Representantes das associações que integram a plataforma Lau Haizetara Gogoan advertiram que "podemos estar às portas de um período" em que os ataques fascistas verificados contra monumentos em lembrança das vítimas do genocídio franquista "podem assumir um carácter muito mais grave". Também fizeram um apelo à participação no acto que se realizará no sábado, véspera da entrada das tropas franquistas em Donostia, às 12h.
A plataforma Lau Haizetara Gogoan afirmou ontem em Donostia que ao longo deste ano se verificaram 32 ataques fascistas, realizados com "impunidade", contra monumentos que evocam as vítimas do genocídio franquista. Advertiu ainda que, face ao "salto quantitativo e qualitativo" ocorrido, "podemos estar às portas de um período em que estes ataques podem assumir um carácter muito mais grave".
A plataforma sublinhou que os ataques verificados "ultrapassam as habituais inscrições pintadas" e deu como exemplos o metralhamento do monumento de Aritxulegi, em Oiartzun, a destruição de numerosos monumentos em Nafarroa e as "ameaças pessoais contra membros de associações memorialistas". Rejeitou que se trate de actos isolados e sublinhou que "são acções cometidas com o apoio de uma organização" e, além do mais, com "impunidade", que "se agrava e fortalece" com "o silêncio de certos partidos e sindicatos, sem esquecer a atitude de certo sector da imprensa, que mostrou uma tendência para minimizar e inclusive ocultar a gravidade destes factos".
"Vítimas de segunda"
Não tem dúvida em afirmar que para PSOE, UPN e PP, "as vítimas do franquismo e do terrorismo de Estado são vítimas de segunda ou, sem mais considerações, culpados da sua própria condição".
Explica, deste modo, que os ataques fascistas e a presença da simbologia e de mensagens falangistas tenham aumentado quando em Euskal Herria "se radicalizou, em jeito de caça às bruxas, a perseguição aos símbolos e à exposição de fotografias de certos cidadãos bascos".
Consideram que esta realidade é uma consequência directa de "não se terem adoptado, após a morte do ditador e genocida Francisco Franco, os mecanismos que garantissem a não repetição do regime que se queria superar", da "sobrevivência da força e influência dos herdeiros do franquismo no seio das instituições do Estado".
Pese a reconhecer que "as forças neofranquistas e os partidos e sindicatos que aceitaram as condições da transição procurarão ocultar a realidade do genocídio franquista", as associações que constituem a plataforma Lau Haizetara Gogoan sublinham que não irão abrandar o seu trabalho. "Queremos manifestar com mais força, se possível, perante a realidade do genocídio fascista e perante os seus herdeiros, a nossa determinação em alcançar verdade, justiça e reparação, incluindo garantias de não repetição e a constituição da comissão da verdade em Euskal Herria".
Fonte: Gara
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Lau Haizetara Gogoan adverte que ataques fascistas podem ter «carácter muito mais grave»
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