A ETA afirma, num comunicado enviado ao Gara por ocasião do Gudari Eguna, que o seu processo de reflexão terminou. Afirma que continuará «de armas na mão enquanto os inimigos de Euskal Herria apostarem na repressão e na negação», mas acrescenta também uma «proposta» para um processo democrático e salienta que o «defenderá e impulsionará».
O processo de reflexão interna que a ETA anunciou na última Primavera terminou. Esta é a primeira afirmação do comunicado enviado pela organização armada e datado no Gudari Eguna que hoje se celebra. No texto, destaca-se a epígrafe intitulada «O compromisso, a vontade e a proposta da ETA». Nela, a organização armada basca afirma: «reiteramos o compromisso de continuar de armas na mão enquanto os inimigos de Euskal Herria apostarem na repressão e na negação. Mas dizemos ao mesmo tempo que a vontade da ETA foi sempre a de procurar uma saída política para o conflito político». Em consequência, realça a sua «vontade e total disposição de empreender esse caminho».
«Em Euskal Herria deve desenvolver-se um processo democrático» que «conduza ao cenário da autodeterminação», especifica. Acrescenta que para tal é «imprescindível» que os abertzales se unam a nível nacional. «Essa é a proposta da ETA, e esse é o caminho que a ETA defenderá e impulsionará», diz.
Na sequência disso, a organização armada insiste numa constatação: «Os mandatários espanhóis repetem muitas vezes que não vão falar com a ETA enquanto não acabar a luta armada. Como se esse fosse o nó fulcral do conflito! - responde. Os mandatários espanhóis sabem que o problema não é a ETA. Sabem, e sabem-no muito bem, que o problema que têm é com este povo, com a sua vontade política». E conclui afirmando que a solução passa por «abrir as portas» a essa exigência.
Questões
A partir deste anúncio, a organização armada lança uma série de questões, dirigidas em primeiro lugar ao primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, e aos restantes governantes estatais. «Sem a actividade armada da ETA, estariam dispostos a respeitar um processo em que os territórios bascos decidissem sobre o seu futuro político? Se as armas da ETA se calassem, estariam dispostos a respeitar a decisão da maioria dos cidadãos bascos no caso de estes optarem pela independência, e a dar os passos necessários? Se a luta armada da ETA acabasse, estariam dispostos a abandonar a repressão e a respeitar um processo democrático que possibilitasse a resolução do conflito?»
Um segundo grupo de questões destina-se ao lehendakari, Patxi López, e ao presidente do Governo navarro, Miguel Sanz: «Estão dispostos a aceitar Euskal Herria e a reconhecer os seus direitos nacionais? Estão dispostos a perguntar aos habitantes dos territórios que se encontram sob o vosso domínio, sem limites e de forma aberta, sobre seu futuro político?»
A ETA considera estas questões como um «desafio», mas teme que «os silêncios e os nãos demonstrem, infelizmente, que o problema não é a ETA, mas a falta de vontade política e democrática». Ao invés, refere que «as respostas positivas» a estas questões «abririam o caminho à solução do conflito. Os sins, e o levantamento dessas «barreiras», «levariam ao fim da acção armada da ETA».
Entrando a fundo em tudo isto e respondendo aos acontecimentos dos últimos meses, a organização armada assegura que «se engana quem pensa que vai acabar com a ETA e com o conflito político prendendo os membros da ETA, roubando alguns esconderijos nas montanhas ou levando a Polícia autonómica de Espanha para Hendaia. Mesmo que os inimigos roubem todas as armas à ETA, não lhes será possível roubar a este povo o vigor e a vontade de luta».
O comunicado inclui uma última questão, dirigida neste caso ao PNV e que reproduz a que foi lançada por Xabier Arzalluz aos seus companheiros numa entrevista recente: «São independentistas?». A ETA pede ao PNV que explique o seu objectivo real, «se o Estado Basco ou aprofundar o regime de autogovernação vascongado».
O processo de reflexão interna que a ETA anunciou na última Primavera terminou. Esta é a primeira afirmação do comunicado enviado pela organização armada e datado no Gudari Eguna que hoje se celebra. No texto, destaca-se a epígrafe intitulada «O compromisso, a vontade e a proposta da ETA». Nela, a organização armada basca afirma: «reiteramos o compromisso de continuar de armas na mão enquanto os inimigos de Euskal Herria apostarem na repressão e na negação. Mas dizemos ao mesmo tempo que a vontade da ETA foi sempre a de procurar uma saída política para o conflito político». Em consequência, realça a sua «vontade e total disposição de empreender esse caminho».
«Em Euskal Herria deve desenvolver-se um processo democrático» que «conduza ao cenário da autodeterminação», especifica. Acrescenta que para tal é «imprescindível» que os abertzales se unam a nível nacional. «Essa é a proposta da ETA, e esse é o caminho que a ETA defenderá e impulsionará», diz.
Na sequência disso, a organização armada insiste numa constatação: «Os mandatários espanhóis repetem muitas vezes que não vão falar com a ETA enquanto não acabar a luta armada. Como se esse fosse o nó fulcral do conflito! - responde. Os mandatários espanhóis sabem que o problema não é a ETA. Sabem, e sabem-no muito bem, que o problema que têm é com este povo, com a sua vontade política». E conclui afirmando que a solução passa por «abrir as portas» a essa exigência.
Questões
A partir deste anúncio, a organização armada lança uma série de questões, dirigidas em primeiro lugar ao primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, e aos restantes governantes estatais. «Sem a actividade armada da ETA, estariam dispostos a respeitar um processo em que os territórios bascos decidissem sobre o seu futuro político? Se as armas da ETA se calassem, estariam dispostos a respeitar a decisão da maioria dos cidadãos bascos no caso de estes optarem pela independência, e a dar os passos necessários? Se a luta armada da ETA acabasse, estariam dispostos a abandonar a repressão e a respeitar um processo democrático que possibilitasse a resolução do conflito?»
Um segundo grupo de questões destina-se ao lehendakari, Patxi López, e ao presidente do Governo navarro, Miguel Sanz: «Estão dispostos a aceitar Euskal Herria e a reconhecer os seus direitos nacionais? Estão dispostos a perguntar aos habitantes dos territórios que se encontram sob o vosso domínio, sem limites e de forma aberta, sobre seu futuro político?»
A ETA considera estas questões como um «desafio», mas teme que «os silêncios e os nãos demonstrem, infelizmente, que o problema não é a ETA, mas a falta de vontade política e democrática». Ao invés, refere que «as respostas positivas» a estas questões «abririam o caminho à solução do conflito. Os sins, e o levantamento dessas «barreiras», «levariam ao fim da acção armada da ETA».
Entrando a fundo em tudo isto e respondendo aos acontecimentos dos últimos meses, a organização armada assegura que «se engana quem pensa que vai acabar com a ETA e com o conflito político prendendo os membros da ETA, roubando alguns esconderijos nas montanhas ou levando a Polícia autonómica de Espanha para Hendaia. Mesmo que os inimigos roubem todas as armas à ETA, não lhes será possível roubar a este povo o vigor e a vontade de luta».
O comunicado inclui uma última questão, dirigida neste caso ao PNV e que reproduz a que foi lançada por Xabier Arzalluz aos seus companheiros numa entrevista recente: «São independentistas?». A ETA pede ao PNV que explique o seu objectivo real, «se o Estado Basco ou aprofundar o regime de autogovernação vascongado».
50 anos
Esta reflexão liga-se à última constatação da análise com que se inicia o comunicado: «Felizmente para Euskal Herria, o povo abertzale não está disposto a aguentar outra etapa autonómica».
A ETA entende isso como um dos «êxitos políticos» destes 50 anos. Aborda a operação de há três décadas «para vender Euskal Herria e a dividir», e realça que hoje «esse cenário está esgotado». No que respeita ao momento actual, sublinha a «ofensiva do fascismo espanhol» para procurar retirar a esquerda abertzale das instituições e das ruas. E homenageia «os gudaris» falecidos nestes 50 anos ou que continuam presos.
Ontem, inúmeros políticos teceram considerações sobre um texto que surgiu no Berria como comunicado da ETA. O diário precisou mais tarde que se tratou de um erro; o texto não pertence à organização.
Fonte: Gara
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Na imagem de cima: «Nós com a ETA, a ETA connosco»
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Na imagem inferior: «Todos temos de dar alguma coisa para que alguns não tenham de dar tudo»