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Apesar das ameaças de ilegalização da Etxerat, da proibição, por parte do juiz da Audiência Nacional espanhola Eloy Velasco, de duas dezenas de actos relacionados com o Gudari Eguna [Dia do Combatente], e até de eventos programados pela associação de vítimas do franquismo Ahaztuak 1936-1977 em memória e homenagem aos mortos pela ditadura franquista, apesar de tudo isto, ou talvez por isto, houve dezenas e dezenas de concentrações espalhadas um pouco por toda a geografia basca, com destaque para Arrasate, onde centenas de pessoas se juntaram na Herriko Plaza, tendo de suportar a presença e a actuação da Ertzaintza, geradora de grande tensão, na medida em que tentou impedir a realização dos actos previstos, arrancou faixas e levou fotografias de PRESOS POLÍTICOS BASCOS. Consta que os autocolantes com as imagens dos ditos não faltaram. Houve ameaças e duas pessoas foram identificadas. Como resposta à intromissão de quem não era bem-vindo, cantaram-se temas como «Hator, hator» ou «Lepoan hartu ta segi aurrera».
A Etxerat, associação de familiares de presos políticos bascos especialmente visada nestes dias, afirmou que as «ameaças» proferidas por Ares, conselheiro do Interior de Lakua, são uma manifestação de «frustração, raiva e ódio» e que visam «apagar das ruas a denúncia da criminosa política penitenciária vigente e fazer alastrar a impunidade dentro e fora das prisões». «Inventaram uma lei inexistente para saciar a sua sede de vingança e vender uma suposta mudança em jeito de propaganda», criticaram.
Para além da de Arrasate e como acontece na última sexta-feira de cada mês, foram muitas as concentrações, entre as quais se destacam as de Gasteiz (440 pessoas) e a de Iruñea, também com 440 participantes e na qual houve um brinde aos presos, no âmbito das festas de San Fermin Txikito (herrikoak/populares, apesar de todos os entraves colocados por Borcina). Em Uharte juntaram-se 17 pessoas, 25 em Antzuola e Berriz, 28 em Uztaritze, 87 em Azpeitia, 20 em Aramaio e Usansolo, 32 em Getaria, 20 em Irurtzun, 120 em Lekeitio, 47 em Arrigorriaga, 76 em Lazkao, 220 em Orereta, 11 em Muskiz, 25 em Iurreta, 9 em Lemoiz, 23 em Trapagaran, 12 em Gatika, 110 em Algorta, 56 em Portugalete, 90 em Zornotza, 24 em Zaldibar, 70 em Barakaldo, 60 em Amurrio, 40 em Erromo, 70 em Usurbil e 80 em Zumarraga-Urretxu, onde também homenagearam Jose Mari Etxaniz «Potros», 24 anos depois da sua morte.
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Fonte: Gara
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Isto foi antes do almoço, altura em que muita gente que gozava as festas participou numa concentração de protesto contra a actuação da Polícia. No almoço solidário – no qual se defendeu que a solidariedade «não é um crime» - participaram cerca de 500 pessoas e, à tarde, por volta das 18h, houve uma manifestação com cerca de 600 pessoas. Na faixa, podia-se ler «Atxilotuak askatu! Elkartasuna ez da delitua». [Liberdade para os detidos! A solidariedade não é crime]
Fonte: Gara
FRANQUISTAS, sim
O deputado do PNV em Madrid, Iñaki Anasagasti, criticou Ares por basear a sua argumentação sobre a retirada de fotos no facto de se tratarem de presos condenados, quando nos corredores do Congresso madrileno há um quadro de Esteban Bilbao, ministro da Justiça franquista.
ASKAPENA
A organização internacionalista manifestou a «revolta» que sente pelo facto de a Audiência Nacional espanhola ter emitido um auto contra a homenagem ao militante basco Pakito Arriaran no 25.º aniversário da sua morte, em El Salvador, considerando-o uma «vergonha».
«Pakito Arriaran é como um Che Guevara»
Há 25 anos que tiraram a vida a Pakito Arriaran. É por essa razão que um deputado salvadorenho por Chalatenango, terra na qual foi assassinado, veio até Euskal Herria, e participa em diversos debates, reuniões e cerimónias. Neste vídeo realizado para a ezkerabertzalea.info Gilberto Rivera saúda o povo basco, agradece a forma como foi recebido e fala sobre alguns dos desafios que a FMLN enfrenta nesta nova etapa. Fonte: ezkerabertzalea.info