segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Koldo Pla denuncia a falta de interesse institucional em esclarecer os crimes da Falange y Tradición

O vereador do NaBai, ameaçado de morte, diz que estes acontecimentos são investigados "com poucos meios". Adverte que irão continuar com o seu trabalho em defesa da Memória Histórica e que não pensam "claudicar"

O vereador do Nafarroa Bai em Antsoain Koldo Pla relatou ontem com grande tranquilidade os detalhes da ameaça de morte que recebeu na sexta-feira por parte da Falange y Tradición. Não é a primeira vez que este grupo de extrema-direita ameaça alguém de morte de forma directa - já o fez através de inscrições dirigidas aos autarcas de Bera e Arbizu, ambos da ANV, e no atendedor de chamadas do Instituto Gerónimo de Ustáriz -, mas agora fizeram-no através de uma carta enviada pelo correio para a própria casa do destinatário.

Pla, membro destacado da Associação de Fuzilados de Navarra e do colectivo Txinparta, denunciou em conferência de imprensa o "pouco interesse" das instituições em esclarecer estes acontecimentos e encontrar os seus responsáveis. "Temos de levar a sério estas acções, sobretudo tendo em conta a liberdade e impunidade com que actuam estes selvagens e a pouca reacção que observamos", lamentou Pla. "Consta-nos que alguém está a começar a investigar, mas muito tarde e com poucos meios, e nós achamos que não pode ser assim tão complicado saber quem são os autores", acrescentou o edil ameaçado, convencido de que, "se se utilizassem os meios que se utilizam para outras coisas, é óbvio que existiriam outros resultados".

Pla referiu que, logo após receber a missiva, procurou falar com a delegada do Governo em Navarra, Elma Saiz, ou com outro responsável, "mas não me quiseram pôr em contacto com ela". Disseram-lhe, simplesmente, que denunciasse o caso à Polícia Foral, onde entregou o original da carta, para o caso de ser possível encontrar marcas digitais ou qualquer outra pista que possa contribuir para capturar o seu autor.

[Na sequência:]
«Ataque à memória histórica» e «Podem cumprir a ameaça?»

Apoios
Pla compareceu apoiado pelas associações Familiares de Fuzilados de Navarra - na mesa estavam a sua presidente, Mirentxu Aguirre, e Olga Arcega -, Pueblo de las Viudas de Sartaguda - esteve presente Carlos Martínez - e Txinparta, que redigiram um comunicado conjunto no qual afirmam que a gravidade destas ameaças "não reside apenas no aspecto do citado grupo fascista", mas "na facilidade com que tal grupo as pode manifestar", tendo ainda convocando uma manifestação para este domingo em Iruñea/Pamplona, que "devia ser proibida em virtude do carácter terrorista" destes colectivos.
Os signatários do comunicado realçam que este tipo de atitudes nunca seria permitido em "países do nosso meio" e pedem às instituições que dêem a conhecer as acções que pensam levar a cabo para erradicar este tipo de actos.

Seja como for, sublinham a sua intenção de "continuar a trabalhar incansavelmente no sentido de restituir a verdade roubada, de devolver os mortos às suas terras e às suas famílias, de recuperar o reconhecimento às vítimas e de levar por diante as ânsias de justiça com que eles sonharam e que os seus assassinos afogaram".

Javier ENCINAS
Notícia completa: Noticias de Navarra via kaosenlared.net