Duas mil pessoas exigiram em Donibane-Lohizune que se diga a verdade sobre o que se passou com o militante desaparecido Jon Anza, porque "não acreditamos que o Ministério do Interior, com todos os instrumentos que possui, não saiba nada", e pediram aos eleitos que "acabem com o manto de silêncio".
A caminho de Lapurdi, centenas e centenas de pessoas que se queriam juntar a essa exigência foram retidas nas barreiras instaladas pela Polícia espanhola, pela Guarda Civil e pela Gendarmerie, e obrigadas, depois, a regressar às suas localidades de origem.
A mensagem dirigida a Paris e aos eleitos, em Donibane-Lohizune, para que dêem a conhecer a verdade sobre o que se passou com o militante desaparecido Jon Anza, esteve no centro do discurso do acto que pôs fim a uma manifestação em que se juntaram duas mil pessoas, numa altura em que passaram cinco meses desde o seu desaparecimento, no dia 18 de Abril.
A mensagem dirigida a Paris e aos eleitos, em Donibane-Lohizune, para que dêem a conhecer a verdade sobre o que se passou com o militante desaparecido Jon Anza, esteve no centro do discurso do acto que pôs fim a uma manifestação em que se juntaram duas mil pessoas, numa altura em que passaram cinco meses desde o seu desaparecimento, no dia 18 de Abril.
Dirigiram-se a Alliot-Marie, actual ministra da Justiça mas responsável pelo Ministério do Interior quando Anza desapareceu, para exigir a verdade, porque "não acreditamos que o Ministério do Interior, com todos os instrumentos que possui, não saiba nada".
Aos eleitos, comunicaram-lhes que "é tempo de acabar com o manto de silêncio", que "dá credibilidade à hipótese de sequestro político", e desafiaram-nos a "fazer tudo o que estiver ao seu alcance" para esclarecer o sucedido.
Recordaram que os abertzales "são portadores individuais e colectivos da memória" e sublinharam que não admitirão o regresso aos tempos dos GAL e do BVE.
A manifestação partiu às 17h40 da Praça Luis XIV presidida por uma faixa, levada por agentes políticos, sindicais e sociais, com o lema «"Non da Jon" Nous voulons la verité (Egia nahi dugu)» .
Eleitos, representantes do AB, Batasuna, LCR, LAB, Segi e de diversos colectivos sociais participam nesta marcha que recebeu imensos apoios.
Sete quilómetros de caravana
Controlos efectuados pela Polícia espanhola, Guarda Civil e Gendarmerie criaram entraves, primeiro, e impediram, depois, a entrada em Lapurdi a partir de Gipuzkoa. As filas atingiram vários quilómetros e os veículos retidos ocuparam todas as faixas. "Obrigaram-nos a voltar para trás e já andámos uns sete quilómetros em caravana", referiu uma das pessoas às quais foi barrado o caminho.
As agências fizeram eco desta "retenção" quilométrica, embora não tenham referido as causas. Assim, a Efe limitou-se a dizer que às 18h30 havia filas "importantes que, no sentido de França, atingem os sete quilómetros em território guipuscoano".
Acrescentava, ainda, que a previsão do Ministério do Interior era a de que "se prolongassem durante várias horas".
De acordo com o relato de testemunhas, às 13h já se notavam as filas provocadas pela ocupação policial das vias. Os agentes tinham estado a colocar entraves à passagem de pessoas que queriam participar na manifestação para exigir respostas sobre o paradeiro de Anza.
Barreira atrás de barreiraEleitos, representantes do AB, Batasuna, LCR, LAB, Segi e de diversos colectivos sociais participam nesta marcha que recebeu imensos apoios.
Sete quilómetros de caravana
Controlos efectuados pela Polícia espanhola, Guarda Civil e Gendarmerie criaram entraves, primeiro, e impediram, depois, a entrada em Lapurdi a partir de Gipuzkoa. As filas atingiram vários quilómetros e os veículos retidos ocuparam todas as faixas. "Obrigaram-nos a voltar para trás e já andámos uns sete quilómetros em caravana", referiu uma das pessoas às quais foi barrado o caminho.
As agências fizeram eco desta "retenção" quilométrica, embora não tenham referido as causas. Assim, a Efe limitou-se a dizer que às 18h30 havia filas "importantes que, no sentido de França, atingem os sete quilómetros em território guipuscoano".
Acrescentava, ainda, que a previsão do Ministério do Interior era a de que "se prolongassem durante várias horas".
De acordo com o relato de testemunhas, às 13h já se notavam as filas provocadas pela ocupação policial das vias. Os agentes tinham estado a colocar entraves à passagem de pessoas que queriam participar na manifestação para exigir respostas sobre o paradeiro de Anza.
Pessoas que viajavam num dos autocarros retidos contaram que a Polícia espanhola lhes pediu os documentos e que obrigou os jovens a sair da viatura.
Uma vez superado esse controlo, depararam com um outro vinte metros mais adiante. Desta vez eram gendarmes, que os voltaram a identificar e, depois de os reter durante algum tempo, obrigaram-nos a virar para trás. "Fizeram isso ao nosso autocarro e a outros três".
Outras testemunhas afirmaram que estavam impedidas de passar durante "24 horas por se tratarem de pessoas perigosas".
Também muitos dos que chegaram a pé ou de comboio foram identificados e, nalguns casos, obrigados a voltar para trás.
Fonte: Gara
Ver também: «A marcha de Donibane denuncia o silêncio sobre Jon Anza», de A. MANTEROLA, em Gara