada. Fizeram-me lembrar a Polícia nazi.
Fonte: Gara

Manifestação contra a guerra suja e os ataques fascistas e pela mudança política

Pessoas afectadas por estas práticas "parapoliciais" fizeram um apelo ao fortalecimento da opção "mudança política" no dia 12 de Outubro, em Iruñea [Pamplona].

Depois de fazerem um breve resumo das consequências do fascismo em Navarra desde 1936 até à actualidade, pessoas que nos últimos meses sofreram na própria pele ataques fascistas ou acções de guerra suja contextualizaram todos estes acontecimentos num momento político de "especial transcendência", quando a mudança política teve "sérias possibilidades de se consumar e, consequentemente, de desterrar a intriga exercida pela direita em defesa dos seus interesses". Neste sentido, afirmaram que as agressões foram "programadas e concretizadas seguindo um plano concebido em defesa do status quo e com uma inquestionável precisão no ataque a pessoas, agentes sociais e políticos tendentes à mudança política e social." É por isso que consideram importante que não emudeça "a necessidade de mudança estrutural que coabita na maior parte dos lares da sociedade navarra", e apostam num "combate permanente" contra o fascismo, seja "incontrolado" ou "estruturado".
Manifestação de 12 de Outubro
Os dinamizadores deste manifesto anunciaram a convocatória de uma "grande mobilização popular" para dia 12 de Outubro às 17h30, a partir da Estação de Autocarros de Iruñea.
Fonte: apurtu.org

O lema da manifestação é «Atzoko eta gaurko faxismoari, stop!» [Ao fascismo de ontem e de hoje, stop!].

Donostia recorda e homenageia Tomas Alba, edil «abertzale» assassinado pelo fascismo espanhol


Foi assassinado pelo fascismo espanhol quando era vereador do HB. O seu caso, esquecido pelas instituições, contrasta com o de outros edis

Sob a vigilância de um forte dispositivo da Polícia Municipal, prestou-se uma homenagem a Tomás Alba, edil do HB na Câmara Municipal de Donostia morto pelo fascismo espanhol em 1979.
Durante a cerimónia, foram colocados cravos vermelhos junto à placa que evoca Alba, ao mesmo tempo que se sublinhou que o vereador não foi esquecido e se pediu "democracia para Euskal Herria".

Félix Soto, que foi vereador do HB em Donostia e amigo de Alba, leu um manifesto que recorda que o vereador foi morto por "mercenários dirigidos por partidos nacionalistas espanhóis que hoje têm assento nesta Câmara" e que receberam o apoio das forças de segurança do Estado e financiamento público.

Também criticou o facto de o Município donostiarra "não ter dado um tratamento igual" a vereadores como Alba e Gregorio Ordóñez.
Como exemplo do que dizia, mostrou fotos em que se vê a placa em memória de Ordóñez na Câmara, e na qual consta que foi morto pela ETA e a que grupo político pertencia, enquanto no caso de Alba não se menciona que era edil do HB nem por quem foi morto.


Os mesmos meios de comunicação espanhóis repetem que Gregorio Ordóñez foi o primeiro vereador morto, quando na verdade Tomas foi assassinado 15 anos antes. Parece que para a imprensa espanhola há vereadores mortos de primeira categoria e outros de segunda.

Evocação dos que lutaram no monte Intxorta e duas obras sobre Franco em Euskal Herria

A plataforma popular Lau Haizetara Gogoan deu na segunda-feira uma conferência de imprensa em que recordou a gesta empreendida por diversos voluntários bascos entre 4 de Outubro de 1936 e 24 de Abril de 1937, resistindo às tropas franquistas em Intxorta e impedindo assim o avanço dos insurgentes até à tomada de Bilbau.

Se exaltaram o trabalho de quem defendeu as liberdades republicanas, criticaram o facto de nestes 30 anos nenhum partido que fez parte de algum governo ter dado passos para os ressarcir, ou para realizar um censo sobre os mortos, exilados ou perseguidos. E, embora tenham passado 73 anos, a Lau Haizetara Gogoan manifestou o seu compromisso na «defesa dos direitos civis e políticos das actuais e futuras gerações de Euskal Herria», além de reclamar que «se investigue a verdade, se faça justiça e se implementem medidas reparadoras».
Num contexto em que as ameaças fascistas voltaram a aflorar, é de realçar a cerimónia que terá lugar no monte Intxorta este domingo, 4 de Outubro.
Fonte: Gara

Obras
Franco en San Sebastián. A través de la prensa guipuzcoana (Txertoa), da autoria de Javier Sada (na imagem).

Los crímenes de Franco en Euskal Herria, 1936-1940 (Txalaparta), de Iñaki Egaña (apresentação no vídeo).


O historiador donostiarra fala sobre a sua obra recente Los crímenes de Franco en Euskal Herria, 1936-1940.

Queixa inédita contra três vereadores como vingança pelo «txupinazo» de Berriozar

A Procuradoria da Audiência Nacional espanhola denunciou três vereadores da esquerda abertzale por se solidarizarem com os presos políticos bascos no txupinazo de Berriozar (Nafarroa), participando em concentrações ou mostrando uma bandeirola exigindo a repatriação.

No texto apresentado pelo magistrado Vicente González Mota acusa-se os vereadores Fermín Irigoien, Ezequiel Martínez e Izaskun Cebrián de poderem ter cometido um crime de [volte a tentar adivinhar...] «enaltecimento do terrorismo e humilhação às vítimas» no início das festas da localidade navarra. [A formulação é mais longa, mas acertou novamente!]

Acusa-se Martínez e Cebrián de mostrarem uma bandeirola com o lema «Euskal preso eta iheslariak etxera» [Os presos e os refugiados bascos para casa] na altura em que o kiliki negro deitou fogo ao txupin que marcou o início das festas, em Agosto.
Diz-se ainda que Martínez participou numa oferenda floral aos familiares de presos políticos bascos e, no que diz respeito a Fermín Irigoien, edil que se abraçou ao kiliki no txupinazo, é acusado de participar numa concentração na qual houve um aurresku em honra dos presos, acrescentando-se que ali se leu uma carta escrita por um prisioneiro basco na prisão.

A Procuradoria solicita também que o autarca do NaBai, Xabier Lasa, e um representante da sociedade cultural Zulo Alai prestem declarações. Também reclama uma cópia do expediente da sessão plenária da localidade que atribuiu o prémio a esta sociedade cultural e designou o programa de festas.

A queixa ocorre apenas duas semanas depois de o Governo de Nafarroa ter anunciado, por intermédio do seu porta-voz, Alberto Catalán, que tinha enviado um relatório policial sobre o txupinazo de Berriozar. As festas da localidade navarra começaram envoltas em polémica pela atitude de UPN, PSN e CDN, que deram início a uma campanha contra o lançamento do foguete pela esquerda abertzale quando se aperceberam de que este ano cabia aos vereadores independentistas essa honra.
Essas formações apresentaram uma moção para que o autarca não deixasse que os independentistas pudessem dar início às festas, sendo que estes, no final, chegaram a um acordo com o NaBai para que o txupin fosse lançado por colectivos populares. [Querem coisa mais ridícula? Há, por certo, mas esta toca bem nos limites.]

Mobilizações pelos presos
Por outro lado, na segunda-feira 30 pessoas mobilizaram-se em Zaldibar pelos direitos dos presos, 22 em Zaldibia, 15 em Bermeo, 25 em Ataun, 8 em Euba, 29 em Altza, 13 em Añorga, 90 em Santurtzi, 65 em Ondarroa, 46 em Laudio, 14 em Ordizia, 35 no bairro bilbaíno de Irala, 18 no de Otxarkoaga e 50 no de Rekalde, onde exibiram fotos.
Fonte: Gara

Na imagem: o abraço entre Fermin Irigoien e o kiliki negro, durante o txupinazo.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Gudari Eguna 2009


27 de septiembre 1975
by jabiero

A condenação à morte de cinco lutadores antifranquistas em 1975. Os protestos no País Basco e em diversas partes do mundo antes e depois dos fuzilamentos de 27 de Setembro de 1975. É dado especial destaque ao caso de Txiki. Gora eusko gudariak! E viva a luta dos povos contra o fascismo de ontem e de hoje! Fonte: BerriakEgunkaria

«El Salvador-Euskal Herria 25 urte!»


No sábado, o acto de homenagem, simples e emotivo, "Euskal Herria-El Salvador 25 urte" realizou-se num ambiente familiar - estiveram presentes familiares e amigos de Pakito, Begoña e Marta, acompanhados por mais 300 pessoas.

Depois da actuação dos txalapartaris e bertsolaris, os familiares de Pakito Arriaran leram uma carta enviada pelo pai de Begoña García Arandigoien e posteriormente um membro da Askapena dirigiu-se aos ali presentes. No final, cantaram-se «A Internacional» e o «Eusko Gudariak». Aqui ficam as palavras de Guillermo García e as da Askapena.

"Indignado, mais que surpreendido; já que neste momento é difícil ser surpreendido por alguma coisa; dirijo-me 'a quem de direito' como pai da Doutora Begoña GARCIA ARANDIGOYEN, para quem, segundo me comunicou a ASKAPENA, estava prevista uma homenagem em Arrasate-Mondragón, no dia 27-9-2009, e que de acordo com todos os órgãos de informação foi suspensa por 'Ordem Judicial' à última hora.

É-me difícil não ver um 'estranho paralelismo' entre quem a assassinou (termo utilizado oficialmente pela COMISSÃO DE VERDADE da ONU) e quem se opõe ou proíbe a sua evocação na actualidade.

Infelizmente, não pensava assistir à cerimónia por razões de saúde, por causa da distância e da idade, mas sinto tanta vergonha por aqueles que então a assassinaram como pelos que hoje a pretendem enterrar no esquecimento.

E que conste que me sinto tão 'vítima do terrorismo' como o possam ser aqueles a quem as Autoridades dizem respeitar.
Recuso como juiz quem tenha tomado tão desacertada e vingativa decisão ao mesmo tempo que lhe manifesto como pai todo o meu desprezo. Não sei se as minhas palavras, 'de acordo com a Legislação Vigente...', merecem ser consideradas como desacato e, portanto, puníveis, sendo que, nesse caso, aconselho a agir com prontidão, já que na minha idade o tempo urge.

E aproveito a ocasião para comunicar... também 'a quem de direito...' que pode acrescentar ao seu 'palmarés' o facto de ter concluído o trabalho que iniciaram no seu tempo um par de personagens de infausta memória: HITLER, que teve o meu pai preso num dos seus 'campos de concentração', e FRANCO, que prendeu primeiro a minha mãe e posteriormente o meu irmão. Só eu, embora também condenado por prófugo, consegui escapar à condenação. Se 'alguém' desejar conseguir tão triste galardão, a tempo está."

[Na sequência, ver as palavras da ASKAPENA, em euskara e castelhano.]
Fonte: askapena.org

Fuck la police!

De vez em quando, a vida oferece-nos notícias daquelas que arrepanham as comissuras dos lábios. Um comunicado emitido na sexta-feira pelo sindicato da polícia Synergie Officiers recorda que, no dia 29 de Junho, «dez nacionalistas bascos suspeitos de estarem ligados a acções violentas» foram detidos pela polícia e pela gendarmerie. Recapitulando: operação habitual das da juíza Levert, das que não têm outro propósito senão aparentar que a Justiça funciona. Da dezena de pessoas detidas por alegadamente atentarem contra interesses imobiliários, a juíza mandou para a prisão três jovens, provavelmente ao acaso, que já conhecemos o modo de funcionamento da XIV Secção do Tribunal de Paris. Mas continuemos com o comunicado.

«Naquela ocasião», a da operação de Junho, entenda-se, «o capitão da gendarmerie da SR de Pau exibiu orgulhosamente durante dois dias nos locais da polícia de Baiona uma T-shirt negra com inscrições em letras brancas como 'Fuck la police', pouco dignas de um oficial da gendarmerie e insultantes para a instituição policial no seu conjunto. Repugnados, os polícias presentes dirigiram-se à sua hierarquia e aos magistrados sem que tenha havido nenhuma reacção». Pobres corações feridos. Não está certo que um fucking militar os insulte assim. Como não ser solidário com a sua dor.

Seria de todo compreensível que estes polícias franceses secretamente desejassem que o capitão da gendarmerie se passeasse com o seu pólo por Donostia e que, vítima das hostes de Ares, fosse detido, espancado e encarcerado por apologia do terrorismo. Seria uma dessas notícias que arrepanham as comissuras dos lábios.

Iñaki LEKUONA
jornalista

Fonte: Gara

O Batasuna fez questão de «assinalar» o 1.º aniversário da operação policial contra a organização


Na sexta-feira de manhã, o Batasuna deu uma conferência de imprensa em frente à sub-prefeitura de Baiona para denunciar a operação policial de que foi vítima há um ano atrás.

No dia 24 de Setembro de 2008, as forças da ordem irrompiam pelas casas adentro de militantes desta organização, interpelando 14 pessoas e procedendo a dezenas de inspecções, incluindo a da sede do partido.

Xabi Larralde, porta-voz do movimento, recordou que, dois meses antes desta operação, tinham vindo a público dois relatórios que incriminavam o Estado francês, um da Human Rights Watch, que apontava a política antiterrorista do Estado francês como atentatória das liberdades, e o outro do Comité dos Direitos do Homem da ONU, que acusava o Hexágono de não respeitar os direitos das suas minorias nacionais.

Para o Batasuna, «o Estado francês colabora numa estratégia repressiva global em que se incluem também as operações contra os jovens abertzales e o desaparecimento de Jon Anza». A organização lembra que várias pessoas continuam com as contas congeladas um ano depois e «sem qualquer notícia por parte da justiça».
«Nada disto nos fará calar e vamos continuar a nossa luta pelo reconhecimento dos nossos direitos», concluiu.

Julen GAZTELU

Da solidariedade e da resistência

A Ertzaintza entrou nas txosnas de Oñati para levar as fotos dos presos políticos
Os agentes da Ertzaintza apareceram no recinto de txosnas pelas 11h da manhã, começando de imediato a encerrar as barracas das festas e a trazer cá para fora as fotos que retiravam dos locais. Nas festas de Oñati (Gipuzkoa), as ruas encontram-se repletas de fotos de presos.
Fonte: askatu.org

Ekaitz Samaniego foi detido e colocado em regime de incomunicação pela Ertzaintza
O jovem foi preso anteontem à noite em Gasteiz, acusado de participar numa acção de violência urbana com um artefacto incendiário. Depois da detenção, foi imediatamente colocado sob regime de incomunicação, em poder da Polícia da CAB, e amanhã será presente a um juiz da Audiência Nacional espanhola.
O Movimento pró-Amnistia já alertou para os riscos da incomunicação. Estava marcada para ontem ao final da tarde uma assembleia e hoje, às 20h, haverá uma manifestação.
Fonte: askatu.org
Em Zestoa, homenagearam Xabin Etxaide, assassinado pelos GAL há 24 anos
Por ocasião do Gudari Eguna, nesta localidade guipuscoana cerca de 40 pessoas participaram numa «mendi martxa» [caminhada de montanha] em memória de Xabin. Ao meio-dia, juntaram-se umas 80 pessoas para lhe prestar uma homenagem sentida e depositar flores junto ao monumento que existe em sua honra. Houve ainda uma kalejira, um aurresku e bertsos.
Fonte: askatu.org

A Alde Zaharra de Bilbau também homenageou os gudaris do bairro
Anteontem de manhã e como todos os anos, as gentes da Alde Zaharra de Bilbau prestaram uma homenagem simples, nos campos de Pagasarri, aos gudaris do bairro, em que se incluem Xabi e Jose Etxebarrieta, Marisol Mujika, Maite Perez, Iñaki Fernandez de Nograro e Arkaitz Otazuari. Cerca de 50 pessoas deslocaram-se da Alde Zaharra até Pagasarri.
Fonte: askatu.org
Em Berango também recordaram os gudaris neste fim-de-semana
35 pessoas participaram numa homenagem simples aos combatentes de Berango (Bizkaia), que incluiu bertsos, um aurresku, várias canções acompanhadas à viola e, no final, o «Eusko Gudariak». Gora Eusko Gudariak!
Fonte: askatu.org

Polícias de todas as cores atacam a propaganda política nas festas de Murgia
Tanto a Guarda Civil como a Ertzaintza se têm feito notar bastante nas festas de Murgia (cuadrilla de Zuia; Araba), sobretudo a retirar fotos de presos políticos, a levar faixas em homenagem aos gudaris ou que expressam o desejo de autodeterminação. E não houve concerto, desfile, manifestação ou concentração festiva que não tivesse a companhia dos "indesejados", entre quinta e sábado, de acordo com o MPA de Zuia.
Fonte: askatu.org

Aintzane Orkolaga chegou a Barajas no sábado
Chegou às 14h30 e, depois de a Polícia ter estado a verificar diversos dados durante 30 minutos, ficou em liberdade, tomando o caminho de Gros (Donostia).
Foi expulsa do Estado francês depois de ter empreendido uma greve de fome precisamente contra essa expulsão e em defesa do direito a viver livre em Euskal Herria. À chegada a Gros, houve uma primeira cerimónia de boas-vindas.
Fonte: askatu.org

domingo, 27 de setembro de 2009

A cruzada paranóica de Espanha: para o Departamento «basco» do Interior, Lenine também é da ETA


Agora, exibir o retrato de Lenine também constitui um crime?
A cruzada iniciada por Espanha contra a solidariedade está a atingir o absurdo. Se nos últimos dias ficámos a saber pela imprensa que Garzón mandou a Guarda Civil investigar um acto em defesa dos presos em "Arralde", localidade fictícia na qual se passa a série televisiva Goenkale, na sexta-feira os clientes da Herriko Taberna de Deustu (Bilbau) ficaram estupefactos quando um agente encapuzado da secção de repressão política da Ertzaintza tirava fotografias a um retrato de Lenine, pendurado na parede.
Antes disso, uma dezena de agentes encapuzados tinha entrado de forma violenta e repentina com o propósito de levar dali umas fotos que não se encontram no estabelecimento desde que outros encapuzados do mesmo corpo as sequestraram, no dia 7 de Setembro. De acordo com informações recebidas da Alde Zaharra, outros agentes encapuzados também entraram na Errondabide.

A cruzada espanhola contra a solidariedade basca para com os prisioneiros políticos está a atingir proporções ridículas. Ares, chateado depois do revés que o TSJPB lhe infligiu, mandou dezenas de agentes encapuzados a diferentes estabelecimentos.

De acordo com testemunhos de Deustu, uma dezena de agentes encapuzados entrou por volta das nove da noite na Herriko Taberna. Dirigiram-se ao jovem que se encontrava atrás do balcão e, depois de lhe pedirem os documentos, disseram-lhe que estavam ali para levar as fotos. Quando o jovem lhes respondeu "Que fotos?", os encapuzados ficaram mudos e puderam verificar que, de facto, não havia qualquer foto de presos no estabelecimento, porque outros encapuzados da Ertzaintza as tinham levado, sem mandado judicial, no dia 7 de Setembro.

Apesar do erro evidente que tinham cometido, os encapuzados permaneceram no local até aparecerem dois agentes, também encapuzados, da secção de repressão política, que começaram a tirar fotos a um retrato de Lenine. "Enaltecer o comunismo também é crime?", perguntavam, estupefactos, os clientes. Uma vez realizadas as fotos, os agentes encapuzados foram-se embora dali.
Da Alde Zaharra, também chegam informações de que um outro grupo de agentes encapuzados irrompeu ontem à noite na Herriko Taberna, sem mandado judicial, com o propósito de levar as fotos dos presos, isto apesar do acórdão emitido pelos juízes do Tribunal Superior de Justiça do País Basco, que refere claramente que não constituem um crime.
Fonte: branka.biz via kaosenlared.net

Democracia à espanhola - proibições, censura, estado de excepção - e resistência (II)

GUDARI EGUNA 2009

Sozialismoa eta independentzia!
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A proibição dos actos do Gudari Eguna acaba com seis detidos em Donostia

A Ertzaintza prendeu seis pessoas depois de carregar sobre os 150 manifestantes que participavam numa convocatória relacionada com o Gudari Eguna [Dia do Combatente] em Donostia. A Audiência Nacional tinha prohibido todos os actos relacionados com este dia, mas foram muitas as localidades que prestaram homenagem a militantes bascos e vítimas do franquismo, com ou sem presença policial. O juiz Eloy Velasco também proibiu os quatro actos organizados pela Ahaztuak, o primeiro dos quais ontem em Iruñea [Pamplona].

Em Bilbau, na parte da manhã, 300 pessoas prestaram homenagem aos falecidos, e à tarde uma manifestação que partiu do bairro de Indautxu foi dissolvida pela Polícia autonómica. Em Gasteiz, a manifestação convocada para as 12h30 não chegou a sair da Praça Bilbo e, também na capital alavesa, não foi possível realizar a projecção de um vídeo nos cinemas Guridi. Perante a ameaça de que agentes de quatro furgões da Ertzaintza entrassem na sala, cerca de 120 pessoas decidiram abandonar o local. Os agentes recolheram imagens de todas as pessoas. E em Hernani (Gipuzkoa) também dissolveram uma manifestação espontânea, tal como em Orereta (Gipuzkoa), onde participaram várias centenas de pessoas.

Em Leioa mobilizaram-se 50 pessoas, tal como em Otxandio - onde a Ertzaintza identificou duas pessoas. Em Berango foram 40, 20 em Loiu, Derio e Lezama, 127 em Larrabetzu, 50 em Zalla e 70 em Bakio - onde houve cortes de estrada -, 100 em Deba, Portugalete e Gernika, 40 em Bermeo, 30 em Erandio, 80 na homenagem e 250 na manifestação de Durango, 60 em Getaria, 150 em Barakaldo e Santurtzi, 227 em Algorta e 80 pessoas em Ea. Na sexta-feira, também se mobilizaram 75 alunos nos institutos de Azpeitia, 100 no Agustin Iturriaga de Hernani, 50 em Meka, Albitxuri e IMH de Elgoibar, e 15 na ikastola Urola de Azkoitia, e na de Zumaia também houve uma homenagem.

Mas o magistrado Eloy Velasco não se limitou a vetar os actos relacionados com o Gudari Eguna, mas também quatro convocatórias que a associação pela recuperação da memória histórica Ahaztuak tinha feito para recordar as vítimas do regime franquista, a primeira delas ontem em Iruñea.
A Ahaztuak exigiu a rectificação do referido auto, sublinhando que as suas cerimónias não possuem qualquer relação com outras mobilizações.

Zuriñe ETXEBERRIA

«Escolheram um mau dia para protestar»
A Ahaztuak 1936-1977 quis recordar ontem em frente à Câmara Municipal de Iruñea todos os fuzilados durante a ditadura franquista muito especialmente os militantes do FRAP Humberto Baena, José Luis Sánchez Bravo e Ramón García Sanz e os militantes da ETA Juan Paredes Manot Txiki e Angel Otaegi, executados a 27 de Setembro de 1975. Contudo, a faixa em que se lia «En memoria de los demócratas y antifranquistas asesinados» teve de ser recolhida mal foi aberta.
Os polícias à paisana que se encontravam nas imediações não esperaram senão alguns segundos para avisar os participantes no protesto de que este tinha sido proibido e que deviam acabar com aquilo.

Os convocantes mostravam-se perplexos e perguntaram ao comandante da Polícia por que motivo não podiam exibir a faixa se esta mostrava as mesmas palavras que no ano passado. O polícia limitou-se a responder «hoje não sei por quê, mas...» A resposta, claro está, não deixou as pessoas presentes satisfeitas, tendo continuado a pedir explicações. O comandante da Polícia clarificou: «Escolheram um mau dia».
«Mas podemos ao menos ler o comunicado...», disseram-lhe. «Leia o comunicado e faça o que quiser, mas não exiba a faixa», respondeu o polícia, afastando-se depois alguns metros, para junto de outros agentes.

No auto que posteriormente foi facultado aos representantes da associação efectivamente constava que o tribunal de excepção tinha proibido o acto. Os membros da Ahaztuak criticaram a forma de proceder da Audiência Nacional e recordaram que as autorizações para este acto tinham sido pedidas pela Ahaztuak, «uma associação legal e inscrita». Por esta razão, mostraram-se dispostos a apresentar recurso da decisão do tribunal.

Apesar dos entraves, os congregados leram o comunicado, no qual, além de recordarem os cinco militantes fuzilados no dia 27 de Setembro, criticaram duramente a atitude que os representantes institucionais de Nafarroa tomaram perante os ataques fascistas ocorridos nos últimos tempos, desafiando a delegada do Governo espanhol em Nafarroa, Elma Sáiz, a proibir a marcha que os falangistas pretendem realizar no próximo dia 11 de Outubro em Iruñea. M.E.
Fonte: Gara
Já hoje, as FSE da CAB de 'Adolfo Ares', com a ordem do tribunal de excepção na mão, impediram que a família e os amigos de Juan Paredes Manot "Txiki" lhe prestassem uma homenagem privada e íntima, como vêm fazendo todos os anos desde aquele fatídico 1975. Em virtude disto, houve confrontos verbais entre elementos da família de "Txiki" e as forças ao serviço da imposição espanhola na CAB, fortemente armadas e que entraram no cemitério logo após a chegada da família. Membros da Ahaztuak 1936-1977 e da Sare Antifaxista que se deslocaram a Zarautz (Gipuzkoa) para apoiar a família de "Txiki" puderam testemunhar toda esta vergonha, incluindo a identificação e a filmagem de várias pessoas por parte das forças de opressão, tanto dentro do cemitério como fora dele.
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Tasio (Gara)

A dignidade da Ahaztuak, quando confrontada com a «democracia à espanhola»

1 - «Euskal Herria: face à proibição dos nossos actos em memória dos últimos fuzilados pelo regime franquista»
Fonte: kaosenlared.net

2 - «Quando a impunidade avança»
Fonte: ahaztuak1936-1977

3 - «As razões últimas de uma proibição definitiva e injusta»
Fonte: SareAntifaxista

4 - «A memória face à proibição»
"A proibição das cerimónias de homenagem às vítimas do franquismo por parte da Ahaztuak 1936-1977 no aniversário dos fuzilamentos de cinco lutadores antifascistas pelo regime franquista a 27 de Setembro de 1975 fez-se sentir nos referidos actos, sendo notória a presença policial nos lugares onde este colectivo de vítimas do franquismo os ia realizar, embora a vontade de os levar por diante tenha prevalecido sobre a proibição." Fonte: ahaztuak1936-1977


Democracia à espanhola - proibições, censura, estado de excepção - e resistência (I)

Numerosas concentrações em defesa dos presos políticos bascos, apesar das proibições do tribunal de excepção

Apesar das ameaças de ilegalização da Etxerat, da proibição, por parte do juiz da Audiência Nacional espanhola Eloy Velasco, de duas dezenas de actos relacionados com o Gudari Eguna [Dia do Combatente], e até de eventos programados pela associação de vítimas do franquismo Ahaztuak 1936-1977 em memória e homenagem aos mortos pela ditadura franquista, apesar de tudo isto, ou talvez por isto, houve dezenas e dezenas de concentrações espalhadas um pouco por toda a geografia basca, com destaque para Arrasate, onde centenas de pessoas se juntaram na Herriko Plaza, tendo de suportar a presença e a actuação da Ertzaintza, geradora de grande tensão, na medida em que tentou impedir a realização dos actos previstos, arrancou faixas e levou fotografias de PRESOS POLÍTICOS BASCOS. Consta que os autocolantes com as imagens dos ditos não faltaram. Houve ameaças e duas pessoas foram identificadas. Como resposta à intromissão de quem não era bem-vindo, cantaram-se temas como «Hator, hator» ou «Lepoan hartu ta segi aurrera».

A Etxerat, associação de familiares de presos políticos bascos especialmente visada nestes dias, afirmou que as «ameaças» proferidas por Ares, conselheiro do Interior de Lakua, são uma manifestação de «frustração, raiva e ódio» e que visam «apagar das ruas a denúncia da criminosa política penitenciária vigente e fazer alastrar a impunidade dentro e fora das prisões». «Inventaram uma lei inexistente para saciar a sua sede de vingança e vender uma suposta mudança em jeito de propaganda», criticaram.

Para além da de Arrasate e como acontece na última sexta-feira de cada mês, foram muitas as concentrações, entre as quais se destacam as de Gasteiz (440 pessoas) e a de Iruñea, também com 440 participantes e na qual houve um brinde aos presos, no âmbito das festas de San Fermin Txikito (herrikoak/populares, apesar de todos os entraves colocados por Borcina). Em Uharte juntaram-se 17 pessoas, 25 em Antzuola e Berriz, 28 em Uztaritze, 87 em Azpeitia, 20 em Aramaio e Usansolo, 32 em Getaria, 20 em Irurtzun, 120 em Lekeitio, 47 em Arrigorriaga, 76 em Lazkao, 220 em Orereta, 11 em Muskiz, 25 em Iurreta, 9 em Lemoiz, 23 em Trapagaran, 12 em Gatika, 110 em Algorta, 56 em Portugalete, 90 em Zornotza, 24 em Zaldibar, 70 em Barakaldo, 60 em Amurrio, 40 em Erromo, 70 em Usurbil e 80 em Zumarraga-Urretxu, onde também homenagearam Jose Mari Etxaniz «Potros», 24 anos depois da sua morte.

Em Soraluze reuniram-se 61 pessoas; 180 em Galdakao, 72 em Laudio, 55 em Deba, 35 em Bermeo, 55 em Ibarra, 80 em Tolosa, 100 em frente à Sabin-Etxea e 210 no Arriaga, em Bilbau, 180 em Donostia, 25 em Abanto, 100 em Gernika, 18 em Bera, 35 em Olazti, 83 em Aulesti, 37 em Orio, 85 em Zaldibia, 64 em Basauri, 60 em Beasain, 54 em Tafalla, 56 em Larrabetzu, 42 em Bakio, 38 em Urduña, 31 em Barañain, 25 em Irunberri, 142 em Durango, 50 em Oñati, 15 em Elgeta, 73 em Eskoriatza, 20 em Mundaka, 48 em Lizarra, 172 em Ondarroa, 24 em Legorreta, 45 em Berango, 80 em Tolosa e Azkoitia, 127 em Algorta, 30 em Zalla, 96 em Irun, 65 em Bergara, 30 em Munitibar, 50 em Andoain, 57 em Abadiño, 65 em Arbizu e Lizarra, 25 em Iruntzun e Agoitz, 37 em Lesaka, 20 em Elizondo, 50 em Busturia, 16 em Anoeta, 33 em Lezo e 30 em Urnieta.
Fonte: Gara

Ontem, em Aretxabaleta (Gipuzkoa) , houve o tradicional almoço a favor dos presos políticos bascos das festas de San Migel. A Ertzaintza apareceu por lá e, de acordo com o Movimento pró-Amnistia, empenhou-se em arrancar todas as faixas e todos os cartazes reivindicativos que havia nas redondezas. Nessa mesma acção, prenderam quatro jovens que traziam nas suas T-shirts autocolantes com imagens dos presos, levando-os para a esquadra de Bergara sob a acusação de [toca a adivinhar...] «enaltecimento do terrorismo». [Acertou.]
Isto foi antes do almoço, altura em que muita gente que gozava as festas participou numa concentração de protesto contra a actuação da Polícia. No almoço solidário – no qual se defendeu que a solidariedade «não é um crime» - participaram cerca de 500 pessoas e, à tarde, por volta das 18h, houve uma manifestação com cerca de 600 pessoas. Na faixa, podia-se ler «Atxilotuak askatu! Elkartasuna ez da delitua». [Liberdade para os detidos! A solidariedade não é crime]
Fonte: Gara

FRANQUISTAS, sim
O deputado do PNV em Madrid, Iñaki Anasagasti, criticou Ares por basear a sua argumentação sobre a retirada de fotos no facto de se tratarem de presos condenados, quando nos corredores do Congresso madrileno há um quadro de Esteban Bilbao, ministro da Justiça franquista.
ASKAPENA
A organização internacionalista manifestou a «revolta» que sente pelo facto de a Audiência Nacional espanhola ter emitido um auto contra a homenagem ao militante basco Pakito Arriaran no 25.º aniversário da sua morte, em El Salvador, considerando-o uma «vergonha».

«Pakito Arriaran é como um Che Guevara»


Há 25 anos que tiraram a vida a Pakito Arriaran. É por essa razão que um deputado salvadorenho por Chalatenango, terra na qual foi assassinado, veio até Euskal Herria, e participa em diversos debates, reuniões e cerimónias. Neste vídeo realizado para a ezkerabertzalea.info Gilberto Rivera saúda o povo basco, agradece a forma como foi recebido e fala sobre alguns dos desafios que a FMLN enfrenta nesta nova etapa. Fonte: ezkerabertzalea.info

A ETA manifesta «vontade e total disposição» para uma «saída democrática»


A ETA afirma, num comunicado enviado ao Gara por ocasião do Gudari Eguna, que o seu processo de reflexão terminou. Afirma que continuará «de armas na mão enquanto os inimigos de Euskal Herria apostarem na repressão e na negação», mas acrescenta também uma «proposta» para um processo democrático e salienta que o «defenderá e impulsionará».

O processo de reflexão interna que a ETA anunciou na última Primavera terminou. Esta é a primeira afirmação do comunicado enviado pela organização armada e datado no Gudari Eguna que hoje se celebra. No texto, destaca-se a epígrafe intitulada «O compromisso, a vontade e a proposta da ETA». Nela, a organização armada basca afirma: «reiteramos o compromisso de continuar de armas na mão enquanto os inimigos de Euskal Herria apostarem na repressão e na negação. Mas dizemos ao mesmo tempo que a vontade da ETA foi sempre a de procurar uma saída política para o conflito político». Em consequência, realça a sua «vontade e total disposição de empreender esse caminho».

«Em Euskal Herria deve desenvolver-se um processo democrático» que «conduza ao cenário da autodeterminação», especifica. Acrescenta que para tal é «imprescindível» que os abertzales se unam a nível nacional. «Essa é a proposta da ETA, e esse é o caminho que a ETA defenderá e impulsionará», diz.
Na sequência disso, a organização armada insiste numa constatação: «Os mandatários espanhóis repetem muitas vezes que não vão falar com a ETA enquanto não acabar a luta armada. Como se esse fosse o nó fulcral do conflito! - responde. Os mandatários espanhóis sabem que o problema não é a ETA. Sabem, e sabem-no muito bem, que o problema que têm é com este povo, com a sua vontade política». E conclui afirmando que a solução passa por «abrir as portas» a essa exigência.

Questões
A partir deste anúncio, a organização armada lança uma série de questões, dirigidas em primeiro lugar ao primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, e aos restantes governantes estatais. «Sem a actividade armada da ETA, estariam dispostos a respeitar um processo em que os territórios bascos decidissem sobre o seu futuro político? Se as armas da ETA se calassem, estariam dispostos a respeitar a decisão da maioria dos cidadãos bascos no caso de estes optarem pela independência, e a dar os passos necessários? Se a luta armada da ETA acabasse, estariam dispostos a abandonar a repressão e a respeitar um processo democrático que possibilitasse a resolução do conflito?»

Um segundo grupo de questões destina-se ao lehendakari, Patxi López, e ao presidente do Governo navarro, Miguel Sanz: «Estão dispostos a aceitar Euskal Herria e a reconhecer os seus direitos nacionais? Estão dispostos a perguntar aos habitantes dos territórios que se encontram sob o vosso domínio, sem limites e de forma aberta, sobre seu futuro político?»

A ETA considera estas questões como um «desafio», mas teme que «os silêncios e os nãos demonstrem, infelizmente, que o problema não é a ETA, mas a falta de vontade política e democrática». Ao invés, refere que «as respostas positivas» a estas questões «abririam o caminho à solução do conflito. Os sins, e o levantamento dessas «barreiras», «levariam ao fim da acção armada da ETA».

Entrando a fundo em tudo isto e respondendo aos acontecimentos dos últimos meses, a organização armada assegura que «se engana quem pensa que vai acabar com a ETA e com o conflito político prendendo os membros da ETA, roubando alguns esconderijos nas montanhas ou levando a Polícia autonómica de Espanha para Hendaia. Mesmo que os inimigos roubem todas as armas à ETA, não lhes será possível roubar a este povo o vigor e a vontade de luta».

O comunicado inclui uma última questão, dirigida neste caso ao PNV e que reproduz a que foi lançada por Xabier Arzalluz aos seus companheiros numa entrevista recente: «São independentistas?». A ETA pede ao PNV que explique o seu objectivo real, «se o Estado Basco ou aprofundar o regime de autogovernação vascongado».


50 anos
Esta reflexão liga-se à última constatação da análise com que se inicia o comunicado: «Felizmente para Euskal Herria, o povo abertzale não está disposto a aguentar outra etapa autonómica».
A ETA entende isso como um dos «êxitos políticos» destes 50 anos. Aborda a operação de há três décadas «para vender Euskal Herria e a dividir», e realça que hoje «esse cenário está esgotado». No que respeita ao momento actual, sublinha a «ofensiva do fascismo espanhol» para procurar retirar a esquerda abertzale das instituições e das ruas. E homenageia «os gudaris» falecidos nestes 50 anos ou que continuam presos.
Ontem, inúmeros políticos teceram considerações sobre um texto que surgiu no Berria como comunicado da ETA. O diário precisou mais tarde que se tratou de um erro; o texto não pertence à organização.
Fonte: Gara
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Na imagem de cima: «Nós com a ETA, a ETA connosco»
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Na imagem inferior: «Todos temos de dar alguma coisa para que alguns não tenham de dar tudo»

Eraso faxistarik ez! Manifestazioa / Não aos ataques fascistas! Manifestação

Urriak 10; Larunbata 18:30etan, Doneztebeko Merkatuko Plazan.
10 de Outubro, sábado, às 18h30, na Merkatuko Plaza, em Doneztebe.
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Urriaren 11 eta 12an denok Iruñera Nafarroa Faxismoaren Kontra!
Nos dias 11 e 12 de Outubro, todos a Iruñea, Nafarroa contra o fascismo!
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Antolatzaileak / Organizadores: Ezkualdeko Gazte Asanbladak Baztango, AEKko irakasleak, LAB, Baztan Bidasoako Amnistiaren Aldeko Mugimendua, Sare Antifaxista, Elizondoko Gaztetxea, Batan Bidasoako Ezker Abertzalea, Ekintza Antifaxista Iruñerria, Bidean, MOC, Ahaztuak, Arrosa Beltza...
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Faxismoaren Aurka Ekintza Zuzena!
Fonte: SareAntifaxista

sábado, 26 de setembro de 2009

Denúncia e homenagem a operários portugueses vítimas do terrorismo patronal

No dia 24 de Setembro, faleceu outro trabalhador no seu posto de trabalho, nesta ocasião um cidadão português de 44 anos, trabalhador da Ergolivre, empresa subcontratada pela empresa basca Olabarri. O português trabalhava na construção da Casa da Cultura de Derio. No mesmo acidente resultou gravemente ferido um outro operário também português, ao cair-lhes em cima uma viga de cimento de sete metros.

Resistimos a classificá-lo como acidente quando, com esta morte, são já 65 os trabalhadores que no País Basco, este ano, perderam a vida no seu posto de trabalho. A actual situação é de precariedade laboral, de infinitas subcontratações de subcontratos, de ritmos e de horários ilimitados.

Numa situação em que o aumento da pobreza, em que o medo de perder o trabalho, em que a falta de inspecção trazem como consequência mais e mais mortes, não se deve falar senão de terrorismo laboral, de terrorismo patronal e de permissividade (quando não colaboracionismo) institucional.

Hoje, dia 25, nós, delegados e delegadas sindicais do sindicato LAB, quisemos denunciar esta nova vítima mortal do terrorismo patronal, e concentrámo-nos ao meio-dia, durante uma hora, em frente à Câmara Municipal de Derio. Tendo em conta que as duas vítimas são cidadãos portugueses que trabalhavam no País Basco, levámos, junto à bandeira basca, uma bandeira de Portugal, numa homenagem internacionalista e operária a estes companheiros.

Comunicado em Kaosenlared.net
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Na faixa, lê-se: «Eles matam. Precisamos de mudar isto»

Ken Zazpi - «Malen»


amatxo negarrez segi eskero / malkoz bustiaz aitaren gutuna / hark ezingo du berriz irakurri / zenbat ta zenbat maite duguna
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larunbata ta berriro bidean / kamioiak pasa kotxeak pasa / infinitora jartzen naiz begira / oroitzapenak nahasten dira / iragana hain urrun ta hain hurbil / hitz egindakoak denak gogoan / itsas haizea usainduz urruti / lur arrotz honek inpernua dirudi
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heldu gara hesien atarira / amets gaiztoen kaiola hotzera / oihuka dabiltza gizon urdinak / sumindu nahian gure odola
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40 minutuz / milaka taupada / begietara begiratzean / hitz egin gabe ulertzen zaitut / kristal lodiak ezin du aita / gure irrifarra inoiz gelditu / negarrik gabe malkorik gabe
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Como la ama [mãe] siga llorando, / llenando de lagrimas la carta del aita [pai], / el no podra volver a leer cuanto / y cuanto le queremos.
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Sábado y otra vez de camino, / camiones que pasan, coches que pasan, / me pongo a mirar al infinito, se mezclan los / recuerdos, el pasado tan lejano y tan cerca. / Todo lo hablado en mente, / huelo a lo lejos el viento del mar, esta tierra / extranjera parece el infierno.
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Hemos llegado al portal de los muros, / a la fria jaula de los malos sueños, / gritan los hombres azules / queriendo hacer enfurecer nuestra sangre.
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40 minutos / miles de latidos / mirando a los ojos, sin hablar te entiendo. / El grueso cristal no podra, aita [pai], / detener nuestra sonrisa / sin llanto, sin lagrimas.


Letra (eus./cas.): eu.musikazblai.com

Zuen eredua eta babesa bihotzean ditugu ere bai. Segi horrela.

Julgamento em Baiona a um rebelde com causa


A questão da recolha quase sistemática de amostras de ADN por parte da Polícia francesa volta a estar na primeira linha da actualidade em virtude do julgamento a que se sujeitará Jean-Mixel Aizager na terça-feira, em Baiona. A conferência que o colectivo Oldartu organizou na tarde-noite de quarta-feira em Baiona atraiu muito público.

Depois de ter sido condenado pelos incidentes ocorridos em Janeiro de 2008 em Donapaleu, relacionados com a tentativa de expulsão de um outro agricultor da quinta Kako, o baserritarra-sindicalista que foi intimado a entregar amostras fisiológicas para, uma vez estabelecido o seu ADN, passar a engrossar o ficheiro de marcas genéticas que no Estado francês conta já com cerca de um milhão de pessoas registadas, reiterou a sua resposta negativa a aceder ao que ele define como «violação do seu património pessoal» ou «roubo da sua intimidade». Já durante a primeira detenção, Aizager, que confessou estar a par do assunto, recusou fornecer amostras por considerar que, se não se resiste a este tipo de actuações, mesmo estando sustentadas na lei, «estamos a deixar a nossa liberdade ao abandono e a diminuir a das gerações futuras».

A sua atitude de desobediência pode-lhe custar até um ano de prisão e 15 000 euros de multa. E ainda lhe podem voltar a pedir para entregar amostras, sendo que, no caso de persistir na sua recusa, será julgado novamente, tantas vezes quantas se recusar a aceitar a intimação.

A sua advogada, Anne-Marie Mendiboure, já o explicou claramente: qualquer pessoa que seja condenada por uma enorme lista de crimes, entre os quais, de acordo com o Código Penal, se incluem as «infracções» que possam ser cometidas durante a actividade sindical, vai ficar inscrita durante 40 anos nos ficheiros citados. Esse período pode ver-se reduzido a 25 anos no caso de «ser apenas suspeito» de estar implicado nos factos de que é acusado. Uma pessoa pode recusar-se a dar o seu consentimento à recolha de amostras, mas - cúmulo desta suposta liberdade - corre o risco de ser julgada por isso.

Aizager voltou a dizer «não» quando a Procuradoria lho requisitou e diz que o continuará a fazer por uma questão de princípio. «Trabalhei durante seis anos em estudos sobre o ADN com animais da minha quinta para determinar a sua marca genética, mas nós não somos animais. Uma 'democracia liberal avançada', como se pode chamar à francesa, precisa de que os cidadãos se mostrem conformes para legitimar os seus procedimentos. Por isso utiliza a pressão, o medo e a ignorância das pessoas. O estado das coisas que se está a instaurar pouco a pouco faz-me recordar a mesma história que há setenta anos fez estremecer o mundo. Eu não estou disposto a ceder perante isso. É nossa obrigação não perder a nossa liberdade para a podermos transmitir aos nossos filhos», afirma de forma enfática este baserritarra-sindicalista.

É um verdadeiro desafio ao poder instituído, que, como é costume, não hesitará em utilizar todos os seus recursos repressivos contra estas «atitudes insubmissas».

Arantxa MANTEROLA
Fonte: Gara

Análise da actualidade política basca na Info7 irratia

Iñaki Altuna (21/09/2009)

Iñaki Altuna na info7

Floren Aoiz (23/09/2009)

Floren Aoiz na info7

Iñaki Soto (24/09/2009)

Iñaki Soto na info7

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À parte, hoje, no Gara: «Ameaças à Etxerat e onda de proibições após o revés judicial de Ares»
"O conselheiro do Interior de Lakua, Rodolfo Ares, disse ontem que a Ertzaintza vai apresentar como prova contra a Etxerat o facto de a associação de familiares defender o estatuto político dos presos. Foi a sua resposta ao revés que o TSJPB lhe infligiu na quinta-feira."

Nem alguns actos organizados pela associação de vítimas do franquismo Ahaztuak 1936-1977, em memória de pessoas mortas entre 1936 e 1975, escaparam. Ahaztuak quer dizer "esquecidos", mas, tendo em conta que parecem tudo menos esquecidos - na verdade, são "atacados" -, talvez a associação que luta dignamente pela conquista de reconhecimento, justiça e reparação para as vítimas do genocídio franquista e outros perseguidos pela ditadura comece a ponderar uma mudança de nome...

Donostia: recordando Tomas Alba Irazusta, vereador do HB assassinado pela guerra suja


Tomas Alba Irazusta foi, como tantos outros, um homem que veio de fora até Astigarraga (Gipuzkoa). Aqui se estabeleceu e, graças a isso, a associação de moradores de Astigarraga escolheu-o como representante nas listas do Herri Batasuna para a Câmara Municipal de Donostia. Naquelas primeiras eleições, o Herri Batasuna obteve seis vereadores, e foi assim que Tomas se tornou um vereador do Herri Batasuna.
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Estávamos em 1979, e Euskal Herria vivia tempos de Mudança. Eram tempos de decisão sobre o rumo que Euskal Herria ia tomar, para um ou para o outro lado. Depois da morte do ditador Franco, as possibilidades de Euskal Herria alcançar a soberania pareciam próximas. Mas os estados francês e espanhol apostaram na continuidade e no aprofundamento da divisão e da negação da territorialidade deste país, utilizando para tal as forças e os poderes de estado (policial, militar, judicial, económico…) que continuavam vigentes, a que se acrescentava o apoio de alguns partidos até então na oposição, em troca da possibilidade de acederem ao poder.
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Naqueles tempos, a guerra suja dirigida pelos nacionalistas espanhóis e aceite pelo estado francês manifestava-se em toda a sua crueza: os atentados, ameaças e assassínios de pessoas ou militantes que trabalhavam a favor de Euskal Herria eram habituais. Assim sendo, temos de enquadrar o assassínio de Tomas neste contexto: isto é, no âmbito da actividade exercida por mercenários, polícias ou militares que recorriam a fundos públicos e eram orientados por alguns partidos nacionalistas espanhóis que actualmente têm assento neste Município. Ainda que os autores materiais do assassínio tenham sido dois mercenários, os GAE reivindicaram a sua autoria, os que depois seriam denominados BVE, AAA e GAL, mas sendo, no fim de contas, uma só coisa: o Estado espanhol.

Tomas é actualmente mais uma das vítimas que a Câmara Municipal de Donostia e o seu autarca põem de parte, mais uma das vítimas que, quando se vêem forçados a lidar com elas, são tratadas com desprezo e negligência. Essas vítimas que aparentemente não existem para alguns são na sua maioria causadas pela repressão, que há 30 anos era enorme, mas que hoje em dia consegue ser maior, e que, como tal, continua a causar mais vítimas.
No dia 28 de Setembro, data em que se cumprem 30 anos do assassinato e num contexto semelhante ao actual, vamos recordar Tomas. Na parte da manhã, nós, que fomos seus amigos e companheiros, levaremos a cabo uma pequena actividade e ao final da tarde, às 20h, no Alderdi eder, realizaremos uma cerimónia evocativa.

Dia Europeu das Línguas: Bai euskarari / Sim ao euskara


Iparralde: Sinal de grandes tempos para o bilinguismo no Município de Donibane Lohizune

O grupo municipal da oposição Herri Berri quis dar a conhecer o diferendo que mantém com o autarca de Donibane Lohizune (Lapurdi). Os vereadores querem ter a possibilidade de intervir em euskara durante as deliberações dos plenos municipais: «Queremos fazer um preâmbulo muito curto em euskara, e depois continuar em francês. Também solicitámos o parecer dos vereadores sobre a questão, em voto secreto. O autarca respondeu negativamente a estas duas propostas, argumentando que isso tornaria a sessão mais pesada. É verdade que há poucos plenos municipais em Donibane, visto que são organizados em função da agenda da Sra. Alliot-Marie», afirma Peio Etxeberri Aintxart.
«No entanto a comissão da língua basca do município não se opõe, e uma circular do Sub-Prefeito também subscrita por Max Brisson, refere que isso é possível. Uma moção subscrita pelo sindicato da cultura basca também vai no mesmo sentido. Para além disso, vivemos num cenário marcado pelo debate sobre a lei-quadro das línguas regionais e o lançamento da campanha Deiadar», acrescenta o vereador.
Contactado pelo telefone, o autarca Peyuco Duhart considera «que o Município dá grande atenção à questão do bilinguismo, nomeadamente através da formação de pessoal em euskara e de outras medidas com grande peso na matéria. Como tal, concordo com a ideia de que as questões da actualidade possam ser abordadas em euskara.» Os eleitos de Herri Berri querem chegar a um consenso. Hendaia, Sara, Senpere (Lapurdi) e outras localidades usam o euskara durante os plenos.

Béatrice MOLLE
Fonte: lejournalduPaysBasque - EHko Kazeta

Para se perceber o que é a «campanha Deiadar»: www.deiadar.org

Tasio (Gara)

Hegoalde: O Parlamento navarro, um muro de contenção para o desenvolvimento normalizado do euskara
O Parlamento navarro aprovou na quinta-feira uma proposta para modificar a «Ley del Vascuence» de forma a que várias localidades possam passar da zona «não bascófona» para a «mista». Esta primeira fase merece pelo menos duas considerações. Em primeiro lugar, deixa mais uma vez às claras a dimensão do controlo com que a UPN governa em Nafarroa, posto que conseguiu obrigar a CDN, através das «advertências» de Sanz, a fazer marcha atrás no seu apoio inicial à proposta (na votação de quinta-feira absteve-se).
Em segundo lugar, deixa claro que o actual Parlamento constitui um verdadeiro muro de contenção ao desenvolvimento do euskara, e que a «Ley del Vascuence» está ao serviço da limitação e não da normalização do idioma originário dos navarros. Na verdade, a proposta refere-se inicialmente a nove localidades, mas o PSN só apoiará os casos de quatro (Aranguren, Galar, Noain e Beriain), sempre que os seus municípios assim o solicitem por maioria absoluta. Noain não o fará, porque a UPN conta com essa maioria, e em Beriain isso dependerá do próprio PSN. Assim sendo, das nove localidades iniciais, só estaria garantida a mudança da zona «não bascófona» para a «mista» em duas: Aranguren e Galar. Esse é o verdadeiro alcance da «reforma».
Fonte: Gara
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Ver também: «A reforma da 'Ley del Vascuence' pode gerar uma crise no Governo navarro», em Gara
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Para se ficar informado, seguindo artigos de diversas proveniências, sobre este e muitos outros temas de interesse premente, ver a nabarralde.com, que, ainda por cima, apresenta novo visual. Ali, também se pode aceder à sua periódica Kazeta.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Julgamento contra o Movimento pró-Amnistia

Na quarta-feira passada, a Procuradoria pediu ao Supremo Tribunal espanhol que mantenha as penas atribuídas pela Audiência Nacional no julgamento contra o Movimento pró-Amnistia, numa audiência em que a defesa apresentou recursos precisamente contra essas sentenças.
O tribunal de excepção considerou em Setembro do ano passado que as Gestoras pró-Amnistia e a Askatasuna eram «organizações terroristas» e atribuiu penas entre os oito e os dez anos de prisão a 21 dos acusados. Seis dos inicialmente processados foram absolvidos, apesar de todos os imputados na causa terem renunciado à defesa jurídica prestada pelos seus advogados desde o início do julgamento, por entenderem que a sentença estava escrita de antemão.

Também nesta quarta-feira, em Donostia, pessoas condenadas nesse processo (33/01) e que ficaram inicialmente em liberdade, como no caso de Julen Larrinaga ou Aratz Estonba, deram uma conferência de imprensa em que afirmaram que o MPA é todo um povo a organizar-se contra a repressão e que vão continuar a dar a cara.
Ver: Gara
Vamos continuar a denunciar / Vamos continuar a ser solidários

TSJPB anula ordem do Departamento do Interior que proíbe fotos de presos bascos nos actos da Etxerat


O Tribunal Superior de Justiça do País Basco (TSJPB) revogou a ordem do Departamento do Interior de Lakua que proibia a Etxerat de exibir fotos de presos políticos bascos em três actos previstos para Arrasate, porque entende que Lakua não conseguiu fundamentar a suspeita de que vão ocorrer delitos.

Sentença / Reacções

A Ertzaintza elabora um relatório sobre fotos de presos políticos bascos em bares de Arrasate

Na resolução, a Secção do Contencioso Administrativo do TSJPB expôs que, se o Departamento do Interior de Lakua tem a suspeita de que nessas concentrações da Etxerat possa haver "enaltecimento do terrorismo" ou "possa haver alterações da ordem pública", deveria ter, pura e simplesmente, proibido a sua realização.

Para o Tribunal, se não se proibiram nem se questionaram as suas palavras de ordem e razões, então não existe uma razão constitucional que sustente a proibição da exibição de fotografias.

A resolução refere que o Departamento do Interior de Lakua conhecia o lema, "Etxean nahi ditugu" [Queremo-los em casa], "alusivo ao propósito reivindicativo das concentrações, que é exclusivamente o de denunciar a política penitenciária de dispersão que afecta tais presos, expressa no âmbito de uma associação legalizada - Etxerat -, formada por familiares e pessoas próximas daqueles, e circunscrita à situação dos presos da localidade de Arrasate, onde se realizam".

O TSJPB estabelece que, se o Governo de Lakua não proibiu tais actos, faltam elementos probatórios à Secção para actuar no sentido da limitação do direito de manifestação, já que o Departamento do Interior afirmou que noutras situações ocorreram concentrações semelhantes sem incidentes.

Assim, os magistrados expõem: "encontramo-nos perante manifestações que não foram proibidas" pela autoridade governativa, "nem por razões de ilicitude penal, nem por risco de alteração à ordem pública com prejuízo de bens e direitos, ou outras transgressões de direitos fundamentais".
Fonte: Gara

Tasio (Gara)

Na sequência: «Ares agita-se contra a autorização judicial que permite à Etxerat levar fotos de presos», de Iñaki IRIONDO, em Gara
"O conselheiro do Interior, Rodolfo Ares, tentou retirar importância à sentença do Tribunal Superior de Justiça do País Basco, não passível de recurso, que permite a exibição de fotos de presos políticos bascos em três concentrações de Arrasate. No entanto, a sentença acerta em cheio na estratégia de Lakua, pois assegura que a sua mera exibição não constitui um delito. Ares respondeu que, de agora em diante, enviará todos os casos para a Audiência Nacional."
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Adenda (25/09/2009, início da tarde): «A Audiência Nacional espanhola ordena à Ertzaintza que vigie os actos de Arrasate, mas não os proíbe», em Gara

O magistrado Eloy Velasco pediu à Ertzaintza que vigie os actos dos próximos dias em Arrasate (*) convocados pela Etxerat para evitar que se "enalteça o terrorismo", mas não os proibiu, ao contrário do que difundiram as agências espanholas. A Ertzaintza deverá impedir que os actos se realizem só no caso de haver "enaltecimento do terrorismo".
Aos actos presidirá o lema "Etxean nahi ditugu" [Queremo-los em casa]. O de hoje será às 19h30, o de amanhã às 18h30, o de segunda-feira às 19h e o de terça às 19h30.
Velasco pediu também à Ertzaintza que se vigie a homenagem que se prestará amanhã, também em Arrasate, a Pakito Arriaran.

Ares disse que estão a trabalhar para deixar a Etxerat fora da lei
[A Etxerat-mesmo-a-Etxerat? Associação de familiares e amigos de presos políticos bascos? A das pessoas que percorrem milhares de quilómetros para ver os seus numa visita de 40 minutos semana após semana? Arre!]
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(*) esta terra existe; já lá passámos; fica no Sudoeste de Gipuzkoa; não é no Minho, em Minas Gerais, no Kwanza-Sul, no Idaho, em Potosí, na Lua ou em Plutão; não, é em G-i-p-u-z-k-o-a, herrialde que muito estimamos.

No sábado, acto em memória de Pakito Arriaran em Arrasate

Pakito Arriaran: "Tenho dois povos para amar e um mundo pelo qual lutar"
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O militante basco Pakito Arriaran morreu há 25 anos em El Salvador, quando combatia nas fileiras da FMLN. Neste sábado, vai ser lembrado na sua terra natal, Arrasate (Gipuzkoa). Também não serão esquecidas outras duas bascas que ali faleceram: a médica Begoña García (executada) e Marta González, combatente da guerrilha.
Fontes: ezkerabertzalea.info e kaosenlared.net

«Juancito foi um grande militante que liderava com o exemplo», entrevista de Gari MUJIKA a Gilberto RIVERA, deputado da FMLN pelo Departamento de Chalatenango

"Gilberto Rivera vem de La Vuelta - onde Pakito Arriaran, Juancito, como o conheceram em El Salvador os guerrilheiros da FMLN, passou um longo período a combater -, e é agora deputado pelo departamento de Chalatenango, onde o militante arrasatearra morreu, a 30 de Setembro de 1984. Rivera conta agora com altas responsabilidades políticas na Comissão de Defesa e da Família. Está em Euskal Herria.

No dia 30 passam 25 anos sobre o falecimento do militante de Arrasate Pakito Arriaran, abatido a tiro pelo Exército de El Salvador quando combatia nas fileiras da FMLN-FPL. Gilberto Rivera, agora deputado da Frente Farabundo Martí para la Liberación Nacional, visita a Europa pela primeira vez. Desloca-se expressamente a Euskal Herria para participar no acto organizado pela Askapena e El Salvador Bihotzean este sábado em Arrasate, coincidindo com o aniversário da morte do que em tempos foi militante da ETA, refugiado político e guerrilheiro. Entrevistado pelo Gara na sua redacção de Donostia, além da figura de Arriaran, este deputado por Chalatenango aborda os principais desafios e as dificuldades com que depara o novo governo em El Salvador, pela primeira vez da FMLN."
Entrevista completa: Gara

Presos, solidariedade, repressão e resistência

Dois eleitos de Hendaia alertam para os riscos da expulsão de Aintzane Orkolaga para Espanha
Numa altura em que Aintzane Orkolaga, cidadã de Hendaia reclusa em Bapaume desde 12 de Dezembro de 2001, acaba de cumprir a pena a que foi condenada, ficamos a saber que lhe será aplicada este fim-de-semana uma medida de expulsão para Espanha, razão que a levou a iniciar uma greve de fome.
Perante isto, que consideramos uma dupla punição, alertamos a opinião pública para os riscos implicados na entrega de Aintzane à Polícia espanhola.
Exigimos à autoridades francesas que respondam pela aplicação dessa medida.

Kotte ECENARRO e Iker ELIZALDE, Hendaiako hautetsiak / eleitos de Hendaia
Fontes: askatu.org e kazeta.info
Julgamento de Aliande Hernáez
Aliande Hernáez foi detido a 5 de Agosto de 2008 pela Guarda Civil e afirmou ter sido torturado durante os dias em que esteve detido ao abrigo do regime de incomunicação. Agora que está a ser julgado, a acusação pede cinco anos de prisão. Até ao momento, não foram decretadas medidas restritivas e ontem mesmo pôde regressar a casa, dia em que 200 pessoas participaram numa concentração solidária e de denúncia em Gasteiz.
Fonte: askatu.org

Hodei Galarraga e Egoitz Gurrutxaga foram homenageados em Orereta nas vésperas do Gudari Eguna
Quarenta pessoas juntaram-se no bairro Lezeaga, de Orereta (Gipuzkoa), para prestar uma homenagem simples aos dois combatentes. Ali houve bertsos, danças e flores.
Fonte: askatu.org

Koldo Alaña recupera a liberdade depois de 12 anos na prisão
No domingo passado, saiu em liberdade juntamente com Xabier Aretxaga e nesse mesmo dia recebeu a calorosa recepção de 200 moradores de Deustu (Bilbau).
Alaña foi detido pela Guarda Civil em 1997, mesmo depois de a Instituição Armada ter morto dois cidadãos bascos na Rua Amistad, em Bilbau, no dia 24 de Setembro. Nessa mesma operação também foi detido Xabier Aretxaga.
Alaña cumpriu a sua pena na totalidade, passando pelas prisões de Carabanchel, Valhadolide e Alicante.
Fonte: askatu.org

Mais um ataque fascista e alguns pedidos de esclarecimento


Foram feitas várias inscrições ameaçadoras num retransmissor da ETB em Ioar (Nafarroa). Vários montanhistas viram um grupo de dez fascistas com "indumentária falangista" a fazer essas inscrições, nas quais se anunciava a "destruição próxima" das instalações da EITB.
Ioar * E.H.
Os ataques da Falange y Tradición sucederam-se nos últimos meses em Nafarroa, e no retransmissor de Ioar surgiram inscrições de carácter ameaçador contra a ETB que apontam novamente para a organização fascista: "ETB contamina a Navarra, se anuncia próxima voladura".
De acordo com testemunhas presenciais, que os viram subir até ao retransmissor, isto ocorreu no dia 13 de Setembro.
Além das mensagens em que faziam referência à ETB, deixaram ainda outras duas inscrições - "España" e "Viva Cristo Rey" - que são habitualmente usadas pela Falange y Tradición.
Fonte: SareAntifaxista

NaBai exige que Sanz actue contra a Falange y Tradición
A reivindicação de 25 ataques fascistas pela Falange y Tradición e o silêncio institucional perante o facto foi criticado por diversos agentes, como o Movimento pró-Amnistia ou a plataforma Lau Haizetara Gogoan. No espectro das formações partidárias foi a deputada do Nafarroa Bai Maria Luisa Mangado quem se referiu a estes ataques, qualificando-os como «apologia da violência». Assim, exigiu ao Governo navarro e à Delegação do Governo espanhol no herrialde que «tome medidas no sentido de deter os autores» destas acções fascistas.
Fonte: Gara
Entretanto, e de acordo com o diário Gara, também a IUN, em Nafarroa, e o Eusko Alkartasuna, na CAB, pediram esclarecimentos e exigiram a adopção de medidas.