Tomas Alba Irazusta foi, como tantos outros, um homem que veio de fora até Astigarraga (Gipuzkoa). Aqui se estabeleceu e, graças a isso, a associação de moradores de Astigarraga escolheu-o como representante nas listas do Herri Batasuna para a Câmara Municipal de Donostia. Naquelas primeiras eleições, o Herri Batasuna obteve seis vereadores, e foi assim que Tomas se tornou um vereador do Herri Batasuna.
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Estávamos em 1979, e Euskal Herria vivia tempos de Mudança. Eram tempos de decisão sobre o rumo que Euskal Herria ia tomar, para um ou para o outro lado. Depois da morte do ditador Franco, as possibilidades de Euskal Herria alcançar a soberania pareciam próximas. Mas os estados francês e espanhol apostaram na continuidade e no aprofundamento da divisão e da negação da territorialidade deste país, utilizando para tal as forças e os poderes de estado (policial, militar, judicial, económico…) que continuavam vigentes, a que se acrescentava o apoio de alguns partidos até então na oposição, em troca da possibilidade de acederem ao poder.
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Naqueles tempos, a guerra suja dirigida pelos nacionalistas espanhóis e aceite pelo estado francês manifestava-se em toda a sua crueza: os atentados, ameaças e assassínios de pessoas ou militantes que trabalhavam a favor de Euskal Herria eram habituais. Assim sendo, temos de enquadrar o assassínio de Tomas neste contexto: isto é, no âmbito da actividade exercida por mercenários, polícias ou militares que recorriam a fundos públicos e eram orientados por alguns partidos nacionalistas espanhóis que actualmente têm assento neste Município. Ainda que os autores materiais do assassínio tenham sido dois mercenários, os GAE reivindicaram a sua autoria, os que depois seriam denominados BVE, AAA e GAL, mas sendo, no fim de contas, uma só coisa: o Estado espanhol.
Tomas é actualmente mais uma das vítimas que a Câmara Municipal de Donostia e o seu autarca põem de parte, mais uma das vítimas que, quando se vêem forçados a lidar com elas, são tratadas com desprezo e negligência. Essas vítimas que aparentemente não existem para alguns são na sua maioria causadas pela repressão, que há 30 anos era enorme, mas que hoje em dia consegue ser maior, e que, como tal, continua a causar mais vítimas.
Tomas é actualmente mais uma das vítimas que a Câmara Municipal de Donostia e o seu autarca põem de parte, mais uma das vítimas que, quando se vêem forçados a lidar com elas, são tratadas com desprezo e negligência. Essas vítimas que aparentemente não existem para alguns são na sua maioria causadas pela repressão, que há 30 anos era enorme, mas que hoje em dia consegue ser maior, e que, como tal, continua a causar mais vítimas.
No dia 28 de Setembro, data em que se cumprem 30 anos do assassinato e num contexto semelhante ao actual, vamos recordar Tomas. Na parte da manhã, nós, que fomos seus amigos e companheiros, levaremos a cabo uma pequena actividade e ao final da tarde, às 20h, no Alderdi eder, realizaremos uma cerimónia evocativa.
Fonte: ezkerabertzalea.info