quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Queixa inédita contra três vereadores como vingança pelo «txupinazo» de Berriozar

A Procuradoria da Audiência Nacional espanhola denunciou três vereadores da esquerda abertzale por se solidarizarem com os presos políticos bascos no txupinazo de Berriozar (Nafarroa), participando em concentrações ou mostrando uma bandeirola exigindo a repatriação.

No texto apresentado pelo magistrado Vicente González Mota acusa-se os vereadores Fermín Irigoien, Ezequiel Martínez e Izaskun Cebrián de poderem ter cometido um crime de [volte a tentar adivinhar...] «enaltecimento do terrorismo e humilhação às vítimas» no início das festas da localidade navarra. [A formulação é mais longa, mas acertou novamente!]

Acusa-se Martínez e Cebrián de mostrarem uma bandeirola com o lema «Euskal preso eta iheslariak etxera» [Os presos e os refugiados bascos para casa] na altura em que o kiliki negro deitou fogo ao txupin que marcou o início das festas, em Agosto.
Diz-se ainda que Martínez participou numa oferenda floral aos familiares de presos políticos bascos e, no que diz respeito a Fermín Irigoien, edil que se abraçou ao kiliki no txupinazo, é acusado de participar numa concentração na qual houve um aurresku em honra dos presos, acrescentando-se que ali se leu uma carta escrita por um prisioneiro basco na prisão.

A Procuradoria solicita também que o autarca do NaBai, Xabier Lasa, e um representante da sociedade cultural Zulo Alai prestem declarações. Também reclama uma cópia do expediente da sessão plenária da localidade que atribuiu o prémio a esta sociedade cultural e designou o programa de festas.

A queixa ocorre apenas duas semanas depois de o Governo de Nafarroa ter anunciado, por intermédio do seu porta-voz, Alberto Catalán, que tinha enviado um relatório policial sobre o txupinazo de Berriozar. As festas da localidade navarra começaram envoltas em polémica pela atitude de UPN, PSN e CDN, que deram início a uma campanha contra o lançamento do foguete pela esquerda abertzale quando se aperceberam de que este ano cabia aos vereadores independentistas essa honra.
Essas formações apresentaram uma moção para que o autarca não deixasse que os independentistas pudessem dar início às festas, sendo que estes, no final, chegaram a um acordo com o NaBai para que o txupin fosse lançado por colectivos populares. [Querem coisa mais ridícula? Há, por certo, mas esta toca bem nos limites.]

Mobilizações pelos presos
Por outro lado, na segunda-feira 30 pessoas mobilizaram-se em Zaldibar pelos direitos dos presos, 22 em Zaldibia, 15 em Bermeo, 25 em Ataun, 8 em Euba, 29 em Altza, 13 em Añorga, 90 em Santurtzi, 65 em Ondarroa, 46 em Laudio, 14 em Ordizia, 35 no bairro bilbaíno de Irala, 18 no de Otxarkoaga e 50 no de Rekalde, onde exibiram fotos.
Fonte: Gara

Na imagem: o abraço entre Fermin Irigoien e o kiliki negro, durante o txupinazo.