A gestão da «violência legal» é um dos indicadores - porventura o mais importante - que quantificam e qualificam a qualidade democrática de um sistema político. Em democracia, a actuação das denominadas «Forças de Segurança» há-de ser definida, talvez mais que a de nenhum outro mecanismo do Estado, pelo escrupuloso respeito da legalidade, porque é esta, enquanto teórico reflexo da vontade do povo, a única que pode dotar de sentido o uso dessa «violência» por parte dos diferentes corpos policiais. Claro que este princípio, como qualquer enunciado político e por muito básico que pareça, está sempre sujeito a interpretações, e a de Rodolfo Ares passará aos anais do disparate: «Não nos enredemos em questões legais». O conselheiro do Interior de Patxi López refere-se, neste caso, à actuação da Ertzaintza no momento de retirar fotografias dos presos políticos bascos das ruas e de estabelecimentos em Araba, Bizkaia e Gipuzkoa.
Ares deixa as coisas bem claras. As questões legais não irão constituir qualquer obstáculo nem vão estabelecer limite algum no momento de levar a cabo a sua estratégia de repressão, a da «redução de espaços de impunidade», a estrela solitária da gestão do novo lehendakari, o eixo sobre o qual López se apoia para marcar a diferença com o Executivo anterior. «Não nos enredemos em questões legais». Depois de pronunciar esta frase, qualquer argumentação posterior está a mais. Está a mais esconder-se atrás do Código Penal para entrar pela força em txosnas e bares, retirar as fotos dos perseguidos políticos e, de passagem, identificar e ameaçar a torto e a direito. Está a mais andar a divulgar a «Lei de Reconhecimento e Reparação às Vítimas do Terrorismo» para estragar festas e espancar dezenas de habitantes, como aconteceu em Gernika. Está a mais, inclusive, a presença de Ares ontem no Parlamento de Gasteiz.
Pela boca de Ares, fala a prepotência de quem persegue o pensamento único. A resposta, uma delas, será a de hoje [ontem] na manifestação silenciosa convocada pela Etxerat em Donostia para exigir que se respeitem os direitos de todos os presos bascos.
Fonte: Gara
Ares deixa as coisas bem claras. As questões legais não irão constituir qualquer obstáculo nem vão estabelecer limite algum no momento de levar a cabo a sua estratégia de repressão, a da «redução de espaços de impunidade», a estrela solitária da gestão do novo lehendakari, o eixo sobre o qual López se apoia para marcar a diferença com o Executivo anterior. «Não nos enredemos em questões legais». Depois de pronunciar esta frase, qualquer argumentação posterior está a mais. Está a mais esconder-se atrás do Código Penal para entrar pela força em txosnas e bares, retirar as fotos dos perseguidos políticos e, de passagem, identificar e ameaçar a torto e a direito. Está a mais andar a divulgar a «Lei de Reconhecimento e Reparação às Vítimas do Terrorismo» para estragar festas e espancar dezenas de habitantes, como aconteceu em Gernika. Está a mais, inclusive, a presença de Ares ontem no Parlamento de Gasteiz.
Pela boca de Ares, fala a prepotência de quem persegue o pensamento único. A resposta, uma delas, será a de hoje [ontem] na manifestação silenciosa convocada pela Etxerat em Donostia para exigir que se respeitem os direitos de todos os presos bascos.
Fonte: Gara