domingo, 13 de setembro de 2009

Milhares e milhares de pessoas nas ruas de Donostia em defesa dos direitos dos presos políticos bascos

A manifestação convocada pela associação de familiares e amigos dos presos políticos bascos - Etxerat - encheu as ruas de Donostia ontem à tarde. Bideoak eta argazkiak hemen dituzue / Vídeos e fotos aqui.

Fonte: askatu.org

Ver também: «O apoio aos presos junta milhares de bascos em Donostia», de Oihana LLORENTE, em Gara

Com ovações e irrintzis, milhares de pessoas responderam à tentativa de silenciar a solidariedade com os presos políticos bascos. Na maior mobilização dos últimos meses, as ruas de Donostia encheram-se de gente para exigir o respeito pelos seus direitos e alertar para o facto de que este ano vão exigir compromissos assentes em factos e não em palavras. A Etxerat afirmou que chegou o momento de mostrar que a maioria da sociedade de Euskal Herria rejeita a política penitenciária.

Um compromisso que se mostre na prática. Foi isso o que a Etxerat pediu na presença dos cerca de 12 000 cidadãos unidos na manifestação que percorreu Donostia em defesa do respeito pelos direitos dos presos. Os familiares dos perseguidos políticos bascos defenderam um «estreitamento de laços e uma junção de forças e de compromissos» para que se veja que a maioria social, política e sindical deste país exige que parem as violações nas prisões e nas ruas.


Depois de este ano se terem completado duas longas décadas desde que a dispersão dos presos políticos bascos foi implementada, os membros da Etxerat perguntaram-se «como é possível não existir uma resposta unitária que ponha travão a esta realidade», e fizeram saber que vão levar a cabo uma reflexão com o propósito de encontrar a resposta.

Será essa tarefa que irá ocupar a Etxerat durante as próximas semanas. No Boulevard donostiarra, quem o disse foi Manu Errazkin, o pai de Oihane Errazkin, presa política donostiarra falecida na prisão parisiense de Fleury-Merogis. Especificou que os familiares irão «de porta em porta» em busca desses compromissos, interpelando agentes políticos e sindicais. Entendem ainda que esta é a melhor resposta à tentativa de Madrid e Gasteiz de «infundir medo». «Não contentes com o facto de nos meterem todos os fins-de-semana no 'corredor da morte' que é a dispersão, procuram silenciar agora a solidariedade», denunciou de forma veemente.

Errazkin lamentou a tentativa de «apagar» das ruas a denúncia da política penitenciária empreendida pelo Departamento de Rodolfo Ares e continuada pelo de Javier Caballero em Nafarroa, e recordou que para tal «recorreram à violência. Dentro e fora das prisões, empregaram a violência», denunciou. Como exemplo disso recordou o que se passou com o prisioneiro donostiarra Asier Arzallus esta semana, em que denunciou maus tratos durante uma viagem para o hospital.

A Etxerat realçou a situação crítica por que passam os seus seres queridos encarcerados e insistiu especialmente naqueles que, embora tendo cumprido a sua pena ou encontrando-se gravemente doentes, continuam na prisão, longe dos seus lares. «E isto não é uma pena de morte?», perguntou Errazkin.

Apesar de tudo, afirmou com contundência que a presença dos presos bascos não vai desaparecer das ruas de «forma alguma». Os milhares de manifestantes que ouviam em silêncio a sua alocução saudaram esta afirmação com gritos e uma forte ovação.