terça-feira, 29 de setembro de 2009

«El Salvador-Euskal Herria 25 urte!»


No sábado, o acto de homenagem, simples e emotivo, "Euskal Herria-El Salvador 25 urte" realizou-se num ambiente familiar - estiveram presentes familiares e amigos de Pakito, Begoña e Marta, acompanhados por mais 300 pessoas.

Depois da actuação dos txalapartaris e bertsolaris, os familiares de Pakito Arriaran leram uma carta enviada pelo pai de Begoña García Arandigoien e posteriormente um membro da Askapena dirigiu-se aos ali presentes. No final, cantaram-se «A Internacional» e o «Eusko Gudariak». Aqui ficam as palavras de Guillermo García e as da Askapena.

"Indignado, mais que surpreendido; já que neste momento é difícil ser surpreendido por alguma coisa; dirijo-me 'a quem de direito' como pai da Doutora Begoña GARCIA ARANDIGOYEN, para quem, segundo me comunicou a ASKAPENA, estava prevista uma homenagem em Arrasate-Mondragón, no dia 27-9-2009, e que de acordo com todos os órgãos de informação foi suspensa por 'Ordem Judicial' à última hora.

É-me difícil não ver um 'estranho paralelismo' entre quem a assassinou (termo utilizado oficialmente pela COMISSÃO DE VERDADE da ONU) e quem se opõe ou proíbe a sua evocação na actualidade.

Infelizmente, não pensava assistir à cerimónia por razões de saúde, por causa da distância e da idade, mas sinto tanta vergonha por aqueles que então a assassinaram como pelos que hoje a pretendem enterrar no esquecimento.

E que conste que me sinto tão 'vítima do terrorismo' como o possam ser aqueles a quem as Autoridades dizem respeitar.
Recuso como juiz quem tenha tomado tão desacertada e vingativa decisão ao mesmo tempo que lhe manifesto como pai todo o meu desprezo. Não sei se as minhas palavras, 'de acordo com a Legislação Vigente...', merecem ser consideradas como desacato e, portanto, puníveis, sendo que, nesse caso, aconselho a agir com prontidão, já que na minha idade o tempo urge.

E aproveito a ocasião para comunicar... também 'a quem de direito...' que pode acrescentar ao seu 'palmarés' o facto de ter concluído o trabalho que iniciaram no seu tempo um par de personagens de infausta memória: HITLER, que teve o meu pai preso num dos seus 'campos de concentração', e FRANCO, que prendeu primeiro a minha mãe e posteriormente o meu irmão. Só eu, embora também condenado por prófugo, consegui escapar à condenação. Se 'alguém' desejar conseguir tão triste galardão, a tempo está."

[Na sequência, ver as palavras da ASKAPENA, em euskara e castelhano.]
Fonte: askapena.org